ROUBARÁ O HOMEM A DEUS?!
ROUBARÁ O HOMEM A DEUS?!
Acaso precisa Deus de advogado para advogar qualquer causa sua? Ou alguém que possa reivindicar qualquer direito daquilo que Ele estabeleceu como direito? Sim. Deus nomeou e ainda nomeia alguns dos seus filhos e dos filhos dos homens a fim de fazer notório o direito e a justiça da ótica divina. Entretanto, e isso é preciso ser dito, não para que Ele, Deus, usufrua de algo propiciado por alguma mão humana, mas para que no âmbito humano os seus usufruam não só daquilo que Deus criou, mas para que tais possam se ocupar da obra que Ele tem determinado, qual seja, conseguir que outros sejam iluminados e venham a ser salvos, através do seu conhecimento, conhecimento de Deus, mediante a luz da Sua Palavra.
Conforme um questionamento de Deus exarado no livro de Salmos, Deus não come coisas, como carne, nem bebe sangue. O sangue que ele requeria na oferta sacrificial da antiga dispensação sacerdotal era uma sombra do sacrifício oferecido por Jesus, e com o qual ele comprou para si homens de todas as nações, povos e tribos. Textualmente diz o que foi inspirado a um dos salmistas:
- “Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sl. 50.13.
Antes, porém, ele diz:
“Ouve, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu protestarei contra ti: Sou Deus, sou o teu Deus. Não te repreenderei pelos teus sacrifícios, ou holocaustos, que estão continuamente perante mim. Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude.” Sl. 50:8 a 12.
Outro texto ratifica o que afirmamos sobre o sacrifício de Jesus, veja:
“Ora, também a primeira tinha ordenanças de culto divino, e um santuário terrestre. Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candelabro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o santuário. Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança; e sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente. Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Hb. 9:1 a 14.
Colabora com a nossa tese esse outro texto de João:
“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.“ Ap. 5:9.
E outros textos de João mostram que Jesus era o cordeiro de Deus, cujos sacrifícios prenunciavam, veja:
“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.“ Jo. 1.29.
“E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.” 1:36.
Portanto, o sacrifício de Jesus era prefigurado pelos animais que eram imolados por ocasião do sacrifício que eram realizados pelo sacerdócio levítico na antiga dispensação da graça.
O sacerdócio levítico era exercido pelos sacerdotes provenientes da tribo de Levi, uma das doze tribos de Israel, escolhida por Deus. Essa tribo Deus tomou dentre as demais e determinou que fosse separada para o tal ministério. E para a sua manutenção determinou Deus que os filhos de Israel trouxessem a eles os dízimos e ofertas de tudo que fosse obtido por alguém do seu povo, povo de Israel, para a manutenção dessa tribo. Assim, além daquilo que o povo trazia como oferta pela culpa e ofertas voluntárias, também os dízimos e ofertas dos cereais, gado, frutos, etc., eram trazidos para essa tribo, entregues aos sacerdotes, os quais repassavam o dízimo dos dízimos ao sumo sacerdote.
Entretanto, por diversas vezes o povo de Deus chegou a ficar sem quem oferecesse as suas ofertas de abluções e oblações devido a dispersão e fuga dos seus oficiantes por falta de manutenção deles. E quanto a isso temos um registro bíblico, veja:
“Também entendi que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra. Ne. 13:10.
Quando da reconstrução de Jerusalém, Neemias tomou as seguintes providências:
“Então contendi com os magistrados, e disse: Por que se desamparou a casa de Deus? Porém eu os ajuntei, e os restaurei no seu posto. Então todo o Judá trouxe os dízimos do grão, do mosto e do azeite aos celeiros. E por tesoureiros pus sobre os celeiros a Selemias, o sacerdote, e a Zadoque, o escrivão e a Pedaías, dentre os levitas; e com eles Hanã, filho de Zacur, o filho de Matanias; porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou a eles a distribuição para seus irmãos. Ne. 13:11 a 13.
“Que também traríamos as primícias da nossa terra, e as primícias de todos os frutos de todas as árvores, de ano em ano, à casa do Senhor. E os primogênitos dos nossos filhos, e os do nosso gado, como está escrito na lei; e que os primogênitos do nosso gado e das nossas ovelhas traríamos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes, que ministram na casa do nosso Deus.E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura. E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro. Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto ali estão os vasos do santuário, como também os sacerdotes que ministram, os porteiros e os cantores; e que assim não desampararíamos a casa do nosso Deus. Ne. 10:35 a 39.
E por fim Deus mesmo faz uma grave denuncia contra o seu povo, veja:
“Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” Ml. 13:6 a 13.
Nesse texto diz Deus que toda a nação do seu povo o roubava. E o roubo não era somente quanto ao dízimo, mas quanto a oferta também. Então podia ser que alguém entregasse o dízimo, mas não ofertasse do que lhe pertencia de modo justo e liberal.
Como o povo de Deus age hoje? Similarmente ao modo com o qual o povo de Deus no passado agia. Não devolvendo com integridade aquilo que pertence a Deus, e devido aos sacerdotes e levitas; não dando ou não repartindo com os demais que fazem parte do corpo de levitas: porteiros, cantores, etc.
Digno é o trabalhador do seu trabalho, e quem prega o evangelho deve viver do evangelho. “Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois?” I Co. 9.9.
“Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante.” I Co. 9.10.
“Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” V. 14.
Portanto não é somente o povo liderado que está sob maldição, mas os seus líderes também, que exploram o trabalho dos seus diáconos e obreiros sem lhes retribuir o trabalho, os quais têm que trabalhar em trabalho secular e ainda servir ao santuário, enquanto os pastores vivem uma vida de abastança, e cujas rendas dos templos não são suficientes para as suas manutenções, já que são ávidos por ganhos e lucros.
Manaus-AM, 23/04/2013
By Oly Prestes
oliprest
Enviado por oliprest em 25/04/2013