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FATOS RELATIVOS A MORTE DE JESUS
A rapidez com que aconteceram os fatos relativos ao julgamento de Jesus me surpreende. Ele fora preso à noite, levado imediatamente à casa do sacerdote e do sumo sacerdote; pela manhã a Pilatos, depois a Herodes; mandado de volta a Pilatos; julgado e condenado, e levado para fora da cidade e crucificado antes do meio-dia. Coisa semelhante só nos tribunais de exceção. E tudo o que aconteceu ali nos leva a concluir que aquele também foi um tribunal de exceção. Adiante voltaremos ao tema.

Rapidez foi a tônica dos acontecimentos naquela semana fatídica, veja:
“E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa. E os seus discípulos, vendo isto, indignaram-se, dizendo: Por que é este desperdício? Pois este ungüento podia vender-se por grande preço, e dar-se o dinheiro aos pobres. Jesus, porém, conhecendo isto, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. Ora, derramando ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua.” Mt. 26:6-13.

“E, no primeiro dia da festa dos pães ázimos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? E ele disse: Ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.” Mt 26:17 - 19.

A páscoa era uma das três celebrações instituídas por Deus, conforme consta no livro de números, cujos emblemas tinham os seus significados. E para que possamos explicá-lo, vamos citar os textos nos quais ela é ordenada, pois antes de os descendentes de Jacó, os nomeados filhos de Israel, terem saídos do Egito por ordem de Deus, eles celebraram a primeira páscoa. Vejamos o texto no qual Deus dá as instruções sobre ela:

“E falou o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos. Êx. 12:1 - 20.

A páscoa era, portanto, a primeira das festividades instituídas por Deus para o povo de Israel, dentre as três que Ele determinou. Ela era um simbolismo e cheia de símbolos, veja:

O cordeiro, ou cabrito, simbolizava Jesus, o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Era uma figura de Jesus, ou o protótipo dEle, o qual viria, como veio, para morrer para resgate de muitos, e que, em tese, foi morto desde a fundação do mundo.

Os calçados nos pés simbolizavam ou representavam o evangelho o qual é as botas que devem guarnecer os pés dos cristãos que fizeram aliança com Deus, entrando na sua aliança.

A páscoa foi determinada por Deus para o povo de Israel, os descendentes de Jacó, ou as doze tribos geradas por ele. Entretanto os estrangeiros que peregrinassem no meio do povo de Israel e que quisessem comer a páscoa ou celebrá-la, poderiam fazê-lo, desde que se submetessem a circuncisão. Esta era uma prática ou ritual determinada por Deus para o povo de Israel, e consistia na remoção da pele do prepúcio de um varão, e que teve origem em Abraão, quando Deus fez aliança com este, veja:

“Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito. E porei a minha aliança entre mim e ti, e te multiplicarei grandissimamente. Então caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou Deus com ele, dizendo: quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações; e não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto; e te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti; e estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência. Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua. E o homem incircunciso, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada do seu povo; quebrou a minha aliança. Então tomou Abraão a seu filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa, e a todos os comprados por seu dinheiro, todo o homem entre os da casa de Abraão; e circuncidou a carne do seu prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus falara com ele. E era Abraão da idade de noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. Naquele mesmo dia foram circuncidados Abraão e Ismael seu filho, e todos os homens da sua casa, os nascidos em casa, e os comprados por dinheiro ao estrangeiro, foram circuncidados com ele.” Gn. 17:1 a 27.

Observemos que essa prática fora instituída por Deus, o qual ordenou para o patriarca Abrão e à sua descendência, e para os estrangeiros que fossem nascidos na sua casa e os comprados por ele.

Ora, o ato da circuncisão é uma ação de profundo significado. Ela atingia um varão num órgão íntimo, o pênis, e o sensibilizava de tal modo que o deixava mofino por três dias. Apesar de Deus ter dito a Abraão que esse ato seria um sinal de pacto entre Abraão e Deus, e entre Deus e os estrangeiros que não fossem da linhagem de Abraão, mas comprados por ele e para os nascidos na sua casa, e que esse pacto seria perpétuo, não quer dizer que ainda hoje o seu povo deva praticá-lo. O Espírito Santo, usando o apóstolo Paulo, o apóstolo instituído por Deus para ser o apóstolo dos gentios, nos instrui que a circuncisão é nada. E que quem se deixar circuncidar está obrigado a guardar toda a lei. E isso referindo-se a lei de Moisés, na qual constam as leis de ordenanças para o povo de Israel. E não tem função de higiene como dizem e querem alguns defensores desse ato. Já que ele foi símbolo, então significava algo, veja:

“Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor teu Deus pede de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há. Tão-somente o Senhor se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê. Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.” Dt. 10:12 a 16.

Isso significando que só deve tomar a ceia quem já tem o seu coração circuncidado, ou seja, teve removido o véu que outrora o recobria, ou que impedia de compreender o que Deus requer dele, ou seja, que guarde os seus mandamentos andando nos seus caminhos. Tendo entrado na aliança de Deus, ou seja, guarda os seus mandamentos, que é a sua aliança, veja:

“Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.” Dt. 4:13.
É importante notar que durante o ministério de Jesus a páscoa foi realizada uma única vez, segundo se depreende dos registros bíblicos. Depois, portanto, que os apóstolos haviam sido doutrinados, não antes. Do que se infere que quem não teve ainda o seu coração circuncidado, não tendo sido doutrinado sobre a necessidade de observar os mandamentos de Deus, não deve e não pode tomar a ceia.

Ainda com relação a ceia, houve mudança no “modus faciendi”. Pois na páscoa havia necessidade de os pés estarem calçados, os turbantes na cabeça, a vara na mão. Na ceia esses símbolos foram substituídos por um novo, qual seja, o lava pés. Veja:

“Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim. E, acabada a ceia, tendo o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos. Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos. Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes." Jo.13:1 a 17.

Em várias ocasiões Jesus falou aos apóstolos o que lhe havia de acontecer. Entretanto eles não entendiam. E numa dessas vezes Pedro até repreendeu a Jesus, veja:

“E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou de parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes: Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará. E iam no caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles. E eles maravilhavam-se, e seguiam-no atemorizados. E, tornando a tomar consigo os doze, começou a dizer-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios. E o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; e, ao terceiro dia, ressuscitará.” Mt. 20:17 a 19.

“E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; e, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia.” Lc. 18:31 a 34.

“E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa. E os seus discípulos, vendo isto, indignaram-se, dizendo: Por que é este desperdício? Pois este unguento podia vender-se por grande preço, e dar-se o dinheiro aos pobres. Jesus, porém, conhecendo isto, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. Ora, derramando ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua.” Mt. 26:6 a 13.

Jesus cumpriu corretamente a páscoa, pois realizou-a na noite da quarta feira, já que a noite precede a manhã ou o dia. E como a páscoa devia ser realizada no dia 14 do mês de Abibe ou Nissan e Ele era o cordeiro pascoal que havia de morrer para resgate de muitos, então Ele tinha de ser morto no dia quatorze do mês de Abibe, o que efetivamente aconteceu. Mas os judeus que seguiam o judaísmo comemoraram a páscoa deles de modo errado, pois o fizeram na noite de quinta-feira. Pois eles só comemoraram a páscoa depois de Jesus ter sido morto, ou seja, na noite seguinte, de quinta feira portanto.  
Quando as Escrituras dizem que Jesus foi morto no dia da preparação do sábado, é porque depois da páscoa era comemorada a festa que a seguia e que havia sido ordenada por Deus, e em cujo dia não se podia trabalhar, sendo um sábado estabelecido por Deus e dado por Moisés na sua lei. Não era, portanto o sábado semanal e universal, mas um sábado festivo ou cerimonial. Veja:

“Depois falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades: Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações. Estas são as solenidades do Senhor, as santas convocações, que convocareis ao seu tempo determinado: No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor. E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos. No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.” Lv. 23:1 a 8.

Os judeus não entraram no pretório para não se contaminarem e poder comer a páscoa, a qual devia ser comida à noite. Logo, eles comeram a páscoa deles na noite de quinta feira, na noite do dia quinze, portanto, não na noite do dia quatorze, como determinava a lei de Moisés.
Vamos analisar um texto de Marcos:

“Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana foram ao sepulcro muito cedo ao levantar do sol.” Mc. 16:1.
As mulheres, ou essas mulheres, seguidoras de Jesus, e mencionadas por Marcos, compraram aromas depois do sábado. Acaso elas o fizeram no primeiro dia da semana? Não é o que depreendemos do texto. Pois este diz que no primeiro dia da semana elas foram ao sepulcro. Então aquele sábado era a festa dos judeus, dia que se seguia a páscoa, quinta-feira, portanto. Então elas compraram aromas para ungir a Jesus na sexta-feira. O texto de Lucas que narra o ocorrido, diz:

“E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.” Lc. 23:54 a 56.

Então essas mulheres referidas por Lucas prepararam as especiarias no dia seguinte a morte de Jesus, que, portanto, era o sábado dos Judeus, mas descansaram no sábado semanal, que é segundo o mandamento de Deus.

Eu entendo que no texto de Marcos as três mulheres ali mencionadas compraram aromas após o sábado dos judeus, ou seja, após a quinta-feira; na sexta, portanto. Já as mulheres referidas por Lucas, voltando do funeral, prepararam especiarias e ungüentos. E repousaram no sábado do Senhor, que é o do mandamento. Pois lá diz: “E no sábado repousaram, conforme o mandamento”. Essas mulheres prepararam as especiarias e ungüentos, enquanto que as referidas por Marcos comparam as especiarias. Observemos que Lucas refere-se a elas como as mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus.
Diz João:

“E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus”. Jo. 19:41 e 42.

Diz ainda João em outro texto:

“Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados”. Jo. 19:31.

Diz outro texto de João:

“Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado”. Jo. 19:32 -  36. E isso referindo-se ao que fora profetizado por Davi:

“Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra”. Sl. 34:20.
E também porque o cordeiro da páscoa era figura de Jesus, veja:
“Numa casa se comerá; não levarás daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso. Toda a congregação de Israel o fará”. Êx. 12:46 e 47.
“Dela nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão”. Nm. 9:12.
Portanto o dia seguinte a morte de Jesus foi o dia da festa, o sábado dos judeus, não o sábado semanal, ou de Deus.

Jesus tinha que morrer, pois isso estava determinado desde que Adão pecou, e Deus usou a pele de um cordeiro para vestir Adão e Eva. Esse acontecimento prefigurou a morte de Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, para com o seu sangue remir (pagar) o preço do resgate do pecador, o qual Adão e Eva foram os primeiros. Portanto, o sangue de Jesus foi a moeda de troca para adquirir para Deus homens de toda nação, tribo e língua, veja:

“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém”. Ap. 1:1 a 6.

“Ora, também a primeira tinha ordenanças de culto divino, e um santuário terrestre. Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candelabro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o santuário. Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança; e sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente. Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive? Por isso também o primeiro não foi consagrado sem sangue; porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissope, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo, dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado. E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; de outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez,  * aos que, sem pecado, o esperam para salvação”. Hb. 9:1-28.

Durante séculos foram imolados inúmeros animais prefigurando o sacrifício de Jesus. Esse fato teve início no Éden, foi exercido pelos profetas, como Noé, foi praticado pelo patriarca Abraão e os demais patriarcas, bem como as doze tribos de Israel, até que o que era figura se tornou fato.

A partir do tempo que a figura se tornou fato, quem o fizer incorre em erro, veja:

“Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica um cordeiro é como o que degola um cão; quem oferece uma oblação é como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial é como o que bendiz a um ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações”. Is. 66:3.

E se os judeus nominais se aferram ao Pentateuco e não crêem que Jesus é o Messias que havia de vir, por que eles também não continuam a imolar a páscoa ou Pessah, e não comem o cordeiro ou cabrito por ocasião dela, muito menos comem ervas amargosas na ocasião? Afinal na lei de Moisés, onde ensina como executá-la, diz que isso seria estatuto perpétuo.

Mas o Israel carnal não entendia, assim como ainda hoje não entende, e exerceu essa prática como se ela fosse capaz de eliminar os seus pecados, até os intencionalmente ou voluntariamente cometidos. Ou seja, muitos cometiam pecados pensando que o sacrifício o tornaria puro. Não atentavam para o que consta no Pentateuco ou Torá, onde diz que o sacrifício devia ser oferecido pelos pecados involuntários cometidos por ignorância. Mas que o pecado cometido voluntariamente era ou devia ser expiado com o sangue daquele que havia cometido o tal pecado. Isso era lei. E, como naquela época, hoje também há os que pecam voluntariamente pensando ou presumindo que por uma escritura dizer que se pecarmos temos um advogado, que pode pecar fiado nisso. Quem assim procede está equivocado. Pois, Jesus, o advogado dos filhos de Deus, nem de longe pode ser igualado aos advogados terrenos da atualidade. Porque estes exercem os seus ofícios por interesse financeiros, e buscam brechas nas leis humanas para obter vantagens e favores delas a favor daqueles para os quais trabalham ou aos quais defendem. Sugerimos leitura do artigo que elaborei, e que intitulei “Deus não perdoa”.

Diz a escritura:

“Não erreis, Deus não se deixa escarnecer; porque o que o homem semear, isso ceifará”. Gl. 6:7.

Outra, diz: “Porque se pecarmos voluntariamente, depois de termos o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelo pecado. Mas uma certa expectação de ardor de fogo que há de consumir o adversário”. Hb. 10:26 e 27.

“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério”. Hb. 6:4 a 6.

“Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados”. Hb. 10:1-4.

Mas para sabermos o que é o pecado e que é a verdade, temos que recorrer as escrituras que os definem, veja:
“Toda a iniqüidade é pecado, e há pecado que não é para morte”. I Jo. 5:17.

“Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás”. Rm. 7:7.
Portanto pecado é transgressão da lei de Deus. Pois é nela que diz não cobiçarás. Ex. 20:17.

Outrossim, a verdade é a lei de Deus, veja:
“A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade”. SL 119:142.

Portanto, estão enganados todos os que pretendem que Jesus os justifique dos seus pecados ou transgressões, se cometidos voluntariamente. E mesmo os que guardam a lei, se tropeçam num só ponto, se tornam culpados de todos. Tg. 2:10.

Mas os mundanos dizem que todo mundo peca. E nisso eles tem razão, já que não conhecem as escrituras. Pois disse Jesus: “Errais não conhecendo as escrituras”. Mt. 22:29.

Portanto, se o mundo erra, é porque não conhece as escrituras ou não sabe discerni-las. Pois disse o Espírito Santo por João:
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca”. I Jo. 5:18.

Disse Davi:

“Absolve-me dos meus pecados ocultos. . .”

Ora, diz o Espírito por Tiago que “todos tropeçamos em muitas coisas, e que se alguém não tropeça na palavra esse é perfeito”. Tg. 3:2.
Que é a palavra?

“A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre”. Sl. 119:160.

Portanto, Deus nos considera perfeitos quando guardamos a sua lei, a qual o Espírito, por Davi, a nomeia de “A Lei Perfeita”. Sl. 19:7.
Voltemos ao tema principal.

Jesus tinha que morrer! Mas o seu povo tinha que cooperar ou concorrer para isso? Foi o seu povo que o entregou para ser morto? Vejamos:

“Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos”. At. 2:22 e 23.

“E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas”. At. 3:15.

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro”. At. 5:30.

Os acontecimentos que precederam a morte de Jesus tiveram a participação de Deus e de Satanás. Jesus até cooperou para que as escrituras se cumprissem, o que vamos evidenciar na seqüência.
Jesus tinha consciência do que lhe estava determinado, e manifestou isso aos seus discípulos, veja:

“E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou de parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes: “Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará”. Mt. 20:17 a 19.

“Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens; e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito”. Mt. 17:22 e 23.

“E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria. E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo”. Mc. 8:31 a 32.

Assim, Jesus não só sabia o que lhe estava reservado como manifestava isso aos seus discípulos. Mas eles não compreendiam ou até se opunham a isso, como o fez Pedro na passagem bíblica de Mc. 8:32, atrás mencionada. Mas veja como agiu Jesus na ocasião:

”Mas ele, virando-se e olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Para trás de mim, Satanás, porque não cuidas das coisas que são de Deus, mas sim das que são dos homens”. V. 33.

Acaso Pedro estava possuído por Satanás, ou este havia cochichado no ouvido de Pedro ou lançado no seu coração tal pensamento, induzindo-o a proceder como fez na ocasião? Vejamos que Pedro chegou a petulância de repreender a Jesus. Vemos nesse episódio a ação de Satanás, que chegou a usar de um dos apóstolos para querer impedir que Jesus morresse, já que isso se fazia necessário para que muitos fossem remidos e salvos.

Nisso vemos como o Satanás é poderoso e faz tudo o que está ao seu alcance para impedir os planos de Deus para o fim já previamente determinado por Ele. Satanás chegou a assediar o próprio Jesus quando este fazia o jejum de quarenta dias. Primeiramente quis induzi-Lo a transformar pedras em pães. Depois levou-O a um alto monte, mostrou-Lhe num momento de tempo a glória de todos os reinos do mundo. E disse-Lhe que dar-Lhe-ia se Jesus o adorasse. Levou-O também a Jerusalém, e O pôs sobre o pináculo do templo e sugeriu-Lhe que se lançasse dali abaixo. E isso fez aproveitando-se do que estava profetizado a respeito de Jesus e constante no salmo 91, onde diz: “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra”. Sl. 91:11 e 12.

No primeiro episódio Jesus usou a escritura que diz: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Dt. 8:3. No segundo episódio, disse Jesus a Satanás: “Vai-te Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás”. E, finalmente, disse-lhe: “Dito está: Não tentarás so Senhor teu Deus”. Lc. 4:3 a 12; Mt. 4:1 a 10.

Se Satanás teve poder para levar a Jesus ao pináculo do templo em Jerusalém, levá-lo a um monte alto e sublime e mostrar-Lhe a glória de todos os reinos do mundo, então ele tem mais poder do que muitos pensam e dizem quando o difama, razão porque ele puxa-lhes os seus tapetes, fazendo-os se estatelarem no chão.

Há quem respeite a um homem e a sua religião por entender que isso é devido, mas difamam ao príncipe deste mundo, que é uma autoridade nele.

Como dissemos anteriormente Jesus cooperava para que as Escrituras se cumprissem. Assim, após a páscoa e ceia, Ele disse aos apóstolos:
“E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada. Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a; porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta”. Lc. 22:35 a 38.

O último milagre de Jesus antes da sua morte:

“E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar. E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem? E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou”. Lc. 22:47 a 51.

“E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram”. Mt. 26:51 a 56.

“Tendo Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos. E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos. Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas. Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra. Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno. Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes; para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi. Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu? Jo. 18:1 a 11.

O pão comido na semana da celebração da páscoa devia ser sem fermento, ou pães ázimos. Do mesmo modo o pão preparado para a ceia deve ser sem fermento. Pois este, sendo o que leveda a massa fazendo-a tufar, significa o que também pode fazer com alguém fique enfatuado ou cheio de si, como o orgulho, soberba e as demais coisas que enlevam o coração do homem.

“Depois que Jesus lavou os pés dos discípulos Ele tomou o pão, partiu-o e deu a todos dizendo: este é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim”.

“Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem. Mas se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; quando, porém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos, para não sermos condenados com o mundo”. I Co. 11:23-32.

Por esse texto da epístola de Paulo aos Coríntios, vimos que a ceia é restrita ao povo de Deus, o qual deve discernir o corpo de Cristo. Ela deve ser precedida da cerimônia do lava-pés, ter o pão sem fermento e o vinho não alcoólico, já que este, ou seja, o alcoólico, se destina a embriagar os que são dados a essa prática.

* O texto assinalado foi alterado por nossa iniciativa, pela razão constante do nosso texto "Quem errou, Deus ou os homens?"

Leia também o nosso texto "A verdade dos fatos relativos a morte e ressurreição de Jesus".
Parte I: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3599636
Parte II: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2925564
Parte III: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3599638

Oli Prestes
Missionário
oliprest
Enviado por oliprest em 12/11/2011
Alterado em 22/07/2017


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