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PECADOR COMPUNGIDO

Senhor!
Que fazer diante de tanta incerteza,
Quando o céu parece negro,
E a minha oração até fraqueja?

Meu coração se enche de cuidados;
Minha alma se angustia e sofre;
Sem prazer é o meu bocado;
O tempo veloz passa e corre.

Eu pergunto e não me respondes;
Eu clamo e tu não me atendes;
Pois determinaste um tempo, onde
Cessarão os cuidados e o sofrer.

Lembra-te que sou carne;
E que ela não é de ferro;
Talvez antes que o coração sare,
Chegarei à beira do inferno.

Longa é essa noite;
Sombrio o amanhecer;
Como suportar os teus açoites?
Meu sussurro é um gemer!

O inimigo zomba e me aflige;
Lança em rosto os meus pecados;
Eu pergunto: se já me perdoaste,
Por que ainda sou cobrado?

Cessa de contender com esse tição;
Levanta a minha cabeça;
Acolhe logo a minha oração,
Antes que o meu espírito enfraqueça.

Isso faz parte do sofrer por ti;
Sabes até onde posso suportar;
Com a tentação dá-me o escape,
E não me deixa soçobrar.

Rememoro a cada instante
As promessas que me fizeste;
Faço reivindicações incessantes:
Quando vai isso acontecer?

Prova-me até o fim,
Mas não me priva do teu espírito,
Pois não tenho outro no céu por mim;
Quem me assista em juízo.

Ah! Senhor, vão é o socorro do homem;
Maldito quem nele confiar;
Por isso minha alma se consome,
Mas eu prefiro em Ti esperar.
oliprest
Enviado por oliprest em 01/07/2007


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr