Textos

A M O R. . .
O que é amar?

Segundo o dicionário da língua portuguesa, editado por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, eminente membro da academia Brasileira de Letras, amar seria:

- Do latim, amare – Verbo transitivo direto. Ter amor a; querer muito bem a; sentir ternura ou paixão por. Ter afeição, dedicação ou devoção a; prezar. Sentir prazer em; apreciar muito, gostar de. Praticar, realizar (o amor físico); possuir. Desejar. Querer. Preferir, escolher. Como verbo intransitivo: ter amor; estar enamorado, praticar o ato sexual. Experimentar (duas ou mais pessoas) um sentimento mútuo de amor, ternura paixão.

O apóstolo Paulo, na primeira epístola aos Coríntios, nos fornece a definição bíblica de amor, veja:

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Comparando as duas definições de amor acima, verificamos a distância que existe entre ambas. Enquanto na primeira o amor é colocado mais no plano da realização material e carnal, na segunda ele é tido, ou melhor, definido como um conjunto de virtudes que resulta nele próprio.
Sendo um conjunto, não pode estar completo quando faltar uma das partes. Sendo um dom, não pode vir de nós mesmos, ainda mais como dom perfeito. Pois todo dom perfeito provém de Deus, que, aliás, é o próprio amor.

A confusão que se faz entre amar e desejar é por falta de entendimento provindo da própria fonte do amor: Deus. Pois podemos amar sem desejar e desejar sem amar. Aliás, essa confusão entre desejo, que é um sentimento, e o amor, que não chega a ser um sentimento, tem levado muitos ao engano, e a graves erros em matéria de relacionamento homem/mulher.

Apesar de a palavra amor ter sido vulgarizada a ponto de ter se tornado até símbolo de pecado (relações sexuais ilícitas), essa palavra ainda possui um poder divino, que, não raro, produz efeitos milagrosos quando invocada. Oxalá devido o seu significado maior: Deus.
O amor tem sido confundido com cobiça. Quando ao ver-se alguém com certo atrativo, como beleza ou simpatia, dizer-se: eu amo aquela pessoa, mesmo que essa expressão seja só para si. Também tem sido confundido com paixão. Quando ao ver-se alguém transmitindo sensualidade, dizer-se: eu adoro essa pessoa, ou eu sou gamado(a) em fulano(a). Em ambos os casos é a lascívia da carne, e, portanto, pecado.

Alguém poderia objetar: Só podemos falar do que sentimos, vemos ou sabemos. Sim, este artigo está baseado na minha experiência de vida, também. Só que o conceito de amor, a partir do sentimento que uma pessoa experimenta, conforme definido no início deste artigo, sofre mutações no decorrer de uma existência da vida, no âmbito da vivência.

Há cônjuge que suporta o outro por conveniência ou ordenança divina ou legal. Entretanto, conforme pesquisa feita, a maioria dos casais já chegou a cogitar intimamente do extermínio do outro.

A maioria dos casos em que poderíamos atribuir amor numa vivência a dois (homem/mulher), não passa de conveniência. Não é preciso que citemos muitos exemplos para confirmarmos essa assertiva. Basta que julguemos por nós mesmos.

Vemos, rotineiramente, mulheres que, na primeira oportunidade que surge de se independerem financeiramente, cogitam de se separar de seu cônjuge. Concluímos que estavam presas pela boca e/ou conveniências.

Sem o verdadeiro amor, ninguém é capaz de amar uma pessoa que seja seu inimigo ou perseguidor. E se disser que é capaz e nada fizer por aquele, é um amor de palavras, infrutífero.

O amor de Deus para com o homem transcende todo entendimento. O homem não espiritual – não me refiro ao não religioso, mas aquele que não possui iluminação divina, não consegue entender com profundidade o amor de Deus. Só entende as coisas espirituais o homem espiritual.
Deus nos manda amar os nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem. Não raro vemos irmãos que, insatisfeitos com outro, logo demonstram isso e fazem até questão de fazer o outro saber desse estado de ânimo. Enquanto que Deus nos ensina que devemos manter em sigilo a ofensa, a afronta.

Há quem imagine que Deus por ser amor é incapaz de vir a fazer justiça com a humanidade, algum dia. Mas se assim fosse Deus não seria justo. Por “tudo suportar’, não devemos presumir que Deus, por ser amor, deva tudo tolerar. Até aos seus filhos Deus repreende e corrige. A disciplina e correção é parte acessória do amor. Seria, por assim dizer, o condimento (tempero), sem o que o homem – filhos de Deus, viriam a se degenerar, devido o mesmo se encontrar na carne. É no sofrimento que o amor se aperfeiçoa.

A respeito do amor, poderia se escrever livros e mais livros e nada de novo se acrescentar a ele. É um assunto que a muito vem sendo objeto de inumeráveis artigos, e, nem por isso, tem melhorado sua praticabilidade.

Portanto, quero sugerir, sem nada acrescentar a ele, ao amor, a todos os que virem a tomar conhecimento deste artigo, caso queiram obter o mesmo, que peçam a Deus, incessantemente, que lhe concedam a capacidade de amar, para que possam amar ao próprio Deus, ao próximo, familiares, irmãos, etc.

Como amar,
Se o amor vem de Deus?
Pedi e dar-se-vos-á.
Sem mim, nada podeis fazer.

Mas existe condição:
Guardar os seus mandamentos,
Se quereis ter ouvida vossas orações
E ter merecimento.

Se assim não fazem,
Em vão pedem e buscam.
Pois são abomináveis;
Suas preces, Ele não as ouve.

Quem busca acha;
Quem pede recebe;
A quem bate se abre;
É o lema da prece.

Batei e abrir-se-vos-á;
Buscai e encontrareis;
Pedi e dar-se-vos-á;
Assim ensinou nosso Rei.

Tudo o que a Ele pedirem,
Crendo recebereis;
Se em seu nome pedirem,
O que pedirem tereis.

Vós pedis e nada recebeis,
Porque pedis mal;
Para vossos próprios deleites.
Pedi a sabedoria;
Será para vós como enfeites.
oliprest
Enviado por oliprest em 26/11/2011
Alterado em 06/04/2013


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr