Textos

QUANDO EU ERA CRIANÇA
Muitos se recordam com saudades dos tempos em que eram crianças, quando não tinham deveres, obrigações, preocupações, e não estavam obrigados às responsabilidades inerentes a idade adulta. E nesse devaneio acabam esquecendo de crescer, de assumir seus papéis na posição que deveriam ocupar ou que ocupam, ficando infrutíferos. E por isso são chamados de crianças crescidas. Ou seja, cresceram fisicamente, mas não psicologicamente ou espiritualmente.

É natural que não se possa exigir de uma criança o comportamento de adulto. Mas, por outro lado, não é admissível que um adulto se comporte como uma criança, pois se torna incoerente e incompatível com a sua idade. Imagine só um adulto de chupeta ou uma criança de bigode...

Assim como no aspecto físico e comportamental fica destoante os atos comportamentais de um em outro, assim também no aspecto espiritual.

Disse o apóstolo Paulo: "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino." I Co. 13:11.

O vocabulário de uma criança é limitado. Normalmente falamos mais do que o necessário com uma criança. Devido a sua limitação de compreensão e vocabulário, ela não entende nem metade do que lhe falamos.

A moderna ciência ensina que uma criança deve ser criada com muito amor e sem disciplina. Dizem que a disciplina pode trazer traumas à criança. Mas, por mais difícil que possa parecer, uma criança não entende a linguagem do amor, mas entende a linguagem da correção. Se se pedir para uma criança de dois anos de idade para que ela não mexa determinada coisa que lhe atrai e lhe cause certa impressão visual ou auditiva, ela pode não compreender. Mas se se corrigi-la, dando-lhe um “bolo”, caso ela mexa aquilo que não se quer que ela mexa, ela irá evitar fazê-lo, devido ao temor do castigo.

Os adultos querem que as crianças tenham sentimentos iguais aos dos adultos. Mas isso é impossível. Via de regra, não se admite que uma criança tenha satisfação sexual. Mas já vimos crianças se beijando como adultos apaixonados. Certamente que não era por volúpia ou paixão, mas copiando o que viram nos meios televisivos.

Também vimos crianças que nem pronunciavam corretamente as palavras, balbuciando palavras torpes, xingando. Certamente que estavam fazendo aquilo que ouviram de adultos(?), seriam adultos mesmo? e não sabem o que falam.

É interessante como o mal medra com mais facilidade do que o bem. Essas mesmas crianças pervertidas são incapazes de pronunciar coisas edificantes.

As Escrituras não manda se usar a linguagem do amor para com as crianças, mas a correção. Veja:

"A estultície está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção afugentará dela." Pv. 22:15.

E se ela manda usar a correção ao invés do amor, é porque elas não podem entender esta linguagem, mas sim aquela.

O apóstolo Paulo falando ainda de crianças, diz: "Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento." I Co. 14:20.

É chocante o que se ouve diariamente de crianças, assim como surpreende-nos a malícia existente nelas . E há quem atribua inteligência nisso, e não se apercebam que tudo é operação maligna e perversa. Crianças que outrora falavam palavrões, depois de libertas por Cristo, não mais os pronunciam, antes passam a louvar a Deus.

E para aqueles que, quais crianças, ainda se comportam espiritualmente como tais, diz o apóstolo Pedro: "Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo." I Pe. 2:2.

"E quando o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja herdeiro de tudo." Gl. 4:1.

Por essa passagem vemos que há herdeiros que são semelhantes a servos devido as suas condições de meninos, no entendimento, lógico.

E devido a criança não entender a linguagem do amor, Deus nos atraiu com cordas de misericórdia. E nos trata com um certo rigor logo que nos recebe como filhos. Por isso diz o apóstolo Paulo, que Deus açoita a todos que recebe como filhos. Hb. 12:6. E é o amor de Deus que nos faz ser por ele corrigidos quando erramos; pois nessa mesma passagem fala o missivista que o Senhor corrige o que ama. É possível uma pessoa ser adulta fisicamente e nas ciências humanas, e ser criança espiritualmente? Sim. E vamos citar um exemplo.

Uma jovem estava grávida do seu namorado, e, temendo seu genitor, buscava uma solução para o caso. Alguém lhe sugeriu realizar um aborto. Ela se aconselhou com outra pessoa evangélica que aquiesceu com a ideia. Esta, além de evangélica e nível superior, já é avó. Ora, pelas Escrituras, sabemos que aborto é uma prática dos gentios e do povo que não conhece a Deus e reprovado por este.

Por conseguinte, não podemos falar a tais crianças das coisas que elas não podem entender. Por isso disse o apóstolo: "E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais; pois havendo entre vós inveja, contendas e dissensões não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" I Co. 3:1-3.

Em verdade uma criança não pode comer a comida de adultos, pois pode lhe causar distúrbios. Por isso diz o missivista da epístola aos Hebreus: "Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem mas também o mal." Hb. 5:13 e 14.

Se você já é adulto fisicamente, busque também crescer na graça e no conhecimento de Deus, a fim de que venha a ser luz para os cegos, mestre de crianças e instruidor dos néscios; e para que depois de ter ensinado aos outros não venha a ser reprovado. E para que, como filho, você não seja como um servo. "Pois o filho fica para sempre na casa, enquanto que o servo não." João 8:35.

Oli Prestes
Missionário

(093)99190-6406
oliprest
Enviado por oliprest em 13/10/2010
Alterado em 08/04/2017


Comentários


Imagem de cabeçalho: raneko/flickr