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SANGUE, MOEDA E ALIMENTO?
    
Ao longo da existência da humanidade, o homem tem usado várias coisas como meio de troca (moeda). Dentre elas as que mais se destacaram foram o ouro e a prata, quiçá devido ao seu valor serviram como meio de troca, assim como o sal. Mas sangue como meio de troca? Parece coisa macabra. Entretanto, tem sido a moeda mais valiosa já utilizada como meio de aquisição.

Alguém perguntaria: Quando? Em que reino ou nação aconteceu ou acontece isso? Ao que respondemos: desde tempos remotos até o dia de hoje, num reino que está dentre nós.

A mais de três mil anos atrás, prefigurando a morte do Salvador Jesus, foi instituída a páscoa para o povo de Israel no Egito. Era a imolação de um cabrito ou cordeiro, macho de um ano, sem defeito, cujo sangue deveria ser aspergido nas ombreiras das portas do povo de Israel, para que, ao passar o anjo vingador, ao ver o sangue, não ferisse o povo de Israel. O mesmo não aconteceu com o povo do Egito, que teve em cada casa um morto, os primogênitos tanto de homens como de animais. Naquela ocasião o sangue dos animais imolados foi o resgate do povo de Israel, o preço das suas vidas.

Essa prática da imolação continuou até a vinda do Messias, cuja morte aboliu aquilo que aquele ato prefigurava, seu sacrificio. Após a abolição desse ato isso se tornou abominação a Deus, conforme profetizou Isaías: O que imola um boi é como o que comete homicídio; o que sacrifica um cordeiro, como o que quebra  o pescoço a um cão; o que oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Is. 66:3.

Mas por que o sangue? Matar indefesos animais? Porque o sangue é a vida. E o cordeiro simbolizava Cristo, o "Cordeiro de Deus  que tira o pecado do mundo". Jo. 1:29. Pois é o sangue que fará expiação pela alma.  Lv. 17:11.

Sim, o sangue de Cristo derramado na cruz do calvário, foi o preço pago a satanás pelas almas daqueles que, a partir de então, desejarem a vida eterna. Por isso foi revelado a João:... Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação. Ap. 5:9. Mas esse pagamento só é feito se o servo aceitar o resgate. Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem filhos de Deus; a saber, os que crêem em Seu nome. Jo. 1:12.

Mas, e esse sangue, é também alimento? Sim. E vamos demonstrar claramente.

A noitinha da quarta feira, dia em que Jesus foi crucificado e morto, para cumprir o que fora profetizado em Dn. 9:27 2ª p. ( e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares), Jesus comeu a última páscoa, dando encerramento aquele ato prefigurativo, e instituído a ceia do Senhor. Vejamos:

Levantou-se da ceia (ceia páscoa), tirou os vestidos, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois colocou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido, etc. Jo. 13:4-5. Acabado o ato do lava-pés, cerimônia que precede a ceia do Senhor, tomou Jesus pão, e abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue do Novo Testamento, ou Novo Pacto, que por muitos é derramado. Mr. 14:22-24. E em Mateus, para se cumprir o que prescreve Provérbios 2:4, acrescenta: “Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, pra remissão dos pecados”. Mt .26:28.

João registra que, em certa ocasião, Jesus disse: “Eu Sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Disputavam pois os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? Jesus pois lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu ressuscitarei no ultimo dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, quem, de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre”. Jo.  6:48-58.

Disse mais Jesus: Eu Sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Jo. 15:1, 2 e 4.

Portanto, concluímos: O sangue de Jesus é a moeda que compra a alma do pecador que o aceita; o qual precisa participar da ceia do Senhor, comendo a sua carne, simbolizada pelo pão asmo, e beber o seu sangue, simbolizado pelo vinho (suco da uva - não alcoólico). Isto para ter direito a ser ressuscitado no último dia, primeira ressurreição - a dos justos. Essa é a condição para tornar-se participante do Seu Reino, pois disse Jesus: “Não cuides que o reino dos céus virás de forma aparente, porque eis que o reino de dos céus está entre vós”. Lc 17:20-21.

Oli Prestes
Missionário
oliprest
Enviado por oliprest em 15/09/2010
Alterado em 05/12/2019


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr