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O TERMÔMETRO DA ESPIRITUALIDADE

Conheci um pastor que media a situação espiritual das igrejas da sua jurisdição pelos dízimos e ofertas que elas recolhiam. Entretanto isso não era verdadeiro quanto a uma das igrejas, a que eu pertencia. Ainda que a renda fosse até elogiada, o estado espiritual não era razão para alarde. As contribuições era o resultado do trabalho realizado por quem disso se ocupava, cujo resultado era proporcional ao esforço dispendido. A igreja vendo que se aplicava em seu benefício aquilo que lhe era destinado, sentia-se recompensada e contribuía com mais boa vontade. Já a parte espiritual, que dependia do principal líder da igreja, o pastor, deixava muito a desejar. Digo isso não só por ter pertencido à mesma, mas por ter sido seu tesoureiro e podido acompanhar os dois aspectos no período.

Se uma igreja não contribui como deve e pode, alguma coisa está acontecendo. É natural que uma igreja que não sirva a Deus com dízimos e ofertas esteja mal espiritualmente. Isso dizemos porque sabemos que Deus estabelece uma relação de reciprocidade com seu povo. Entretanto, isso só não é fator determinante para a medida da sua espiritualidade. Existem outros fatores a serem ponderados e de peso na questão.

Seria possível se medir a espiritualidade de uma pessoa ou de uma igreja? Sim. E sabemos que o estado espiritual dos membros de uma igreja reflete o estado dela no geral.

É fácil se encontrar igrejas ricas materialmente, assim como é fácil encontrar igrejas com bons corais, bons evangelizadores, que praticam a filantropia, realizam obras sociais, etc. Isso depende de boa vontade, diligência, ânimo pronto, mas não significa que estejam ótimas espiritualmente. Por quê? Porque essas coisas também fazem os gentios. Igrejas não cristãs possuem corais, sacerdotes ativos, seja no trabalho de divulgação da doutrina que divulgam, seja em serviços de filantropia e obras sociais. Nem por isso são boas espiritualmente. O que determina, então, a espiritualidade, ou o que demonstra serem espirituais? O poder de Deus.

Paulo, o apóstolo dos gentios, escrevendo aos Tessalonicenses, disse: Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza..I. Ts. 1:5.

E aos Romanos escreveu: Porque não ousaria dizer coisa alguma que Cristo por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até o Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. Rm. 15:18 e 19.

A messianidade de Jesus era demonstrada no poder para curar enfermos, dar vista aos cegos, limpar leprosos e ressuscitar mortos.

Isso era coisa certa na Igreja primitiva, também: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos”. At. 2:42 e 43.

Numa manchete de jornal evangélico, li o seguinte: Deus fez maravilhas no 23º aniversário da Igreja Evangélica de Vila Yara. Que maravilha foi essa? Igreja cheia, almas aceitando a doutrina daquela igreja, alegria, oração calorosa? Ou cura de enfermos, libertação de oprimidos,  limpeza de leprosos, etc.?

A manifestação do poder de Deus apenas no falar em línguas e sermões apoteóticos, tem confundido muitos que não sabem discernir entre um e outro.

Disse Jesus: “Pelos frutos conhecereis a árvore”. Lc. 6:44. E: “Não pode uma árvore boa produzir mal fruto”. Ou: “Fala a boca do que há em abundância no coração”. Lc. 6:45.

Um dos sinais de temperatura em elevação, são os frutos dos lábios: ações de graça, louvores espirituais espontâneos e cotidiano, testemunhar de Cristo e da Sua benignidade; ou, ainda, dedicação e voluntariedade para anunciar a salvação do Mestre, evangelizar outros, bem como a aplicação à oração. O tempo de dedicação à oração é fator preponderante para um crente ser santificado através da palavra de Deus, para a obtenção de poder. E quando falamos através da palavra, falamos de tudo o que deve ser obedecido para a obtenção de santificação: cuidado com a língua, com o porte e a conduta cristã, jejuns, etc.

Esse termômetro não está à venda no comércio, e só o possui o que é espiritual. Porque o homem natural não é espiritual. “Porque o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”. I Co. 2:14 e 15.
oliprest
Enviado por oliprest em 30/09/2010


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr