LOUCURAS DE DEUS?
LOUCURAS DE DEUS?
As Escrituras narram episódios ordenados por Deus ao Seu povo, que, à ótica do lógico, seriam verdadeiras loucuras, posto que temerárias.
Façamos uma incursão nas Escrituras, e consideremos alguns desses episódios que alguém poderia chamar de tresloucados.
Comecemos com a retirada do povo de Israel do Egito. Uma nação tão numerosa quanto uma capital como Porto Alegre ou Belo Horizonte, e vivendo dentro de outra nação, como seus escravos, nada obstante possuírem um exército de seiscentos mil homens que arrancavam da espada.
Essa gente toda Deus mandou sair do Egito, onde servia a Faraó, para seguir para o deserto, à noite, e que não fossem pela estrada principal da terra dos filisteus, se bem que fosse mais perto, mas os fez rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho. Êx. 12:42 e 13:17 e 18.
Consideremos: primeiro, mandá-los sair à noite, por um caminho que nem estrada era; com crianças, à pé, com rebanhos e manadas, e sem comida preparada. Ex. 12:37-39.
Se para alimentar uma pequena quantidade de pessoas, numa cidade onde haja livre comércio, já é tarefa que talvez ninguém queira tomar o encargo a não ser que tenha sido feito as devidas provisões, imaginem alimentar milhões numa região desértica, sem nenhuma infra-estrutura, como: água potável, esgoto, iluminação, combustível, etc.
Não poderia o Senhor destruir aos egípcios como destruiu aos seus primogênitos, e dar seus bens aos israelitas? Sim, poderia. Mas Ele tem seus planos e vela pela Sua Palavra para a cumprir. Ele havia prometido a Abraão que tiraria a descendência dele do Egito, depois de eles serem oprimidos por quatrocentos anos, e que executaria juízo à nação opressora. O episódio também teve como objetivo deixar exemplo para a posteridade, não só do poder de Deus e da Sua soberania, como de como agirá Deus em benefício do seu povo num futuro próximo, punindo aqueles que lhe oprime agora.
Guiou-os Deus pelo deserto durante quarenta anos, e nunca se inchou os seus pés e nem envelheceram seus vestidos. Alimentou-os diariamente; deu-lhe vitórias nas guerras contra os povos gentios, ainda que fossem mais numerosos, possuíssem cidades muradas até o céu, e fossem estabelecidos.
E para que eles não se ensoberbecessem, mandou-os rodear a Jericó uma vez cada dia, em silêncio, e no sétimo rodeá-la sete vezes. Com gritos e toques de buzinas fez ruir os muros de Jericó, sendo o primeiro canhão acústico que se tem conhecimento na história, utilizado para demolir uma edificação.
Em outra ocasião mandou a Gideão, a quem escolheu para essa missão, dispensar um exército de mais de trinta mil homens, retendo apenas trezentos homens para uma guerra em que o inimigo, os midianitas, era inumerável como a areia do mar em gente e camelos. Mandou-os à noite com tochas dentro de cântaros, e buzinas nas mãos. Conforme a instrução do Senhor, mandou Gideão que eles quebrassem os cântaros no momento em que ele o fizesse e que tocassem as buzinas. Essa ação causou grande confusão no arraial inimigo, e fez com que um voltasse a sua espada contra o seu companheiro, exterminando-se mutuamente. Jz. 6 e 7.
Outro episódio ímpar ocorreu com o profeta Oséias, a quem mandou Deus tomar como mulher uma prostituta, e que gerasse filhos com ela, fazendo uma símile entre Ele e o profeta e a prostituta e as tribos de Israel e Judá. Depois mandou outra vez Oséias tomar uma mulher adúltera para mostrar o Seu amor pelo povo de Israel, ainda que ele olhasse para outros deuses. Veja:
“Quando, pela primeira vez, falou o Senhor por intermédio de Oséias, então, o Senhor lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição, porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.” (Oséias 1:2 RA)
“Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos de passas. Comprei-a, pois, para mim por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada; e lhe disse: tu esperarás por mim muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti.” (Os. 3:1-3 RA)
Quem ou qual profeta aceitaria hoje tal loucura? Não atribuiria ele isso a um espírito que não o de Deus?
Muitos têm atribuído a demônios ordens dadas pelo Senhor, esquecendo que Ele é soberano, e mui sábio de coração.
Jesus chamou para o Seu ministério homens iletrados e pescadores.
A maioria, quando busca alguém para ser seu empregado ou servo, seleciona-o entre os demais, buscando antes os mais doutos, os que possuem mais conhecimentos e capacidade. Ele não. Buscou gente simples, humilde, sem posses e desconhecidos entre o povo. Isso para que eles não se ensoberbecessem. Quando um deles usou sua espada, por ocasião da prisão de Jesus, disse Ele: mete a tua espada na bainha, pois quem com a espada ferir, com a espada será ferido.
Jesus, apesar de poder dispor de inumeráveis exércitos, deixou-se bater, cuspir e zombar.
Não é em vão que nos dizem as Escrituras que a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. I Co. 1:25.
oliprest
Enviado por oliprest em 07/08/2010