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AS MARCAS DE CRISTO
         Disse certo homem: Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus. Gl. 6:17.

         Todo homem tem em si alguma marca que o caracteriza. Essa marca pode ser inerente ou adquirida. As inerentes pertencem aos seres espirituais, as adquiridas, aos seres humanos. A primeira as tinha Jesus, já que possuía, como Deus, a natureza divina; a segunda, recebeu Caim após a sua transgressão de matar o seu irmão Abel. Não vamos cogitar desta, pois não faz parte do objetivo deste artigo, mas daquela, cujo título rotúla este esboço.

         Mas também são o que modernamente chamam de “traços”, como traços de personalidade.

         Jesus, por ser divino, tinha esses traços, o quais eram inerentes a Sua natureza, e, indeléveis, transpareciam no Seu caráter. Um desses traços está mencionado no livro do profeta Isaías, que diz: "Quem deu crédito à nosso pregação: e a quem se manifestou o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante Ele, e como raiz duma  terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para Ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dEle caso algum". Is. 53:1-3.

         Ainda que Ele tenha vindo em carne e deixado o Seu trono de glória no céu, parte da Sua divindade esteve presente no Seu caráter e foi manifesta entre os homens e registrado para a posteridade. É o caso da onisciência.

         Não obstante isso, como Ele veio para cumprir um objetivo que incluía a Sua morte e entrega do Seu corpo em sacrifício pelos pecadores, Ele não usava essa faculdade em benefício próprio, mas negava-se a si mesmo, a fim de não só cumprir cabalmente a Sua missão, como agradar aquele que lhe enviou: O Pai.

         Em várias passagens bíblicas vemos que Jesus sabia de tudo. É o caso dos roubos de Judas. Jo. 12:6; que ele O havia de trair. Jo. 13:21; que os fariseus arrazoavam em seus corações por Jesus ter dito: filho, perdoados são os teus pecados. Mc. 2:3-8; que já os pecadores vinham para prendê-lo. Mt. 26:45; que a mulher samaritana tinha possuído cinco maridos. Jo. 4:18, etc. Mas essa marca era dEle como Deus, e não pertencia aos humanos,  a não ser ocasionalmente, por revelação divina, como no caso da mentira de Ananias e Safira, quando Pedro os desmascarou resultando na morte do casal. At. 5:1-10.

         Mas uma marca Ele tinha que lhe dava muita glória entre os mortais que o acompanharam, a de suportar afrontas e de sofrer sem reclamar ou se lamentar. Essa foi uma marca que o acompanhou até à morte. Ele sofreu fome, sede, sono, cansaço, angústia, tristeza, afrontas, abandono, desprezo e traição, etc., mas suportou tudo com rosto de seixo (liso e duro), ou seja, com resignação e serenidade.

         Ainda não encontrei nas escrituras nenhuma citação que diga que Jesus sorriu ou era alegre; mas várias em que Ele chorou.

         O cálice amargo, que os discípulos não sabendo que assim era disseram que podiam tomar, eles o tomaram cada um ao seu tempo por ocasião das suas mortes.

         E todos que O seguirem devem saber que a nós nos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como padecer por Ele. Fl. 1:29.

Oli Prestes
Missionário
oliprest
Enviado por oliprest em 28/09/2010
Alterado em 14/02/2020


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr