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CELEBRANDO A MALDIÇÃO ?
Parece até ironia que alguém possa isso fazer, ou seja, festejar no dia em que foi amaldiçoado. Mas foi exatamente isso que eu fiz. E o motivo foi por eu ter sido ignorante. Essa não era a vontade de Deus, mas eu havia rompido com os laços que me ligavam a Ele. Então eu mereci o que sofri. Mas deixemos de solilóquio e vamos logo aos fatos.

Já discorri sobre “os malditos desde o ventre”, cuja expressão serviu de título ao trabalho no qual demonstrei que muitos nascem malditos, como os filhos de escravos nascidos à época da escravatura negra no Brasil, antes da lei do “ventre livre”. Também mostrei naquele trabalho que a humanidade nasce sujeita a lei da morte, condenada a morrer, portanto. E que Jesus também nasceu maldito desde o ventre, já que condenado a morrer por mim e por muitos.

E já que nós nascemos malditos, é natural que, consciente disso, busquemos o meio que pode libertar-nos, obtendo a chave que nos pode libertar da sepultura. Ao invés disso, não raro, ainda amontoamos maldição, quando fazemos coisas que nunca deveríamos fazer. E comumente fazemos tais coisas por ignorância, e até pensando que estamos cumprindo o que é justo do ponto de vista divino.

Quando casei, para satisfazer aquela que eu havia escolhido dentre os filhos dos homens, compareci diante de um sacerdote para realizar o voto conjugal, jurando “até que a morte vos separe”. E nessa ocasião eu deveria ser abençoado por ele, pelo sacerdote. Afinal, a ele foi dado o encargo de isso fazer por ocasião do matrimônio ou casamento. E ainda que essa tenha sido a sua intenção, a sua bênção foi mudada em maldição pelo próprio Deus.

Lamentavelmente isso foi verdade, e as razões eu mostrarei a seguir.

Deus é sábio e também exige isso de nós. Diz ele através de Salomão: “Sê sábio, filho meu, e alegrar-se-á o meu coração”. Mas se a sabedoria vem dele e nós não a temos, então ele não seria culpado por nos ter feito assim? Não, Ele não nos fez assim. Nós nascemos assim. E nem sempre nós viemos à existência por sua vontade, muito menos de nossos pais, mas fomos um acidente de percurso, como disse alguém. Então, para alcançar sabedoria, é preciso buscar, bater e pedir, como disse Jesus, ratificando o que ele já havia revelado por Salomão em Provérbios 2 de 1 a 10.

E como eu não tive quem me ensinasse isso, eu agia como um animal, como que por instinto, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, e segundo os conceitos e preconceitos humanos, como os humanos fazem.

Assim, como encontrei uma donzela que me agradou em algumas coisas, eu tomei a decisão de me unir a ela pelos “laços sacrossantos” do casamento. E também induzido por ela e pelos que achavam que assim deveria ser, compareci diante de um sacerdote para realizá-lo, sem cogitar se ele era ou estava apto para isso.

Terminado o ato, com muitos convidados presentes, e com muitos votos de felicidades, festejamos o fato com champanhes e bolos. Mas isso não me trouxe mais felicidade, pois não havia o principal “a bênção de Deus”. Como? O sacerdote não benzeu as alianças? Melhor fora se ele não tivesse benzido. Porque ele não fez seguindo as regras de Deus. Não só as regras para si, o sacerdote, como para mim, o nubente.

E depois de mais de trinta anos de martírio, com muitos altos e baixos na vida matrimonial, e tendo já deliberado romper com “o laço sacrossanto” do casamento, me foi mostrado a razão ou razões de tudo. Abriram-se me os olhos e eu vi. Lá estava escrito:

Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós. Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração. Ml. 2:1-2.

Como falamos no trabalho que já citamos, podemos nascer malditos. E neste demonstraremos que podemos ser amaldiçoados.

O texto bíblico atrás fala para os sacerdotes e, particularmente, àqueles que não quiserem dar honra ao nome do Senhor. E quando isso acontece? Quando eles, os sacerdotes, não obedecem aos mandamentos de Deus, que são nomeados de “meu nome” por Deus.

Na sequência da leitura, evidenciamos o que ratifica a nossa tese, veja:

- “Eis que reprovarei a vossa semente, e espalharei esterco sobre os vossos rostos, o esterco das vossas festas solenes; e para junto deste sereis levados. Então sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança fosse com Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Minha aliança com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que temesse; então temeu-me, e assombrou-se por causa do meu nome. A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniquidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão, e da iniquidade converteu a muitos. Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei; corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei.” Ml. 2:3 a 9.

As partes destacadas em negrito são uma só; apenas tomando ora um nome, ora um adjetivo qualificativo, a saber: “Minha aliança”, “a lei da verdade”, “o conhecimento”, “o caminho”, “a aliança de Levi”, “os meus caminhos”.

E, como sei hoje, aquele sacerdote não cumpria isso, pois no altar onde ele ministrava havia ídolos. Então ele subia um pedestal de ídolos, o que resulta no que disse o Senhor.

E era um sacerdote de estranhos deuses, os quais são demônios. Pelo que, aquela que tomei dentre os filhos dos homens, não manteve os votos conjugais professados diante dos seus deuses, fazendo como diz o Senhor na inspiração dada a Salomão, veja:

- Que deixa o guia da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus. Pv. 2:17.

Felizmente eu não desci a sepultura antes de desfazer essa aliança, rompendo com os laços de morte que me prendiam.

No percurso houve a possibilidade de eu desfazer isso à mais tempo. Entretanto, eu pensava que “um homem não deveria separar aquilo que Deus havia unido”. Mas eu estava equivocado também quanto a isso. Não foi Ele quem nos uniu; mas a nossa vontade. E nem testemunha Ele havia sido, mas sim os demônios.

Agora compreendo o porquê de tantos percalços.

Mas “não adianta chorar o leite ou o caldo derramado.” Não dá para juntar mais. Felizmente eu pude reverter a situação, e agora aguardar que o Senhor de tudo me conceda mercê, e, nessa graça, não me penalize pela ignorância e dureza de coração que houve outrora.

Ele também deu oportunidades a ela, que se obstinou e rejeitou. Depois que viu o caldo entornar, quis juntá-lo, o que foi impossível, já que era tarde. Humilhou-se, chorou, confessou. Ainda que não tudo, pois se envergonhou das coisas que fez. Eu cheguei a ficar confuso, mas Ele me disse “aparta-te”. E foi o que eu fiz.


Ver-nos-emos no juízo.
oliprest
Enviado por oliprest em 17/03/2012
Alterado em 15/01/2017


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