Acaso tem Deus inimigo? Se Deus é quem sustenta tudo, acaso tendo Deus algum inimigo, como este subsistiria? O meu genitor costumava perguntar quando via um filho mostrando má criação: “Eu estou criando cobra pra me comer?” Então, acaso Deus está sendo conivente com um mal, quando permite que algum rebelde subsista, sendo mantido vivo por causa da graça e misericórdia de Deus?

Diz o espírito por Tiago: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Tg. 4:3 e 4.

Vemos nessa passagem da epístola universal de Tiago que, quando alguém é amigo do mundo, torna-se inimigo de Deus. Por quê?

Porque o mundo jaz no maligno. Ou seja, está no maligno. Está morto.
Mas quando alguém é amigo do mundo?

Para responder essa pergunta precisamos primeiro saber quem é o mundo. Na conceituação moderna do próprio homem mundano, natural e comum, o mundo é a terra ou os seus habitantes. Mas segundo as Sagradas Escrituras, não. Disse Jesus:

Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Jo. 15:19.

E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Jo. 17:11 e 12 p.parte.

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Jo. 15:18.

Mas como o mundo odiou e odeia a Ele, se mesmo os gentios dizem que amam a Jesus?

Existe profundidade nisso. Quando em muitas ocasiões é feito referência a Ele ou quando as Escrituras falam dEle, não raro estão se referindo a sua pessoa jurídica e não física. Porque o Jesus físico, sofrido e crucificado todos dizem amar; mas o Cristo, a palavra de Deus, ou a sua lei, poucos querem e cumprem, pois este é o caminho estreito e a porta apertada.

Mas, mesmo no meio do povo que se nomeia de povo de Deus, há os que se dizem amigos de Deus, dizem que amam a Deus, mas são inimigos dele. Quem são, e como agem esses tais? Veja:

Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? I Jo. 3:16 e 17.

Diz um texto bíblico:

“Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá”. Sl. 101:6.

Mas quem são os fiéis? Aqueles que dão dízimos e ofertas?

Transgredis e vinde a Betel; multiplicai as transgressões e vinde a Gilgal; e cada manhã trazeis os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos de três em três dias. Am. 4:4.

Nesse trecho o Senhor denuncia um povo que é observador religioso da entrega dos dízimos, mas que, apesar disso, é transgressor.

Vejamos que condições pode colocar a alguém como inimigo de Deus.
Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tg. 4:2 e 3.

Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Tg. 4:4.

Essa denúncia e séria advertência feita por Deus através do apóstolo Tiago não se dirige a outro senão ao povo que se nomeia de povo de Deus.

Cobiça, inveja, combates, guerras, falta de petição, petição para gastar em deleites próprios.

Quando isso acontece?

Não é comum ver-se entre o povo que se nomeia de povo de Deus cobiça por coisas materiais, como: carros, mansões, fortunas, dinheiro, imóveis na praia, chácaras, etc.

Alguém me disse: Eu tenho tantos mil, mas gostaria de alcançar um milhão. É um desejo meu.

Cevando em tempo de matança!

Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. I Tm. 6:9 e 10.
Por isso, Deus adverte:

Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. I Tm. 6:11.
E ainda mais:

Diz o Espírito Santo por Paulo:

Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna. I Tm. 6:17 - 19.

Vivem para si não renunciando o seu eu; não negam a si mesmos, sendo egoístas e avarentos; apegados as coisas materiais.

Quando os mundanos amam novelas, jogos esportivos, corridas de autos, todo tido de festas promovidas pelos que são do mundo, vivem perdendo seus tempos em coisas vãs, enquanto muitos perecem por falta de mãos que sejam estendidas e talentos sejam usados em benefício do reino eterno.

A estes será dito:

“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. Mt. 25:41-46.