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Preciso de um cardiologista, que me ausculte e escute

Tenho vivido um drama. Possivelmente eu não seja único, mas com certeza sou raro e uma exceção. Tenho a pressão arterial baixa. E os médicos não me entendem.

Por mais de uma vez, por razões de saúde, fui a clínicos e, ao ter minha pressão aferida, os assistentes de saúde disseram estar normal. Isso porque registrou 130 x 8 ou 140 x 8. Mas eu contestei dizendo que não estava normal, devido eu conhecer o meu histórico de pressão, a qual é 80 x 60.

Mas eles não me dão crédito e querem ignorar a minha informação. Acontece que quando a minha pressão arterial chega a 130 eu entro em convulsão e tremo descontroladamente.

O último caso aconteceu dia 17 deste mês no aeroporto de Brasília. Tive um pico de pressão, talvez devido ter tomado um capuccino por volta de cinco da manhã - eu não costumo tomar cafeína - após ter passado a noite sentado na sala de embarque.

Antes que eu entrasse em tremedeira, antevendo isso, me dirigi ao serviço de informação e pedi ajuda. Fui atendido prontamente pela equipe médica de plantão.

Mas aí começou o meu drama. Pois me fizeram uma medicação, tentaram me aquecer com uma coberta, o que de nada adiantou. Nem puderam aferir a minha pressão devido a tremedeira. Informei do meu problema, mas desconversaram e não me ouviram.

A medicação não surtiu muito efeito. Me colocaram uma manta térmica, eu vesti uma blusa de lã e mais uma capa de nylon, e disseram: “agora vai esquentar” e nada. Depois de duas horas resolveram fazer outra medicação, e, mesmo assim, a melhora demorou.

Saí de lá sem o tremor, mas com a pressão de 130 x 70. Pois eu já tinha perdido o meu vôo e queria viajar para casa, onde eu poderia buscar solução. A minha mala já tinha vindo no vôo no qual eu deveria vir, e eu estava com uma mochila com notebook e algumas coisinhas.

Por causa da falta de crédito deles para comigo, e por uma das minhas filhas, a qual é enfermeira conhecer o meu caso, pedi para o médico falar por telefone com ela. Conversaram, mas ele continuou insistindo na sua tese.

Finalmente, antes de ser liberado, disse-lhe que eu tinha dois avisos corpóreo de que a minha pressão estava elevada. A primeira é as minhas veias dos braços e mãos que desaparecem todas. A segunda é o tremor. Ele disse que não tinha nada a ver, que era coincidência.

A minha primeira filha tem o mesmo problema, e precisou fazer, por iniciativa própria, por um período de quarenta e cinco dias, um mapeamento da sua pressão arterial, já que ela é técnica em enfermagem, pedindo a confirmação de outros profissionais, com assinatura e carimbos, a fim de lhe darem crédito.

Como eu já tive três outras ocorrências, então eu não quero mais arriscar de morrer com um médico me assistindo.

Se um cardiologista não quiser me ouvir antes de querer me diagnosticar, então vou me consultar com um computador, tenho certeza que o diagnóstico dele será mais preciso e minucioso.

Manaus-Am, 20/05/2018

Oli Prestes
Missionário
oliprest
Enviado por oliprest em 20/05/2018


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr