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PALAVRAS VAZIAS
Comenta-se que as palavras tem força, e que podem operar aquilo que quisermos, desde que elas sejam faladas com fé. Alguns dizem que elas podem muito desde que produzidas com pensamento positivo. Será mesmo assim? Bem, dizem que a palavra é a representação do pensamento. Ou ainda a manifestação do que vai na alma. Vamos ver.

Eu não duvido de que as palavras possam operar para bem ou para mal. Mas isso depende de quem fala e a quem ela é dirigida. Não raras vezes elas são usadas para um jogo, onde elas são usadas intencionalmente para manifestar não um pensamento, mas para fazer pensar-se que lhes representam. Elas podem vir carregadas ou cheias de emoção, mas vazias de boas intenções e sinceridade. Elas podem vir cheias de juras e promessas, mas vazias de determinação para cumprir aquilo que elas dizem por quem falou.

Em verdade, as palavras tem tanta importância quanto a nossa assinatura num documento. E, uma vez dita, a sua anulação depende de quem as pronunciou, conforme o caso, ou das razões porque foram ditas.

Certas ocorrências havidas no passado levam-me a crer que, para que elas operem prodígios, elas dependem de forças boas ou más que operam no mundo espiritual. Assim, não depende apenas de um lado, senão também de um intermediário, e de a quem ela é dirigida.

Salomão, o homem mais sábio que já existiu, registrou, inspiradamente: Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tão pouco no mais interior da tua recamara amaldiçoes ao rico; porque as aves dos céus levariam a voz, e o que tem asas daria notícia da palavra. Ec. 10:20. Impressionante!

Quem são essas aves dos céus aqui mencionadas? Aqueles que foram expulsos do céu e cuja terça parte ficou no ar: demônios. Assim, para mal, se faz necessário que eles operem com a palavra proferida, a fim de elas produzirem efeito para o fim a que se destinam, ou dar notícias do dito. Mas acaso um homem santo pode falar alguma palavra que possa resultar em mal para alguém? Pode! E isso já aconteceu muitas vezes. Disso temos registro bíblico. Numa das vezes em que isso aconteceu, um homem apenas aventou uma hipótese de uma tragédia, e ela aconteceu. Veja:

O episódio se deveu a uma demanda entre Moisés, o líder escolhido por Deus para levar ou conduzir o povo de Israel do Egito para Canaã, e alguns chefes desse povo: Coré, Datã e Abirão, que se rebelaram e falaram contra Moisés e Arão. Isso irritou sobremaneira a Moisés, que mandou que os duzentos e cinquenta rebelados seguidores dos chefes revoltosos, pusessem incenso em seus incensários e o queimasse em oferta ao Senhor. Então disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procederam. Se estes morrerem como morrem todos os homens, então o Senhor me não enviou. Mas, se o Senhor criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao sepulcro, então conhecereis que estes homens irritaram ao Senhor. E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a toda a sua fazenda. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. Nm. 16:1-33.

De outra feita um profeta disse que não choveria sobre a terra, e isso durou três anos e meio. Veja:

Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá senão segundo a minha palavra. I Re. 17:l.

No episódio havido no reinado de Acabe, o povo de Israel, povo escolhido por Deus para ser santo e sacerdócio real, estava em transgressão diante de Deus, razão porque a maldição de Elias, o profeta, encontrou pouso. Pois diz as escrituras, que como ave no seu vaguear, como a andorinha no seu vôo, assim a maldição sem causa não vira. Pv. 26:2.

Eliseu, por ter sido desrespeitado por uns moços que escarneceram dele, dizendo: sobe calvo, sobe calvo..., amaldiçoou-os em o nome do Senhor. Em conseqüência disso, quarenta e dois deles foram mortos por duas ursas. II Re. 2:23 e 24. Geazi, servo de Eliseu, ficou leproso por ter cobiçado os presentes que o general Namã havia trazido para Eliseu, por este o ter mandado que se lavasse sete vezes no rio Jordão para que sarasse da lepra da qual sofria, mas cujos presentes foram recusados por Eliseu. Geazi foi atras do general Namã e lhe pediu vestidos, dizendo serem para uns moços que haviam chegado da montanha. Eliseu, por revelação, ficou sabendo do procedimento de seu servo, e o censurou por isso e o amaldiçoou, e disse que a lepra de Namã pegaria nele, o que verdadeiramente ocorreu, conforme relato bíblico. II Re. 5:20-27.

Temos visto até aqui palavras cheias de poder, ainda que para mal daqueles que não agiram corretamente, ou que não estavam em integridade. Eram faltosos, e receberam a má palavra de homens de Deus.

As palavras tem sido mal empregadas pelo homem, e isso é um grave mal. Jesus disse que pelas tuas palavras serás condenado, e pelas tuas palavras serás justificado. Mt. 12:37. E as Escrituras dizem mais: que quem quiser ver dias bons, que refreie a sua língua do mal. I Pe. 3:10. E que o poder da vida e da morte está na língua. Pv. 18:21.

Mas a língua tem sido usada como uma arma e não como um instrumento de bênção. Por isso somos advertidos pelas escrituras a não usá-la para abençoar e amaldiçoar, mas apenas para abençoar. E que da nossa boca não deve sair nenhuma palavra torpe, mas só a que seja para a devida edificação, para que dê graça aos que ouvem. Ef. 4:29.

Mas pratica-se o jogo do mundo. Fala-se com a boca, pronunciando belas palavras que, ainda que possam vir do coração, são vazias, já que quem as pronunciam não tem poder em si mesmo para enchê-las, e não existe concorrência daquele em quem está o poder: Jesus. Quantas vezes diz-se bom dia, boa tarde, boa noite, apenas por obrigação, mas sem haver a intenção de que o outro os tenha!

Igualmente abusa-se da expressão: Deus te abençoe quando isso não pode nada se não houver poder em quem proclama a palavra, bem como daquele que é invocado no ato, e que é quem pode abençoar.
Assim, vemos muita pronúncia de bênção, mas pouca bênção. E até as bênçãos proferidas podem se transformar em maldição, caso não haja a obediência requerida daquele que abençoa.

A alguns anos atrás eu ouvia de mães aborrecidas, dizerem aos filhos: vai-te à droga. E hoje esses filhos podem estar nas drogas. Pois a palavra dita por uma mãe pode ser muito perigosa. Uma mãe pode inadvertidamente amaldiçoar a um filho. Da mesma forma, outras expressões podem ser pronunciadas e trazerem consequências danosa aos filhos, como: vai-te a m...; seu...m; abestado, lerdo, pomboca, porcaria; mesmo que seja por brincadeira, ou até de uma forma carinhosa. Temos ouvido expressões do tipo, pronunciadas aos filhos pelas mães.

Mas uma expressão pior ainda, e uma que volta e meia ouvimos de muitos, e dos pais também: vai pro inferno! Muita gente ignora que inferno não é lugar de sofrimento, mas a sepultura. Assim, muitos filhos têm sido condenados à morte por seus próprios pais.

E não é só a palavra falada que tem peso, ou que pode operar para bem ou para mal. A palavra escrita também tem levado muitos à desgraça. E isso inadvertidamente. Vemos, por exemplo, diariamente pessoas se trajando com roupas com expressões, como: zoomp, fórum, etc. E como cada uma delas tem um significado, elas concorrem para o fim para o qual ela é proposta. O zoomp representa Satanás. Leia o trabalho codificado por nós, com o título “Simbologia cruel”. E fórum  é o lugar onde as pessoas comparecem para demandarem, intimados pela justiça.

Disse o  pai de um amigo meu,  inadvertidamente:  Eu queria saber o gosto que tem um xadrez. Dentro de poucos dias ele estava preso acusado de uma atitude vergonhosa. Ele foi julgado pelas palavras dele.

E com relação ao zoomp, muitos estão marcados na mesma parte em que se ferra gado: no quarto traseiro, e ostentam isso com satisfação, sem saberem que estão marcados para morrer, e como possessão daquele que detém o poder da morte: Satanás.

Hoje, a mentira é justificada como uma necessidade para salvar negócios, ou para evitar perdas. Mente-se até sem necessidade, e até de brincadeira. Mentir já não causa mais vergonha. Até o primeiro mandatário de um país tido como modelo mentiu para as autoridades superiores do seu país, quando inquirido em juízo. E isso foi tolerado por quase metade dos representantes do povo no congresso daquele país. Essa atitude acaba por servir de exemplo e modelo para aqueles que buscam uma razão para se justificar. E não se dão conta que isso e abominável a Deus, e que os que amam e praticam a mentira são abomináveis para Deus, que irá puni-los com a morte eterna.

Não poucos sentem vergonha de suas falhas, ou não querem se humilhar e pedir perdão por suas faltas, negligências ou descuidos, e preferem mentir para justificar um erro, omissão e engano. É a mentira que dizem ser necessária. E assim o mentiroso é premiado, e o sincero e íntegro é punido.

Mas não se esqueça! Deus é justo, e ama a justiça. E Ele dará a cada um segundo as suas obras. E para Ele não tem macho ou fêmea; rico nem pobre; servo ou livre. Mas que todos são iguais, e todos haverão de comparecer diante do tribunal de Cristo, para receber a sua recompensa. Os que fizerem o bem, para a vida eterna; e os que fizerem o mal, para a condenação eterna. Portanto, feche a boca, e abra o coração, a fim de ser poupado.
oliprest
Enviado por oliprest em 16/04/2010
Alterado em 24/12/2014


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr