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DÍZIMO E OFERTAS, BÊNÇÃO E MALDIÇÃO
Que é dízimo? Qual a finalidade do dízimo? O que dizimar? Como dizimar? A essas perguntas procuraremos responder nesse breve trabalho sobre dízimos o ofertas.

Faremos sucinto estudo bíblico sobre o dízimo e ofertas, a fim de concorrer para a perfeição do povo de Deus, e para que aqueles membros que dependem de outros possam ir realizar a obra que lhes têm sido confiada, qual seja: anunciar as boas novas, o evangelho, buscando as ovelhas perdidas e as ovelhas desgarradas ao aprisco do Senhor. E para que aqueles que contribuem o façam de modo correto, recebendo as bênçãos prometidas aos fiéis.

A primeira citação bíblica feita a dízimo está registrada no livro de Gênesis, e envolveu o patriarca Abraão, quando ele ainda se chamava Abrão. Leiamos a porção bíblica atinente ao assunto, a fim de analisá-lo.

“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; salvo tansomente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.” Gn. 14:18-24.

Mas para que possamos saber as razões que levaram Abrão a estar na posse das pessoas e bens ali mencionados, convém retroagirmos a leitura para sabermos o que houve na ocasião.

“E aconteceu nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar). Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o Mar Salgado). Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas ao décimo terceiro ano rebelaram-se. E ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, e aos zuzins em Hã, e aos emins em Savé-Quiriataim, e aos horeus no seu monte Seir, até El-Parã que está junto ao deserto. Depois tornaram e vieram a En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas, e também aos amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar. Então saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Belá (esta é Zoar), e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim, contra Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, e Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco. E o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram para um monte. E tomaram todos os bens de Sodoma, e de Gomorra, e todo o seu mantimento e foram-se. Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e os seus bens, e foram-se. Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão. Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã. E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo. E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.” Gn. 14:1-17.

Devido o fato de Ló, o sobrinho de Abrão, ter sido levado cativo pelos reis que saquearam Sodoma e Gomorra, Abrão saiu em seus encalços, deu sobre eles, e recobrou não só a seu sobrinho Ló com sua família, como os moradores daqueles lugares juntamente com os bens que haviam sido saqueados pelos reis invasores.

E no seu retorno lhe saiu ao encontro  o rei Melquizedeque, rei de Salém, com pão e vinho, e abençoou a Abrão. Este lhe deu o dízimo de tudo. Vv. 18 a 20.

Dízimo é a décima parte. E foi o que Abrão deu ou entregou a Melquizedeque, rei de Salém.

Bem, esse rei de Salém era o próprio Senhor, que veio ao encontro de seu amigo Abrão, e que o felicitou pela vitória e o abençoou. E apesar de Melquizedeque nada ter pedido ou exigido de Abrão, este, voluntariamente, entregou-lhe o dízimo de todos os bens reavidos dos invasores. E veja que os bens haviam pertencido aos moradores de Sodoma e Gomorra, mas naquele momento estavam na posse de Abrão. Por isso o rei de Sodoma disse-lhe: “Dá-me as pessoas, e os bens toma-os para ti”. V. 21.

Mas, apesar do direito de Abrão sobre o que ele havia reavido e que pertenceu àqueles reinos, Abrão nada quis, nem mesmo um fio de sapato, apesar de ter usado para o embate os seus servos em número de trezentos e dezoito, só dos nascidos em sua casa. V. 14.

Ora, Abrão é o primeiro patriarca, e a quem foi prometida descendência como as estrelas do céu, a qual são os crentes fiéis que guardam os mandamentos de Deus, como Abrão também guardou, veja:

“E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.” Gn. 18:17-19. “Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandamento, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis.” Gn. 26:5.

E certamente que Abraão ensinou a sua descendência sobre esse dever para com Deus. A prova disso é que seu neto Jacó assumiu esse compromisso, e fez voto ao senhor de entregar-lhe o dízimo de tudo, veja:

“E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã; levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe; e Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão. Assim despediu Isaque a Jacó, o qual se foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú. Vendo, pois, Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar mulher dali para si, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher das filhas de Canaã; e que Jacó obedecera a seu pai e a sua mãe, e se fora a Padã-Arã; vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque seu pai, foi Esaú a Ismael, e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote. Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi a Harã; e chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por seu travesseiro, e deitou-se naquele lugar. E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; e eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; e a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; e eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado. Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz. E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.” Gn, 28:1-22.

Depois desses acontecimentos os filhos de Jacó desceram ao Egito para lá peregrinar, e lá estiveram por quatrocentos e trinta anos. E, como estava determinado por Deus, após esse tempo Ele providenciou para que eles subissem do Egito, para habitar a terra que Deus, com juramento, prometera dar aos descendentes de Abrão.

Nesse tempo Deus escolhera a Moisés para liderar o povo, e também para instruí-lo, ensinando-lhes leis, ordenanças, estatutos e juízos. E entre os estatutos dados por Moisés, encontra-se o relativo a dízimos e  ofertas, veja:

“Estes são os estatutos e os juízos que tereis cuidado em cumprir na terra que vos deu o Senhor Deus de vossos pais, para a possuir todos os dias que viverdes sobre a terra. Totalmente destruireis todos os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda a árvore frondosa; e derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar. Assim não fareis ao Senhor vosso Deus; mas o lugar que o Senhor vosso Deus escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome, buscareis, para sua habitação, e ali vireis. E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. E ali comereis perante o Senhor vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas, no que abençoar o Senhor vosso Deus. Não fareis conforme a tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos. Porque até agora não entrastes no descanso e na herança que vos dá o Senhor vosso Deus. Mas passareis o Jordão, e habitareis na terra que vos fará herdar o Senhor vosso Deus; e vos dará repouso de todos os vossos inimigos em redor, e morareis seguros. Então haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e toda a escolha dos vossos votos que fizerdes ao Senhor. E vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus, vós, e vossos filhos, e vossas filhas, e os vossos servos, e as vossas servas, e o levita que está dentro das vossas portas; pois convosco não tem parte nem herança.” Dt. 12:1-12.

Vemos que a ordem dada pelo senhor foi que eles deveriam levar o dízimo e as ofertas ao lugar onde o Senhor fizesse habitar o seu nome.
Entretanto, como isso não havia sido feito, como poderiam os levitas subsistir se eles não tinham parte nem herança no meio do povo de Israel, e não havia sido escolhido local para habitar o nome do Senhor?
Deus estabeleceu pelas mãos de Moisés que os levitas recebessem as primícias dos rebanhos das demais tribos, veja:

“Quando nascer o boi, ou cordeiro, ou cabra, sete dias estará debaixo de sua mãe; depois, desde o oitavo dia em diante, será aceito por oferta queimada ao Senhor.” Lv. 22:27.

Além disso, as ofertas pelo pecado e pela culpa, bem como os sacrifícios pacíficos, pertenciam aos sacerdotes e levitas que ministravam o sacerdócio naqueles dias, veja:

“E o que sobejar da oferta de alimentos, será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, das ofertas queimadas ao Senhor.” Lv. 2:3.

“Assim o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado, que cometeu em alguma destas coisas, e lhe será perdoado; e o restante será do sacerdote, como a oferta de alimentos.” Lv. 5:13.

“Assim restituirá o que pecar nas coisas sagradas, e ainda lhe acrescentará a quinta parte, e a dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ele, e ser-lhe-á perdoado o pecado.” Lv. 5:16.

“E esta é a lei da oferta de alimentos: os filhos de Arão a oferecerão perante o Senhor diante do altar. E dela tomará um punhado da flor de farinha, da oferta e do seu azeite, e todo o incenso que estiver sobre a oferta de alimentos; então o acenderá sobre o altar, cheiro suave é isso, por ser memorial ao Senhor. E o restante dela comerão Arão e seus filhos; ázimo se comerá no lugar santo, no pátio da tenda da congregação o comerão.” Lv. 6:14-16.

“Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da expiação do pecado; no lugar onde se degola o holocausto se degolará a expiação do pecado perante o Senhor; coisa santíssima é. O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; no lugar santo se comerá, no pátio da tenda da congregação.” Lv. 6:25 e 26.

“E esta é a lei da expiação da culpa; coisa santíssima é. No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor. E dela se oferecerá toda a sua gordura; a cauda, e a gordura que cobre a fressura. Também ambos os rins, e a gordura que neles há, que está junto aos lombos, e o redenho sobre o fígado, com os rins se tirará; e o sacerdote os queimará sobre o altar em oferta queimada ao Senhor; expiação da culpa é. Todo o varão entre os sacerdotes a comerá; no lugar santo se comerá; coisa santíssima é. Como a expiação pelo pecado, assim será a expiação da culpa; uma mesma lei haverá para elas; será do sacerdote que houver feito propiciação com ela. Também o sacerdote, que oferecer o holocausto de alguém, terá para si o couro do holocausto que oferecer. Como também toda a oferta que se cozer no forno, com tudo que se preparar na frigideira e na assadeira, será do sacerdote que a oferecer. Também toda a oferta amassada com azeite, ou seca, será de todos os filhos de Arão, assim de um como de outro.” Lv. 7:1-10.

“E esta é a lei do sacrifício pacífico que se oferecerá ao Senhor: Se o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de graças, oferecerá bolos ázimos amassados com azeite; e coscorões ázimos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha. Com os bolos oferecerá por sua oferta pão levedado, com o sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica. E de toda a oferta oferecerá uma parte por oferta alçada ao Senhor, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica. Mas a carne do sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã. E, se o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte; e o que ainda ficar da carne do sacrifício ao terceiro dia será queimado no fogo. Porque, se da carne do seu sacrifício pacífico se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será aceito, nem lhe será imputado; coisa abominável será, e a pessoa que dela comer levará a sua iniqüidade. E a carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; com fogo será queimada; mas da outra carne, qualquer que estiver limpo, comerá dela. Porém, se alguma pessoa comer a carne do sacrifício pacífico, que é do Senhor, tendo ela sobre si a sua imundícia, aquela pessoa será extirpada do seu povo.” Lv. 7:11:20.

“Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer ao Senhor o seu sacrifício pacífico, trará a sua oferta ao Senhor do seu sacrifício pacífico. As suas próprias mãos trarão as ofertas queimadas do Senhor; a gordura do peito com o peito trará para movê-lo por oferta movida perante o Senhor. E o sacerdote queimará a gordura sobre o altar, porém o peito será de Arão e de seus filhos. Também a espádua direita dareis ao sacerdote por oferta alçada dos vossos sacrifícios pacíficos. Aquele dos filhos de Arão que oferecer o sangue do sacrifício pacífico, e a gordura, esse terá a espádua direita para a sua porção; porque o peito movido e a espádua alçada tomei dos filhos de Israel dos seus sacrifícios pacíficos, e os dei a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, por estatuto perpétuo dos filhos de Israel. Esta é a porção de Arão e a porção de seus filhos das ofertas queimadas do Senhor, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o sacerdócio ao Senhor. O que o Senhor ordenou que se lhes desse dentre os filhos de Israel no dia em que os ungiu; estatuto perpétuo é pelas suas gerações. Esta é a lei do holocausto, da oferta de alimentos, e da expiação do pecado, e da expiação da culpa, e da oferta das consagrações, e do sacrifício pacífico, que o Senhor ordenou a Moisés no monte Sinai, no dia em que ordenou aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no deserto de Sinai.” Lv. 7:28-38.

“E Moisés disse a Arão, e a seus filhos: Cozei a carne diante da porta da tenda da congregação, e ali a comereis com o pão que está no cesto da consagração, como tenho ordenado, dizendo: Arão e seus filhos a comerão. Mas o que sobejar da carne e do pão, queimareis com fogo.” Lv. 8:31 e 32.

“Então degolará o cordeiro no lugar em que se degola a oferta da expiação do pecado e o holocausto, no lugar santo; porque quer a oferta da expiação da culpa como a da expiação do pecado é para o sacerdote; coisa santíssima é.” Lv. 14:13.

Sacrifícios inaceitáveis.

“Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Qualquer que, da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, oferecer a sua oferta, quer dos seus votos, quer das suas ofertas voluntárias, que oferecem ao Senhor em holocausto, segundo a sua vontade, oferecerá macho sem defeito, ou dos bois, ou dos cordeiros, ou das cabras. Nenhuma coisa em que haja defeito oferecereis, porque não seria aceita em vosso favor. E, quando alguém oferecer sacrifício pacífico ao Senhor, separando dos bois ou das ovelhas um voto, ou oferta voluntária, sem defeito será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele. O cego, ou quebrado, ou aleijado, o verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, estes não oferecereis ao Senhor, e deles não poreis oferta queimada ao Senhor sobre o altar. Porém boi, ou gado miúdo, comprido ou curto de membros, poderás oferecer por oferta voluntária, mas por voto não será aceito. O machucado, ou moído, ou despedaçado, ou cortado, não oferecereis ao Senhor; não fareis isto na vossa terra. Também da mão do estrangeiro nenhum alimento oferecereis ao vosso Deus, de todas estas coisas, pois a sua corrupção está nelas; defeito nelas há; não serão aceitas em vosso favor. Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Quando nascer o boi, ou cordeiro, ou cabra, sete dias estará debaixo de sua mãe; depois, desde o oitavo dia em diante, será aceito por oferta queimada ao Senhor. Também boi ou gado miúdo, a ele e a seu filho não degolareis no mesmo dia. E, quando oferecerdes sacrifícios de louvores ao Senhor, o oferecereis da vossa vontade. No mesmo dia se comerá; dele nada deixareis ficar até pela manhã. Eu sou o Senhor. Por isso guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor. E não profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico.” Lv. 22:17-32.

E falou mais o Senhor por Moisés dizendo:

“Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados.” Lv. 27:30-33.

“Todos os que foram contados dos levitas, que contaram Moisés e Arão por mandado do Senhor, segundo as suas famílias, todo o homem de um mês para cima, foram vinte e dois mil. E disse o Senhor a Moisés: Conta todo o primogênito homem dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima, e toma o número dos seus nomes, e para mim tomarás os levitas (eu sou o Senhor), em lugar de todo o primogênito dos filhos de Israel, e os animais dos levitas, em lugar de todo o primogênito entre os animais dos filhos de Israel. E contou Moisés, como o Senhor lhe ordenara, todo o primogênito entre os filhos de Israel. E todos os primogênitos homens, pelo número dos nomes dos da idade de um mês para cima, segundo os que eram contados deles, foram vinte e dois mil e duzentos e setenta e três. E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Toma os levitas em lugar de todo o primogênito entre os filhos de Israel, e os animais dos levitas em lugar dos seus animais; porquanto os levitas serão meus: Eu sou o Senhor. Quanto aos duzentos e setenta e três, que se houverem de resgatar dos primogênitos dos filhos de Israel, que excedem ao número dos levitas, tomarás, por cabeça, cinco siclos; conforme ao siclo do santuário os tomarás, a vinte geras o siclo. E a Arão e a seus filhos darás o dinheiro dos resgatados, dos que sobram entre eles. Então Moisés tomou o dinheiro do resgate dos que excederam sobre os resgatados pelos levitas. Dos primogênitos dos filhos de Israel recebeu o dinheiro, mil e trezentos e sessenta e cinco siclos, segundo o siclo do santuário. E Moisés deu o dinheiro dos resgatados a Arão e a seus filhos, segundo o mandado do Senhor, como o Senhor ordenara a Moisés.” Nm. 3:39-51.

“Semelhantemente toda a oferta de todas as coisas santificadas dos filhos de Israel, que trouxerem ao sacerdote, será sua. E as coisas santificadas de cada um serão suas; o que alguém der ao sacerdote será seu.” Nm. 5:9 e 10.

Nada obstante isso, algum tempo depois o povo de Israel de desviou desses estatutos, e veja o que houve:

“Mas pela tua grande misericórdia os não destruíste nem desamparaste, porque és um Deus clemente e misericordioso. Agora, pois, nosso Deus, o grande, poderoso e terrível Deus, que guardas a aliança e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas, aos nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje. Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu tens agido fielmente, e nós temos agido impiamente. E os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes, e os nossos pais não guardaram a tua lei, e não deram ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, que testificaste contra eles. Porque eles nem no seu reino, nem na muita abundância de bens que lhes deste, nem na terra espaçosa e fértil que puseste diante deles, te serviram, nem se converteram de suas más obras. Eis que hoje somos servos; e até na terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos servos nela. E ela multiplica os seus produtos para os reis, que puseste sobre nós, por causa dos nossos pecados; e conforme a sua vontade dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia. E, todavia fizemos uma firme aliança, e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.” Ne. 9:31-39.

Bem, antes de Neemias assumir o poder, houve descaso para com os estatutos relativos a ofertas, e veja o que houve:

“Também entendi que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.” Ne. 13:10.

E Neemias restabeleceu aquilo que havia sido determinado por Deus através de Moisés, e até mais, veja:

“Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da casa do nosso Deus; para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, para as festas solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus. Também lançamos sortes entre os sacerdotes, levitas, e o povo, acerca da oferta da lenha que se havia de trazer à casa do nosso Deus, segundo as casas de nossos pais, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do Senhor nosso Deus, como está escrito na lei. Que também traríamos as primícias da nossa terra, e as primícias de todos os frutos de todas as árvores, de ano em ano, à casa do Senhor. E os primogênitos dos nossos filhos, e os do nosso gado, como está escrito na lei; e que os primogênitos do nosso gado e das nossas ovelhas traríamos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes, que ministram na casa do nosso Deus. E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura. E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro. Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto ali estão os vasos do santuário, como também os sacerdotes que ministram, os porteiros e os cantores; e que assim não desampararíamos a casa do nosso Deus.” Ne. 10:32-39.

“Ora, antes disto, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias; e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se depositavam as ofertas de alimentos, o incenso, os utensílios, os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, cantores e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes.” Ne. 13:4 e 5.

Como vimos, não era só o dízimo de tudo, mas também havia ofertas voluntárias, ofertas alçadas, e quinhões destas para os que serviam no templo, como cantores, porteiros, etc., os quais eram levitas, veja:

“Também no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali. E observava os preceitos do seu Deus, e os da purificação; como também os cantores e porteiros, conforme ao mandado de Davi e de seu filho Salomão. Porque já nos dias de Davi e Asafe, desde a antiguidade, havia chefes dos cantores, e dos cânticos de louvores e de ação de graças a Deus. Por isso todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e santificavam as porções aos levitas, e os levitas as santificavam aos filhos de Arão.” Ne, 12:44-47.

Hoje os levitas correspondem aos diáconos. Então estes deveriam também ter parte nas contribuições trazidas pelo povo para a casa do tesouro.

Os evangélicos dizem que o “Velho Testamento” foi abolido, referindo-se aos trinta e nove livros das Escrituras Antigas, mas seus líderes, para exigir os dízimos e ofertas, sempre tomam o que está registrado no livro do profeta Malaquias, onde diz:

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” Ml. 3:10.

Mas aquilo que dizem ser a casa do Senhor não passa de covil de salteadores e gaiola de pássaros. Pois, o que ali dizem, está recheado de engano, hipocrisia, etc. E quando ministram, o fazem com interesse e com disfarçada intenção de subtrair tudo que podem dos seus liderados. E as pobres ovelhas, cegas, têm os seus líderes como iminentes homens, e não sabem que eles também são guias cegos e pastores de bodes.

Por esse motivo diz Pedro, inspiradamente:

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; e não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; e condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis  (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas); assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados; mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades; enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco; tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça; mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta. Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva. Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Pe. 2:1-22.

Dízimos na Nova Dispensação da Graça

Disse Jesus:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.” Mt. 23:23.

Ou seja, ele ratificou o dizimar as pequenas coisas, mas lembrou que a fé, a justiça e a misericórdia não são dispensáveis.

O Senhor, falando pelo profeta Amós, diz que o seu povo transgredia e ia a Gilgal e levava os seus dízimos de três em três dias, entretanto não se tinha convertido a ele, veja:

“Transgredi, e vinde a Betel e a Gilgal; multiplicai as transgressões; e cada manhã trazeis os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos de três em três dias. E oferecei o sacrifício de louvores do que é levedado, e apregoai as ofertas voluntárias, publicai-as; porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor Deus. Por isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Além disso, retive de vós a chuva quando ainda faltava três meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e não chovesse sobre a outra cidade; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, secou-se. E andaram errantes duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Feri-vos com queimadura, e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, comeu a locusta; contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito; os vossos jovens matei à espada, e os vossos cavalos deixei levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir as vossas narinas; contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Subverti a alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o Senhor, o Deus dos Exércitos, é o seu nome.” Am. 4:4 -13.

Por outro lado há uma seita que afirma que o dízimo foi abolido, e que era lei de Moisés. Mas a passagem que citamos, relativos a Mt. 23:23, não dá margem a dúvidas de que Jesus o validou.

O missivista aos Hebreus escreveu:

“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” Hb. 13:17.

Mas há líderes que exigem dos seus liderados, como prova de fé, aquilo que não lhes pertence, como: limite de cheque especial e empréstimos de instituições financeiras. Mas afirmo que isso é cobiça, esbulho e roubo. Pois uma escritura diz que “cada um será aceito segundo o que tiver, e não segundo o que não tiver.” II Co. 8:12.

Há quem alegue que só devemos entregar os dízimos na casa do tesouro. São assim agarrados à letra, mas não lembram ou não querem saber do que diz certa escritura, onde diz:

“E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.” Gl. 6:6.

O dízimo é parte da justiça determinada por Deus para o seu povo. Mas há quem pense ter direito à bênçãos tansomente por entregar dízimos. Outros há que estão querendo subornar a Deus com dízimos, e pensem que Ele é como o homem, que faz vista grossa com subornos. Há também os que querem fazer negociata com Deus: Levam os dízimos aos seus líderes porque querem ainda mais do que merecem e seria justo.

Diz o salmista:

“Porque aqueles que ele abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por ele amaldiçoados serão desarraigados.” Sl. 37:22.

Hoje, como em algumas épocas, o povo que se nomeia de povo de Deus está sob maldição. A prova disso são as enfermidades que proliferam no seu meio, com recorrência à medicina secular e a toda substância medicamentosa. Sofre falta de tudo, e lisonjeiam ao senhor, dizendo fingidamente, que Ele é bom.

O que dizimar?

Pelas instruções através de Moisés, o produto do campo e do lagar, tudo que possa ser medido e contado, tudo que passa sob a vara, o azeite e o mosto. E não era obrigatoriamente em espécie, ou seja, em dinheiro, mas em produto mesmo, veja:

“E ordenou ao povo, que morava em Jerusalém, que desse a parte dos sacerdotes e levitas, para que eles pudessem se dedicar à lei do Senhor. E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância. E os filhos de Israel e de Judá, que habitavam nas cidades de Judá, também trouxeram dízimos dos bois e das ovelhas, e dízimos das coisas dedicadas que foram consagradas ao Senhor seu Deus; e fizeram muitos montões. No terceiro mês começaram a fazer os primeiros montões; e no sétimo mês acabaram. Vindo, pois, Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel. E perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles montões. E Azarias, o sumo sacerdote da casa de Zadoque, lhe respondeu, dizendo: Desde que se começou a trazer estas ofertas à casa do Senhor, temos comido e temos fartado, e ainda sobejou em abundância; porque o Senhor abençoou ao seu povo, e sobejou esta abastança.” 2 Cr. 31:4-10.

A condição para não levar em produto era se o caminho fosse longo até o local onde o Senhor fizesse habitar o seu nome, veja:

“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.” Dt. 14:22-29.

Por conseguinte, hoje não é diferente. Além de salários e produção do campo e do comércio, deve ser dizimado a venda de tudo que entra como transação, e que seja renda, como:

Aluguéis, vendas de imóveis, de carros; mesadas, ganhos diversos, etc., pois diz o senhor por Salomão:

“Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.” Pv. 3:9 e 10.  “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem.” Pv. 3:3 e 4.

Mas como dizimar, pelo lucro ou pelo bruto?

Observe que o Senhor não fala de lucro, mas de renda.

Disse o apóstolo Paulo inspiradamente:

“Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” I Co. 9:7 a 14.

Disse também:

“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” II Co. 9:6 e 7.

As mulheres que seguiam a Jesus serviam a ele com as suas fazendas, veja:

“E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com ele, e algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens.” Lc. 8:1-3.

Finalizando, citaremos algumas passagens bíblicas para consubstanciar a idéia de fidelidade e justiça:

“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” At. 20:35.
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Lc. 17:10.

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mt. 6:19-21.

“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.” Mt. 7:12.

Na maldição constante da lei de Moisés, diz que elas sobrevirão também sobre aquele que não servir ao Senhor não obstante a abundância de tudo, veja:

“Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade, e maldito serás no campo. Maldito o teu cesto e a tua amassadeira. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas. Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres. O Senhor mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste. O Senhor fará pegar em ti a pestilência, até que te consuma da terra a que passas a possuir. O Senhor te ferirá com a tísica e com a febre, e com a inflamação, e com o calor ardente, e com a secura, e com crestamento e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças. E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que está debaixo de ti, será de ferro. O Senhor dará por chuva sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças. O Senhor te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás contra eles, e por sete caminhos fugirás de diante deles, e serás espalhado por todos os reinos da terra. E o teu cadáver servirá de comida a todas as aves dos céus, e aos animais da terra; e ninguém os espantará. O Senhor te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te; o Senhor te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo de coração; e apalparás ao meio dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve. Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não aproveitarás o seu fruto. O teu boi será morto aos teus olhos, porém dele não comerás; o teu jumento será roubado diante de ti, e não voltará a ti; as tuas ovelhas serão dadas aos teus inimigos, e não haverá quem te salve. Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e por eles desfalecerão todo o dia; porém não haverá poder na tua mão. O fruto da tua terra e todo o teu trabalho, comerá um povo que nunca conheceste; e tu serás oprimido e quebrantado todos os dias. E enlouquecerás com o que vires com os teus olhos. O SENHOR te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do teu pé até ao alto da cabeça. O Senhor te levará a ti e a teu rei, que tiveres posto sobre ti, a uma nação que não conheceste, nem tu nem teus pais; e ali servirás a outros deuses, ao pau e à pedra. E serás por pasmo, por ditado, e por fábula, entre todos os povos a que o Senhor te levará. Lançarás muita semente ao campo; porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá. Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá. Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira. Filhos e filhas gerarás; porém não serão para ti; porque irão em cativeiro. Todo o teu arvoredo e o fruto da tua terra consumirá a lagarta. O estrangeiro, que está no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mais baixo descerás; ele te emprestará a ti, porém tu não emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda. E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do Senhor teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado; e serão entre ti por sinal e por maravilha, como também entre a tua descendência para sempre. Porquanto não serviste ao Senhor teu Deus com alegria e bondade de coração, apesar da abundância de tudo. Assim servirás aos teus inimigos, que o Senhor enviará contra ti, com fome e com sede, e com nudez, e com falta de tudo; e sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te tenha destruído. O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás; nação feroz de rosto, que não respeitará o rosto do velho, nem se apiedará do moço; e comerá o fruto dos teus animais, e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e não te deixará grão, mosto, nem azeite, nem crias das tuas vacas, nem das tuas ovelhas, até que te haja consumido; e sitiar-te-á em todas as tuas portas, até que venham a cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; e te sitiará em todas as tuas portas, em toda a tua terra que te tem dado o Senhor teu Deus. E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão. Quanto ao homem mais mimoso e delicado no meio de ti, o seu olho será maligno para com o seu irmão, e para com a mulher do seu regaço, e para com os demais de seus filhos que ainda lhe ficarem; de sorte que não dará a nenhum deles da carne de seus filhos, que ele comer; porquanto nada lhe ficou de resto no cerco e no aperto, com que o teu inimigo te apertará em todas as tuas portas. E quanto à mulher mais mimosa e delicada no meio de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou pôr a planta de seu pé sobre a terra, será maligno o seu olho contra o homem de seu regaço, e contra seu filho, e contra sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saírem dentre os seus pés, e para com os seus filhos que tiver, porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto, com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas. Se não tiveres cuidado de guardar todas as palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e temível, O Senhor teu Deus, então o Senhor fará espantosas as tuas pragas, e as pragas de tua descendência, grandes e permanentes pragas, e enfermidades malignas e duradouras; E fará tornar sobre ti todos os males do Egito, de que tu tiveste temor, e se apegarão a ti. Também o Senhor fará vir sobre ti toda a enfermidade e toda a praga, que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído. E ficareis poucos em número, em lugar de haverem sido como as estrelas dos céus em multidão; porquanto não destes ouvidos à voz do Senhor teu Deus.” Dt. 28:15-62.

Portanto, disse Jesus:

“Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.” Lc. 12:33 e 34.

“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; e ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.” Lc. 12:15 a 21.

“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.” Mt. 10:37.

Por Oli Prestes
oliprest
Enviado por oliprest em 27/04/2013
Alterado em 27/04/2013


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