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O silêncio de Deus
O ser humano, enquanto religioso, fala com Deus, mas nem sempre Deus fala com ele. Quando isso acontece, pode ser que haja um problema. Que exemplo podemos encontrar nos textos bíblicos e que nos devem fazer refletir sobre o tema?

Deus vem se manifestando ao ser humano desde os tempos passados. E faz isso de vários modos. Às vezes com linguagem falada por profetas, seja em profecias, seja em revelações; outras vezes em sonhos e visões noturnas ou diurnas. Mas, principalmente ao seu povo, Deus tem se revelado e feito saber a sua vontade ou o que não está de acordo com ela.

O rei Saul, o primeiro rei de Israel, experimentou o silêncio de Deus. Este deixou de falar-lhe por profetas, sonhos e urim e tumim, uma pedra pela qual um consulente falava a Deus e outra pela qual Deus lhe respondia. Por essa razão Saul recorreu a uma cartomante, prática reprovada por Deus, a fim de se informar sobre coisas que o incomodavam e angustiavam.

Jó, um protótipo de justo, também experimentou o silêncio de Deus enquanto passava pela provação pela qual passou para servir de testemunho para nós. Mas, diferentemente de Saul, Deus falou com ele, terminada a sua provação.

Mas não é possível que Deus nunca fale com os seus filhos. Também não é possível que estes vivam aqui nessa breve existência sem que Deus os visite, seja para orientar-lhes, seja para consolar-lhes. Mas, se esse silêncio acontecer, é preciso que analisemos os nossos caminhos. Pois um texto bíblico diz:

“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniquidade; os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade. Chocam ovos de áspide e tecem teias de aranha; o que comer os ovos dela morrerá; se um dos ovos é pisado, sai-lhe uma víbora. As suas teias não se prestam para vestes, os homens não poderão cobrir-se com o que eles fazem, as obras deles são obras de iniquidade, obra de violência há nas suas mãos. Os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade; nos seus caminhos há desolação e abatimento. Desconhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; quem anda por elas não conhece a paz.” Is. 59:1 a 8.

Existe entre muitos religiosos pensamento de que Deus só fala pela bíblia, e, assim, mostra o seu desconhecimento de Deus.

Mesmo para quem não é do seu povo, Deus fala desde tempos antigos. E disso há registro no livro de Jó, veja:

“Pelo contrário, Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem não atenta para isso. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama, então, lhes abre os ouvidos e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e livrá-lo da soberba; para guardar a sua alma da cova e a sua vida de passar pela espada.” Jó 33:14 a 18.

Outro episódio que confirma a nossa afirmação está registrado em outro texto bíblico, veja:

“Sucedeu que, naquela mesma noite, o Senhor lhe disse: Levanta-te e desce contra o arraial, porque o entreguei nas tuas mãos. Se ainda temes atacar, desce tu com teu moço Pura ao arraial; e ouvirás o que dizem; depois, fortalecidas as tuas mãos, descerás contra o arraial. Então, desceu ele com seu moço Pura até à vanguarda do arraial. Os midianitas, os amalequitas e todos os povos do Oriente cobriam o vale como gafanhotos em multidão; e eram os seus camelos em multidão inumerável como a areia que há na praia do mar. Chegando, pois, Gideão, eis que certo homem estava contando um sonho ao seu companheiro e disse: Tive um sonho. Eis que um pão de cevada rodava contra o arraial dos midianitas e deu de encontro à tenda do comandante, de maneira que esta caiu, e se virou de cima para baixo, e ficou assim estendida. Respondeu-lhe o companheiro e disse: Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, homem israelita. Nas mãos dele entregou Deus os midianitas e todo este arraial. Tendo ouvido Gideão contar este sonho e o seu significado, adorou; e tornou ao arraial de Israel e disse: Levantai-vos, porque o SENHOR entregou o arraial dos midianitas nas vossas mãos.” Jz. 7:9 a 15.

Deus usou pessoas inimigas ao seu povo para manifestar, por sonho e intérprete, o que ele tinha determinado fazer com eles, para que o líder escolhido por Ele – Gideão - cresse e tivesse ânimo para fazer o que Deus tinha determinado, a saber, usar trezentos homens contra uma multidão inumerável.

Mas houve um período de longo silêncio de Deus. O período compreendido entre as profecias de Malaquias e a mensagem de João – o batista. Segundo os entendidos em cronologia bíblica, o tempo foi de quatrocentos anos.

Aqueles que têm o conhecimento de Deus e o buscam e também vivem em integridade, não só ouvem a Deus como também são ouvidos por Ele nos tempos presentes. E isso não só em sonhos e visões por si mesmos, como também por profetas. Pois, para Miriam e Arão, Deus disse que se houvesse um profeta no meio do seu povo, que Ele se manifestaria em sonhos e visões a ele, diferentemente do modo como Ele falava com Moisés, com o qual falava face a face.

Assim, busque a Deus enquanto se pode encontrar, sem esquecer da sua orientação de como isso fazer: “Buscar-me-eis e achar-me-eis, quando buscardes de todo o vosso coração, de todo o vosso entendimento e de toda a vossa alma”.

Oriximiná-PA, 18/11/2015
Oli Prestes
Missionário

(93)99190-6406
(93)99195-6406
Enviado por oliprest em 18/11/2015




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