PÁSCOA, O QUE É ?
A páscoa foi instituída por Deus por ocasião da retirada do seu povo do Egito. Na ocasião, depois das pragas que Ele mandou sobre o Egito, Ele instruiu a Moisés, líder escolhido para retirar o seu povo do jugo de Faraó (rei daquele povo e nação). Vamos transcrever o texto bíblico que registra o que disse Deus a Moisés, de como a páscoa deveria ser realizada.
Ora, o Senhor falou a Moisés e Arão na terra do Egito, dizendo: “Este mês será para vós o principio dos meses; este vos será o primeiro dos meses dos anos. Falai a toda congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras, e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha. Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura. Nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor. Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue , passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Ex, 12:1-14.
O cordeiro ou cabrito era um simbolismo. Quem eles simbolizavam?
Quando João avistou a Jesus que vinha para ser batizado, disse: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Jo. 1:29.
Durante muitos anos cordeiros, cabritos, carneiros, bodes, e também pombos serviram com suas vidas para aplacar a ira de Deus e abafar o pecado do seu povo. E eles eram protótipos que representavam Jesus, o qual veio derramar o seu sangue para perdão dos pecados, e foi também moeda de troca para comprar para Deus homens de todas as nações, línguas e tribos. Ap. 5:9. Pois, como escreveu Paulo numa de suas epístolas (cartas doutrinárias): “É impossível que sangue de bodes e de novilhos apague pecados”. E diz noutra escritura:
“Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não desta criação). E não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. Porque se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santifica os contaminados, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?" Carta aos hebreus 9:11-14.
Agora vamos ver quando a páscoa foi abolida. Escreveu Mateus, um dos discípulos de Jesus:
"Ora no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? Respondeu Ele: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos, E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa. Ao anoitecer reclinou-se às mesa com os doze discípulos; e, enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me trairá. E eles, profundamente contristados, começaram cada um a perguntar-lhe: Porventura sou eu, Senhor? Respondeu ele: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá. Em verdade o Filho do Homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. Também Judas, que o traía, perguntou: Porventura sou eu, Rabi? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste. Enquanto comiam, Jesus tomou pão, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados." Mt, 2617-28.
Leiamos o texto de Lucas, o médico.
"Aproximava-se a festa dos pães ázimos, que se chama a páscoa. E os principais sacerdotes e os escribas andavam procurando um modo de o matar; pois temiam o povo. Entrou então Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, que era um dos doze; e foi ele tratar com os principais sacerdotes e com os capitães de como lhe entregaria. Eles se alegraram com isso, e convieram em lhe dar dinheiro. E ele concordou, e buscava ocasião para lho entregar sem alvoroço. Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa." Lc. 22:1-8, e 13.
Leiamos também o texto de João, um dos discípulos de Jesus:
"Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Enquanto ceavam, tendo já o Diabo posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, que o traísse, Jesus, sabendo que o Pai lhe entregara tudo nas mãos, e que viera de Deus e para Deus voltava, levantando-se da ceia, tirou o manto e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água na bacia e começou a lavar aos pés os discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Chegou, pois, a Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, lavas-me os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás. Tornou-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Replicou-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Respondeu-lhe Jesus: Aquele que se banhou não necessita de lavar senão os pés, pois no mais está todo limpo; e vós estais limpos, mas não todos. Pois ele sabia quem o estava traindo; por isso disse: nem todos estais limpos. Ora, depois de lhes ter lavado os pés, tomou o manto, tornou a reclinar-se à mesa e perguntou-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também." Jo. 13:1-10.
Por que eles estavam limpos?
Porque eles obedeciam a palavra de Deus, que Jesus havia transmitido a eles, veja:
"Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus, e tu mos deste; e guardam a tua palavra. Agora sabem que tudo quanto me deste provém de ti; porque eu lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste." Jo. 17:6 a 8.
Que palavra Jesus lhes transmitiu? Veja:
"Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." Verso 17.
Mas que é a verdade?
"A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade." Sl. 119:142.
Outrossim, nos detenhamos na ocorrência de Pedro. Este não quis que Jesus lhe lavasse os pés. Jesus lhe disse que se ele não lhe lavasse os pés, ele, Pedro, não teria parte com Jesus. Jo. 13:9 e 10.
Mas nem todos estavam limpos. E isso ele dizia de Judas, que era o tesoureiro. Pois sendo Judas o que detinha a bolsa, era o tesoureiro, lançava mão do que era ali arrecadado. Diz um texto de João que ele era ladrão. E vemos que apesar disso Jesus o suportou e não o denunciou nem o expulsou do rol dos seus discípulos. Mas suporto-o até o fim.
Do que concluímos que aqueles que comemoram a ceia sem o lava-pés não têm parte com Jesus. Pois o lava-pés é um símbolo, como também o pão e o vinho, os quais devem estar presentes na ceia. O pão representa a carne de Jesus que foi rasgada por nós, e o vinho o seu sangue que foi derramado por nós. A ausência de fermento no pão significa o azedume do ressentimento que não deve haver no coração de quem participa da carne e sangue de Jesus por ocasião da ceia. Também significa hipocrisia. Pois disse Jesus: “Acaltelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”. Lc. 12:1.
Leiamos o texto de Paulo, constituído por Deus como doutor e apóstolo dos gentios (pagãos).
"Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha." Co. 11:23-26.
Observemos no texto de Marcos, capítulo 14, versículo 22, e Mateus 26:21, que antes de Jesus comemorar a ceia ele ministrou a páscoa, a carne do carneiro ou cabrito, de conformidade com o que ele instruiu a Moisés e Arão. Essa foi a última páscoa. A partir daí ele instituiu a ceia com o lava-pés. Também disse que aquilo era a nova aliança feita com o seu sangue. E essa nova aliança tem como base os termos da sua aliança que são os seus mandamentos ou a sua lei, veja:
"Então ele vos anunciou a sua aliança, a qual vos ordenou que observásseis, isto é, os dez mandamentos; e os escreveu em duas tábuas de pedra." Dt. 4:13.
Observemos que os discípulos só participaram da ceia depois de terem aceitado as palavras que Jesus lhes deu, as quais correspondem aos seus mandamentos, não antes. Do que inferimos que ninguém deve participar da ceia se não observar os mandamentos de Deus. Também deve ter passado pelo batismo de imersão, o qual significa morte para o mundo, sepultamento dos pecados e ressurreição para uma nova vida.
Esse ritual os discípulos também cumpriram antes, embora não estejam nos textos citados, e sim noutros, objeto de outro texto nosso.
A aliança é nova, mas a base constitucional é a mesma, a sua lei, a qual é eterna, e da qual ele disse que passará os céus e a terra mas elas não passarão. Mc. 13:31.
Quando a praticardes estareis rememorando a morte de Jesus, até que ele venha.
Boa ceia.
Oli Prestes
Missionário
(093)99190-6406
oliprest
Enviado por oliprest em 22/04/2011
Alterado em 14/04/2017