Textos

SAQUE LEGAL ! ?
SAQUE LEGAL ! ?


Não obstante saque ser retirada de algo depositado por alguém nalguma parte, como: Bancos, instituições financeiras, fundos de aplicações, etc., falamos aqui de saque no sentido de saqueio, de apossamento de forma abusiva, ainda que não violenta, e até legal.
Uma cidade ou município, assim como um país, para ter equilíbrio econômico-financeiro, precisa controlar a entrada/saída de dinheiro do meio circulante. É comum se ouvir falar de controle de remessas de lucros para o exterior, evasão de dólares, evasão de divisas, crime fiscal, expansão do meio circulante, enxugamento do mercado, etc.
Isso tudo, quase sempre, é falado nos escalões superiores do governo federal, e relaciona-se com o Banco Central.

Mas falaremos de um saque legal (ou seria saqueio legalizado?) que periodicamente ocorre nos municípios, e no osso município com muita freqüência.

Quando diminui a quantidade de dinheiro em circulação, ficando o mesmo difícil de se obter, todos começam a sentir e o governo baixa medidas para equilibrar o meio circulante. Seja baixando o percentual a que os Bancos estão obrigados a recolher dos depósitos captados do público, seja liberando empréstimos na rede de Bancos, etc.

Por outro lado, quando está havendo muito dinheiro no meio circulante, o governo baixa medida inversa, com a finalidade de evitar a explosão do consumo, e o conseqüente aumento da inflação.
Excesso e falta de dinheiro pode ser sentido com freqüência e mais nitidamente numa pequena cidade, em função de certos fatores determinantes, como: o pagamento dos servidores e funcionários da prefeitura. Sempre que isso ocorre, há mais movimento no comércio, aumenta a venda de carne, leite, horti-fruti-grangeiro, etc.

Por conseguinte, quando chega circo na cidade, é logo percebido pela falta de procura de carne, peixe, horti-fruti-grangeiro, etc. Isso nos leva a conclusão de que o povo deixa de comer para se divertir.

Outros saques são periodicamente feitos retirando dinheiro do meio circulante local, através de shows, torneios, feiras, festas ditas de santos, etc. Esta última acarretado pela invasão de "marreteiros", cuja renda que eles obtém, valores em espécie, é levado para fora da cidade e do município, não deixando nenhum benefício para a cidade e município, a não ser a agitação, a sujeira, o sacrifício do comércio local, os filhos bastardos que deixam, e doenças que transmitem.

O pior é que o povo de menor poder aquisitivo é quem mais é atingido, pois que tem menos. O que ele dispõe não retorna. Ele depende exclusivamente do circulante local. Diminuindo este, o retorno não se evidencia logo, e até ao contrário, não se efetiva.

Por exemplo, se o vendedor de frutas gastar em um circo ou show, que leva o dinheiro em espécie para fora da cidade, ele vai sentir bem mais que um comerciante estável, que tem reservas. Pois haverá diminuição do consumo de frutas. Como ele gastou a renda já adquirida, que não é grande coisa, e teve a sua renda diária diminuída pela falta de procura do produto que ele vende, ele será duplamente atingido.

Esses saques deveriam ser levados mais a sério pelas autoridades. Pois a pobreza leva à miséria, à prostituição, ao roubo, que também é outra forma de saque, embora ilegal, é certo, mas que têm origem no primeiro: no saque legal, já que há permissão das autoridades para a sua efetivação, legalizando-o.
oliprest
Enviado por oliprest em 15/04/2010


Comentários


Imagem de cabeçalho: raneko/flickr