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A NOVA ORDEM

Tudo tem o seu tempo e o seu fim ou finalidade. E quando esta atinge o seu objetivo, ótimo; mas, caso isso não se concretize, principalmente por desvios de quem estava incumbido da missão, faz-se necessário que se instale uma nova ordem, ou que uma nova ordem seja dada, não mais para os negligentes encarregados inicialmente da missão, pois que já fracassaram naquilo que lhes havia sido designado, mas a outros.

         Esse procedimento foi usado por Deus no passado para que o plano de resgate do homem alcance plenamente o objetivo para o qual ele fora elaborado. Assim, após o fracasso dos sacerdotes e levitas na tarefa que lhes havia sido confiada de cuidar do homem e conceder-lhe acesso a Deus pelo cumprimento dos requisitos impostos para isso, Deus mandou outro representante, Seu Filho unigênito, para estabelecer nova ordem às coisas. Não que todos houvessem falhado totalmente no cumprimento da missão, mas os cabeças se desviaram da finalidade e perderam a noção de suas responsabilidades.

         E para constituição da nova ordem fazia-se mister que a primeira fosse revogada, sendo destituídos aqueles que a detinha. É como se alguém passasse uma procuração para outrem realizar determinado negócio. Para que seja nomeado novo procurador, a fim de realizar o negócio que não fora feito pelo outorgado, é necessário que seja cancelado o mandato anterior, a fim de não existir superposição de poder.

         Ao constituir Deus a Israel como povo Seu, constituiu também a sacerdotes e levitas para cuidarem dele. Tendo se completado o tempo para essa forma de governo, mandou o Senhor a Seu Filho Jesus a fim de tomar posse do Seu reino. Mas os outorgados anteriores não aceitaram ser destituídos, tendo estes elaborando ardiloso plano para eliminar aquele a quem pertencia o reino – Jesus.

         Assim sendo, não só o mandato anterior foi cancelado, como a autoridade foi passada a outros. Os primeiros possuíam as leis, os cultos, os ritos, mas o outorgante deitou isso a baixo e entregou a outros servos os encargos do ofício. Retirou os sacerdotes e constituiu a pastores em seu lugare, tirou os levitas e substituí-os por diáconos, reis por presidentes, profetas de ofício por homens com dom de profecia, etc.

         Nada obstante, os primeiros outorgados não quiseram aceitar ser depostos e continuam a reivindicar para si o direito de outorgados, pretendendo ter esse mandato vitalício. Ou seja, os judeus não aceitaram a nova ordem imposta por Cristo, e continuam a se considerar o único povo com direito as promessas.

Outrossim, a igreja constituída por Jesus a partir desse episódio também falhou na execução do plano e cumprimento do objetivo, tendo por isso perdido o direito de esposa, pois que se tornou adúltera, tendo o Espírito Santo, a quem fora confiado o homem durante esse período final da graça divina, buscado outros homens para cumprir a Sua vontade.

         A igreja apostólica, conquanto ter sido constituída pelo próprio Senhor, por Ele também na pessoa do Espírito Santo, foi destituída da função de eleita, tendo esse direito sido passado a outra.

         E ainda hoje continua as substituições. Aquela que não cumpre com o papel para o qual foi eleita, é deposta e substituída por outra. É Vasti sendo deposta, não obstante a sua grande beleza, para dar lugar a Ester, mulher simples, mas sincera, humilde e honesta.
oliprest
Enviado por oliprest em 28/09/2010


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr