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VENDENDO O FUTURO
 Como é possível se vender o futuro, se ele é incerto? Mas é o que acontece hoje, a exemplo do passado. E muitos compram expectativas, e investem em possibilidades incertas, como quem joga um jogo, na sorte, especulando.

 No passado, ao tempo do povo de Israel, o qual vivia sob governo teocrático, governo de Deus, este deu leis sobre a terra. Ele mandou repartir, por sorte, a terra de Canaã, pelas doze tribos de Israel. Nm. 26:52 a 56; Nm. 13:7 e 21:44. E mandou que se não vendesse a terra em perpetuidade. Lv. 25:23. Mas que se vendessem as colheitas. E que, para isso, se contasse o número delas até o ano do jubileu, ano em que a terra seria devolvida ao seu dono. Assim, a terra teria mais valor, quanto mais anos houvesse precedendo o jubileu, e menos valor, quanto menos fossem os anos que precedesse o jubileu. Então o que se vendia era expectativa de colheitas. Lv. 25:8 a 16.

 O jubileu era o ano da libertação. Lv. 25:11, p.parte. Nesse ano não se plantava nem se colhia. Também era o ano em que os imóveis rurais deveriam ser devolvidos aos seus donos. Portanto, aquele que adquiria a posse temporária da terra ou imóvel rural, comprava uma possibilidade futura ou expectativa de colheita de safras, as quais poderiam lhe dar, além do retorno do capital empregado na transação e o investimento necessário para a implantação da cultura ou culturas, a rentabilidade resultante do investimento feito. Ou seja, o adquirente tinha expectativas, e comprava prevendo um bom negócio, o qual dependeria não só dele, mas de Deus, que é quem daria as chuvas a seu tempo.

Com relação a terra, já não se cumpre a lei dada por Deus através de Moisés. Nem mesmo a última nação ou tribo, das doze que havia, a saber, a de Judá.

E, assim como no passado se negociava terras, hoje se comercializa ações nas bolsas e até imóveis, na expectativa de se obter ganhos e rentabilidade do valor investido. Mas como a terra se vende em perpetuidade, muitos adquirem grandes extensões dela, especulando, com o objetivo de obter grandes somas com a revenda delas. Aliás, hoje, especulação imobiliária é linguagem corrente. Pois, como aumenta o número de pessoas, é natural que haja aumento da procura por locais não só para habitação, como para a implantação de lavouras para a produção de alimentos.

E com relação as terras rurais, vemos a grande sabedoria manifesta por Deus. Se hoje ainda fosse feito assim, não haveria latifúndio, os quais, caso não fossem trabalhados para produzir, se tornaria oneroso para os seus donos.

Muitos têm feito fortuna jogando com a sorte, enquanto outros têm perdido tudo por arriscarem o pouco nela, na expectativa de alcançar muito. E muitos ainda se dão mal quando compram expectativas ilusórias de projetos que nunca sairão do papel, já que foram projetados não para serem executados, mas para iludir e enganar aos cobiçosos, já que cada um é enganado por sua própria cobiça.

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Enviado por oliprest em 26/01/2015




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