EU E UM BEIJA-FLOR
EU E UM BEIJA-FLOR
Um beija-flor entrou na área onde funciona uma empresa de serviços automotivos, e não conseguiu mais sair. Quando eu o avistei circulando no ambiente, busquei ajudá-lo a sair dali, mas foram inúteis os meus esforços. O ambiente era alto, havia uma faixa que funcionava como banner na parte superior de ponta a ponta da fachada do prédio, o que o impedia de sair pela grade pela qual ele entrou nessa área. Ele só voava por cima e não descia um pouco o que poderia lhe dar visão da rua.
Imediatamente me veio à mente que assim Deus nos vê, quando entramos em certa situação da qual não sabemos sair, embora ele pudesse fazer-nos sair e não perecer nesse ambiente. Assim como o beija-flor, que não voava um pouco mais baixo o que lhe poderia dar visão da rua e fazê-lo escapar dali, alguns de nós às vezes não saímos de certa situação devido não descermos do nosso pedestal nos humilhando para com Deus, e ficamos a mercê da situação, girando, girando, e perecendo por fim.
Enquanto o passarinho continuava volteando, e o sol já declinava no horizonte, vim escrever esse texto considerando sobre o fato. Em dado momento senti um som como de algo batendo no vidro que separa a oficina de onde me abrigo. Fui até ela e abri-a esperando que ele pudesse ser atraído pela luz fluorescente do ambiente e eu o pudesse pegar e soltar. Mas uma vez o meu cuidado não logrou êxito.
E continuei a considerar que também às vezes Deus nos abre uma janela para entrarmos onde ele esta a fim de ele poder nos tomar nos braços e nos libertar da situação em que estamos, mas nós, como o beija-flor, não compreendemos a sua intenção, e continuamos a voar buscando a saída que está a nossa frente porém mais embaixo.
E me veio a mente que Jesus, ainda que igual a Deus, quando estava para ser preso no jardim onde o prenderam, de joelhos orava dizendo: Pai, se te é possível, passa de mim esse cálice. . . Nessa ocasião, segundo o registro bíblico, ele suou e o seu suor se transformou em gotas de sangue.
Para satisfazer a curiosidade de uns e não ficar como que sem final a narrativa, devo dizer que antes de terminar de escrever esse artigo, e já decorrido mais de uma hora que o avistei volteando no ambiente, eu fui ver se ele ainda se encontrava lá, mas não o vi. Espero que ele tenha saído ileso. Caso contrário poderá servir de repasto para os insetos rasteiros que se ocultam em ambiente do tipo, do mesmo modo como alguns de nós podemos servir a fins pouco honrosos a outros que nos apanham num beco sem saída.
oliprest
Enviado por oliprest em 08/08/2010
Alterado em 08/08/2010