Todos que creem que Jesus é o Salvador do mundo querem ser seus filhos. E por causa dessa crença entendem que são amados de Jesus, ainda que não entendam ou pensam que entendem o porque dele não lhes responder quando clamam e/ou pedem algo e não são atendidos. Justificam isso algumas vezes, mas em outras se iram contra Ele, e dizem que Deus não os ama, no que eles tem razão, sem sombra de dúvidas.

Como diz um provérbio popular, a cada direito corresponde um dever. Assim, quem não cumpre com o seu dever, não pode exigir direitos. Com relação a isso é correto esse provérbio. E para que não se pense que estamos sem juízo, faremos a demonstração das razões que nos levam a crermos assim e porque afirmamos isso.

O homem, via de regra, pensa fazer favor a outrem, senão a Deus, quando faz bem a alguém ou deixa de lhe fazer algum mal. E pelo mal não feito ou por um bem feito, pensa com isso que está guardando méritos para a vida eterna. Nessa sua presunção atribui bondade a si, e acha que por isso Deus tenha que lhe retribuir com o direito máximo: a vida eterna. É necessário que não apenas creiamos assim, mas que tenhamos a certeza pela confirmação da palavra de Deus, sobre a qual toda fé precisa estar fundamentada, para que essa fé não seja uma fé vã. Será que Deus ama a todo mundo? Será que todos são filhos dele? Ou será que Ele tem predileção por alguns? Quem são esses por quem Ele tem amor?

Seu Santo Espírito inspirou a João que escreveu: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”. I Jo. 2:15.

Diz João no seu livro: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no seu nome”. Jo. 1:1-4 e 10 a 12.

A expressão o receberam ou o aceitaram, e, ainda, aos que creem no Seu nome, não significa o crer na sua existência. Pois Ele falou em certa ocasião: “Quem me não ama não guarda as minhas palavras; ora a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou”. Jo. 14:24. E: “Quem crer em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou”. Jo. 12:44. Em demanda com uns judeus, disse-lhes: “E a sua palavra não permanece em vós, porque naquele que ele enviou não credes vós”. Jo. 5:38. E como era essa incredulidade? O próprio Jesus foi quem disse aos mesmos judeus: “Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus”. Jo. 5:42. E a que correspondia esse amor? Aquilo que o Espírito Santo revelou através de João: “Porque o amor de Deus é este: que guardemos os seus mandamentos”. I Jo. 5:3.

Em outra ocasião, Ele disse: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. Jo. 14:15. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”. Jo. 14:21.

Além dele condicionar a nossa prova de amor a guarda dos seus mandamentos, Ele ainda condiciona o seu amor e o do Seu Pai a guarda desses mandamentos. Pois Ele diz: “Aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”.

Mas existe ainda hoje aqueles que, à semelhança dos judeus da época de Jesus, não creem em Jesus, que é a verdade, e que corresponde aos seus mandamentos, e queira considerar abolido os 39 livros da bíblia, hodiernamente chamados de “Velho Testamento”, enquanto que o próprio Jesus disse não ter vindo abolir. Mt. 5:17. Ou ainda: “A Escritura não pode ser anulada”. Jo. 10:35.

Ele também disse: “Eu amo os que me amam”. Pv. 8:17, p.parte. E isso está de acordo com outra escritura onde diz: “Porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que faço misericórdia até a terceira e quarta geração daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos, e visito a maldade dos pais nos filhos em milhares dos que me aborrecem”. E. Êx. 20:5-6.

E como Ele é Deus, pois Ele mesmo disse isso em mais de uma vez – numa delas quando Ele estava sendo tentado por satanás, e disse: “Não tentarás ao Senhor teu Deus”. Mat. 4:7. E noutra, quando disse: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses aqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada)..." Jo. 10:34 e 35. Ele também disse: “O Senhor ama os justos”. Sl. 146:8, ú.parte. E quem são esses? São aqueles dos quais falou João: “Filhinhos, ninguém vos engane: quem pratica a justiça é justo, como ele é justo”. I Jo. 3:7. E que justiça é essa? Responde-nos as Escrituras: “Os teus mandamentos são a justiça”. Sl. 119:172, ú.parte. Os quais são eternos. Sl. 119:142, p.parte.

As Escrituras dizem que Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho onigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna. Mas é interessante notar que o verbo amar está no passado, como no passado está a sua ação remidora e a prova do Seu amor. Assim, Ele amou e provou esse amor com uma ação: a Sua morte. E, semelhantemente, hoje Ele exige a prova do nosso amor para com Ele. E essa prova é por Ele mesmo instituída, veja: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. Jo. 14:15.

E alguns falam dele como querendo enaltecê-lo, e se dizem testemunhas dele. Mas porque não estão com a verdade, que corresponde aos seus mandamentos, são chamados de testemunhas falsas. Pois diz a Sua palavra: “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. I Jo. 2:4. E antes Ele havia falado por Salomão, “que a testemunha falsa se desboca em mentiras”. Pv. 14:5, ú.parte. Pretendem glorificá-lo com louvores, mas diz a Sua palavra: “Este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honram, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído”. Is. 29:13.

Deus não aceita lisonja, pelo contrário, Ele aborrece os lábios lisonjeiros, os quais ele irá destruir. Por isso de a muito Ele disse: “Mas ao ímpio diz Deus: Que tens tu que recitar os meus estatutos, e que tomar o meu concerto (os seus mandamentos) na tua boca, pois que aborreces a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti?” Sl. 50:16 e 17.

Vemos pela Sua palavra a quem Ele ama: “O Senhor ama os justos”. Sl. 146:8, ú.parte. “Pois tu, Senhor, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência, como de um escudo”. Sl. 5:12.

Portanto, ame a Deus guardando os seus mandamentos, a fim de que você também possa ser amado por Ele. E "regozijai-vos no Senhor, vós, justos, pois aos retos convém o louvor." Sl. 33:1.

Oli Prestes
Missionário