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SE CRERES, VERÁS

Desde os tempos antigos tem Deus mostrado a necessidade de se crer para poder se auferir as bênção prometidas por Ele e as consequências decorrentes da dúvida. Nas exigências de Deus, só a obediência se sobrepõe a fé.

Quando Deus fez pacto com o povo de Israel, após tirá-lo do Egito, estabeleceu condições para a que o povo auferisse as bênçãos prometidas. Disse Deus:

E será que se diligentemente ouvirdes a minha voz tendo cuidado de guardar todos os mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra; e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus. Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo. Dt. 28:1-3 e versos seguintes até o treze, onde reforça: se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu  Deus, que eu te ordeno, para os guardar e cumprir, não te desviando de nenhuma das palavras que eu hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, e não andando após outros deuses, para os servir. Versículo 14.

A partir do versículo quinze o Senhor enumera, porém, as maldições resultantes da desobediência ao que Ele determinou. E são tantas as maldições que resultam da desobediência ao que Ele determinou que se estendem até o versículo sessenta e oito, final do capítulo.

Naquela passagem, vemos que o Senhor Deus não instruiu o povo a ter fé, mas a obedecer diligentemente os seus mandamentos e preceitos. Entretanto a fé está subtendida nesse caso, pois os que desobedecem é porque duvidam das conseqüências funestas que isso acarreta.
Na epístola aos Hebreus, o missivista fala nos seguintes termos: Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo; (...) E a quem jurou, senão aos que foram desobedientes que não entraram no seu descanso? E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade. Hb. 3:12-19.

Como prova de que a obediência se sobrepõe à fé, temos o registro bíblico do caso do general Namã, que era leproso; e, devido ao testemunho de uma serva sua, de origem israelita, ele procurou o profeta Eliseu, com o desejo de ser limpo por ele da lepra que sofria. Esperava, entretanto, o general, ser orientado a fazer algo muito sacrificoso, enquanto que o profeta lhe mandou tão somente mergulhar sete vezes no rio Jordão. O general não ficou satisfeito, pois que achava os rios do seu país melhores que o referido pelo profeta. Instado por seus servos, resolveu fazer o que havia sido mandado por Eliseu, tendo sido limpo quando realizou o último mergulho no rio Jordão.
Nesse episódio vemos que, não obstante a sua dúvida, ele auferiu a bênção devido a obediência, cumprindo com o que lhe fora mandado fazer.

Mas temos o registro de casos em que a incredulidade resultou em graves conseqüências aos incrédulos, e até na morte destes.

Nos contam as Escrituras de um episódio em que Samaria estava cercada por um exército Sírio, e o mesmo profeta Eliseu disse que no dia seguinte haveria abundância de alimentos para vender à porta da cidade, cujos moradores já estavam comprando até cabeças de jumento para comerem; pagando preços exorbitantes por elas, devido a grave fome motivada pelo cerco.  Um capitão do rei da cidade, ao ouvir tal previsão profética, falou precipitadamente: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poderia isso acontecer? Disse Eliseu: Eis que o verás com os teus olhos, porém não comerás. Segundo o mesmo relato bíblico, o Senhor fez ouvir no arraial dos Sírios um ruído de carros e de cavalos, como de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem sobre nós. Pelo que se levantaram e fugiram, ao crepúsculo; deixaram as suas tendas, os seus cavalos e os seus jumentos, isto é, o arraial tal como estava, e fugiram para salvarem as suas vidas. Uns leprosos que estavam à entrada da cidade, arriscaram ir até ao arraial sírio, pois confabularam entre si: se entrarmos na cidade, há fome e morreremos; e se ficarmos sentados aqui, também morreremos. Vamo-nos, pois, agora e passemos para o arraial dos Sírios; se eles nos deixarem viver, viveremos; e se nos matarem tão somente morreremos. Lá chegando e constatando que os Sírios se haviam evadidos, começaram o saque, mas resolveram ir dar a notícia na cidade. O rei mandou constatar o noticiado, e, isto feito, o povo saiu para saquear o arraial sírio abandonado, tendo o rei colocado o referido capitão à entrada da cidade. Ele fora atropelado pelo povo e morreu, tendo se cumprido o que o profeta Eliseu predissera que o capitão veria com os seus olhos, mas que não comeria. II Rs. 7.

Outro caso de dúvida é registrado nas Escrituras, no livro de Amós. O profeta Amós havia sido chamado de detrás do rebanho pelo Senhor, e mandado profetizar ao povo de Israel. Mas como a profecia fosse desagradável ao rei e ao seu reino, o sacerdote Amazias mandou que o profeta fosse profetizar noutro lugar. Disse o profeta: “Portanto assim diz o Senhor: tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel; e tu morrerás numa terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra”. Am. 7:10-17.  

Fé não pode se sobrepor a obediência. E isso está de acordo com as Escrituras.

Em Tiago diz o apóstolo: Que proveito há, meus irmãos, se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? (...) Vede então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente por fé. Tiago. 2:14 e 24.

Outrossim, fé não é um dom exclusivo do povo eleito. A prova disso é o episódio do encontro de Jesus com a mulher cananéia que estava com sua filha endemoniada e que seguia a Jesus clamando. Nessa ocasião, ao seu pedido de socorro, Jesus respondeu: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. Ao que elas disse: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: “Oh mulher, grande é a tua fé! Seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã”. Mt. 15:21-28.  

Ainda outro caso. E entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe, e dizendo: “Senhor, o meu criado jaze em casa paralítico, e violentamente atormentado”. E Jesus lhe disse: “Eu irei, e lhe darei saúde”. E o centurião, respondendo, disse: “Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará; pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faz isto, e ele o faz”. E maravilhou-se Jesus ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mt. 8:5-10.

Paulo, o apóstolo dos gentios, mostra a inutilidade de fé que pode até transportar montanhas, se não houver o amor, que significa a guarda dos mandamentos de Deus. I Co. 13:1 e 2.

É bem verdade que Jesus disse à Marta: Se creres verás a glória de Deus. Mas Marta já era uma seguidora dele, e, como tal, devia guardar os mandamentos.

Entretanto, para o jovem rico, Ele disse: Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.

O apóstolo Tomé não recebeu castigo pela sua incredulidade de não crer que Jesus havia aparecido aos demais discípulos do Senhor após a Sua ressurreição, mas uma reprovação e advertência: Sejas crente e não incrédulo.

O sacerdote Zacarias teve a visita de um anjo aquando ministrava o sacerdócio no templo, o qual lhe prometeu um filho. Ele perguntou como teria certeza disso, pois ele era velho, bem como sua mulher avançada em idade. O anjo lhe disse ser Gabriel e que assistia diante de Deus, e que Zacarias ficaria mudo até o dia em que essas coisas se cumprissem, visto ter ele duvidado e não crido nas palavras do anjo. Lc. 1:5-20.

Zacarias já tinha um exemplo disso nas Escrituras: o caso de Abraão e Sara. Portanto não era inexperiente. Como sacerdote, recebendo a notícia da boca de um anjo que se materializou junto à ele, não havia razões para duvidar, mas duvidou.

Há quem pense crer em Deus por aceitar a sua existência. Para estes diz o Senhor através da inspiração dada a Tiago: Crês que Deus é um só? Fazes bem. Os demônios também crêem e tremem.

Então devemos crer em quê?

Devemos crer nas palavras do Senhor. Porque o céu e a terra podem passar, mas as Suas palavras jamais passarão. E quem crer nele, ainda que esteja morto viverá. E verá a glória de Deus.
oliprest
Enviado por oliprest em 24/09/2010


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr