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PLEITEANDO COM DEUS
Senhor, é pouco a busca que tenho feito
A fim de alcançar sabedoria?
Ou, acaso, não tenho direito,
E não é para mim essa primazia?

No que eu tenho alcançado,
Tenho me esforçado em fazer;
Ou é pouco o meu cuidado,
E apenas o meu dever?

És um Deus que te ocultas
Nas horas mais difíceis;
Não atentas pras labutas
Daqueles que são teus filhos?

Parecem tardias as tuas promessas,
Que já me canso de esperar;
Acaso também são as provas
Que tenho que suportar?

Tenho vivido dias de angústias,
E não vislumbro nenhum socorro.
Os céus são de nuvens escuras,
Já não importa se vivo ou se morro.

Senhor, apesar de que sou um homem,
Que é feito da palavra que empenhaste?
Vê que a minha alma se consome
Esperando naquilo que me falaste.

Sei que o fim está chegando,
E muito há para ser feito.
O que ainda está faltando
Para que eu tenha direito?

Eu preciso de uma resposta,
Digna-te em me responder;
Dize ao menos: chegou, basta!
Fiquei surdo pra você.

Então o meu nome exclui da tua mão,
E me deixa ir pra sepultura;
Se é que rejeitas minha oração,
E por ser simples criatura.

SP, 30/09/07

A resposta de Deus:

Não te aflige,
Não te aflige;
Estou contigo,
Conforta-te.
SP, 01/10/07
oliprest
Enviado por oliprest em 06/10/2007
Alterado em 07/05/2018


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr