Textos

TRATAMENTO DE CHOQUE
Existe situação em que se faz mister uma medida ou atitude enérgica a fim de sanar um mal que é responsável pela situação. Às vezes há necessidade até de uma intervenção cirúrgica para extirpar um mal e até um membro ou órgão que já não cumpre com a função ou objetivo para o qual ele fora formado no corpo.

A libertação de uma pessoa de vícios e drogas deve ser feita não de forma escalonada diminuindo-se as doses diárias da droga da qual ele dependa para a sua satisfação. Mesmo que seja doloroso, deve-se bani-la de forma decisiva e radical, a fim de conceder urgente liberdade ao dependente. Se não, é possível que não haja proveito na ação de libertação, visto que o tempo seria longo para a operação resgate, o preço alto, e o prazo e/ou recursos poderiam se esgotar antes.
Assim, o melhor mesmo é o tratamento de choque, medida enérgica para a solução do problema.

Quando Deus retirou ao povo de Israel do Egito e do jugo de Faraó, levou-o para o deserto; privou-o de manjares aos quais ele estava acostumado, e até de água por alguns dias, a fim de desintoxicá-lo e santificá-lo para a nova terra e para a função para a qual estava sendo designado: a de sacerdotes, e de luz para as nações circunvizinhas.

O pedagogo fez concessões aos seus desejos de manjares, mas puniu-os pelo excesso praticado. Milhares pagaram com as suas vidas as suas cobiças.

Hoje não é diferente. Ao nos resgatar Deus da nossa servidão, intervém de forma enérgica e nos ordena que deixemos todas as práticas que são danosas a nossa situação de redimidos. Ainda que essa medida seja enérgica, Ele é quem nos fortalece, pois conhece a nossa estrutura e fraqueza. Isso não significa que a medida do pecado deva ir diminuindo, ou a sua prática seja escalonada regressivamente até a sua total extinção. Antes, Ele determina: “quem furtava, não furte mais, mas trabalhe com as mãos para ter com que atender ao necessitado.”

“Sujeitai-vos pois a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo animo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai, converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor e Ele vos exaltará.” Tg. 4:7-10.

Após o Senhor ter aparecido a Saulo de Társo no caminho de Damasco, este chegando à cidade entrou em jejum prolongado e oração, conforme se depreende da leitura de Atos 9:9-12.

Depois do ingresso de Jesus no seu ministério, e após o Seu batismo nas águas, Ele foi levado pelo Espírito para o deserto para ser tentado, e jejuou quarenta dias e quarenta noites. Mt. 4:1-11.

Não obstante Ele ser Deus, e devido estar na carne, precisava desse tratamento de choque para suportar os embates que viriam sobre Ele.
E se Ele sendo Deus se submeteu a isso para suportar, quanto mais nós. Pois Ele disse: “Se ao madeiro verde (Ele próprio) fazem isto, que se fará ao seco?” Lc. 23:31.
oliprest
Enviado por oliprest em 27/05/2011
Alterado em 23/06/2011


Comentários


Imagem de cabeçalho: raneko/flickr