Conforme se depreende das sagradas Escrituras, o amor de Deus é o fundamento do reino espiritual. E para estar em sintonia com esse reino e o seu criador, faz-se necessário amá-lo; e, para isso, é mister que o conheçamos, já que ninguém pode amar a quem não conhece, mesmo que seja por ouvir falar, não obrigatoriamente por tê-lo visto. E já que ninguém pode amar a dois senhores, é incompatível amar a Deus e ao mundo. Assim, é necessário amar um amor altruísta e que resulte em bem estar em todos os sentidos e que também seja eterno e nunca tenha um final, ainda que sejamos finitos nesta existência.

Há um texto bíblico que diz: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele.”  I Jo. 2:15.
Mas, para que isso não façamos, é necessário que saibamos o que é o mundo. Porque outro texto diz que “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jo. 3:16.

Rotineiramente ouvimos falar do mundo, dando a entender que esse seria o globo terrestre. Mas, biblicamente, esse conceito não é correto, ainda que hoje alguns textos bíblicos também possam levar a essa conclusão, devido a atualização das traduções segundo os conceitos “modernos”(?) dos tradutores e revisores dos textos bíblicos.

Numa análise bíblica mais profunda é possível concluir que o mundo são as pessoas, embora não todas  que habitam o globo, e, sim, os ímpios e pecadores, os quais diferem do povo de Deus. Pois um texto bíblico diz que “o mundo jaz no maligno”. Ora se o mundo está no maligno, e se todos os habitantes do globo fizessem parte do mundo, então o povo de Deus também faria, o que seria uma incoerência.

Quando Deus separou o povo de Israel como o seu povo peculiar, Ele o nomeou como seu povo, e deu-lhe leis, sendo o único povo a ter um governo teocrático.

Mas se o próprio Deus amou o mundo, por que nós não devemos amar a este? Sim, Ele amou o mundo o amor de querer redimi-lo e salvá-lo do pecado. E para isso Ele deu o seu Filho unigênito. E como uma das definições bíblicas de amor é que ele é paciente, Deus ainda continua amando-o, ou seja, tendo paciência para com ele e buscando salvá-lo, o que poucos alcançam.

E qual o amor que não devemos amar, se Ele diz que não devemos amar o mundo e nem o que no mundo há, já que nós somos enviados a ele a fim de anunciar a salvação e cumprir o “IDE por todo mundo para pregar o evangelho”? Não devemos amar o amor no qual tenhamos que nos imiscuir nele, nos envolvendo com os seus sentimentos e práticas.

Assim, não devemos nos associar a ele por acordos e alianças, seja em sociedade comercial, seja por alianças, seja de  modo afetivo, tornando-se parente dos deles. Também não devemos amá-lo querendo estar no mesmo nível, tanto no social quanto no quotidiano, não participando com ele das suas práticas abomináveis; não comendo como ele come, não bebendo como ele bebe, nem fazendo as suas práticas libertinas e de entretenimento, assistindo as coisas que lhes agradam aos olhos e os divertem, como: vídeos e filmes, nos quais são reproduzidos aquilo que os entretém, seja jogos esportivos, seja filmes românticos e de cunho amoroso e sensual. E, assim, não devemos participar com eles das suas festas, as quais, não raro, são orgias, nos expondo e também aos nossos filhos, os quais são visados e cobiçados por suas carnes excitadas por desejos permissivos, e também pelos inimigos que, não raro, os possuem.

E já que no mundo temos aflições, como previu Jesus, como consequência do mundo não nos amar, mas jazer no maligno, bem como por estarmos numa pátria que não é a dos cristãos – seguidores de Cristo – então temos que ter uma perfeita consciência dos limites que nos são impostos pelo nosso pastor e Senhor, a quem devemos submissão e obediência, a fim de não nos apartarmos dos seus caminhos e preceitos.

“Porque quem quiser se fazer amigo do mundo, torna-se inimigo de Deus”. “Pois se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele.” I Jo. 2:15, ú. Parte.

Por Oli Prestes
Missionário