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PASSAGEIRO CLANDESTiNO
  São inúmeros os deslocamentos de indivíduos que viajam como passageiros clandestinos. Sem bilhetes, sem lenço e sem documentos vão e vem,  grudadinhos bem nas barbas dos seus transportadores, e estes nem veem.

Milhões de indivíduos servem de veículo de transportes e hospedeiros a outros, que vão e vem sem preocupação e sem pressa, numa boa. Seus hospedeiros os transportam e nem desconfiam que o fazem. A não ser que prestem muita atenção ou venham a ter problemas que denunciem os seus hospedes indesejáveis.

Tomei conhecimento de um caso singular ocorrido na capital do estado onde eu nasci. Uma jovem manifestou um problema alérgico, o qual foi diagnosticado como alergia causada pelo pólen de uma gramínea existente no continente africano. Mas como isso foi possível, se ela nunca viajou para aquele continente?

As sementes voam consideráveis distâncias, levadas e trazidas pelo vento, seu principal transportador, se minúsculas forem. É só olhar para os montes e ver as relvas que lhes recobrem, as quais não foram plantadas por ninguém. Também olhar para alguma rachadura em paredes externas de edificações e até mesmo asfalto rodoviário. Não demora muito para que alguma erva brote ali.

Outrossim, movimentos de sucção produzido por furacão e tornado são capazes de transportar até peixes para locais nem imagináveis. Mas existe um modo sutil de transportar, sem querer, sementes de um lugar para outro sem que isso seja percebido.

Algumas sementes aderem superfícieis de tecidos como se fossem velcro. E, assim, viajam longas distancias e até de um país para outro, onde podem germinar e se propagar. Do mesmo modo um inseto ou serpente pode se alojar em uma bolsa deixada aberta ou semi-aberta quando alguém esteve em viajem a um sítio, fazenda, floresta, etc, e ir parar na residência, escritório, ou local de trabalho do viajante. Já houve quem tivesse transportado, sem saber, serpente de considerável tamanho do local onde ela costuma habitar, zona rural, até a cidade. Nas cordilheiras existem ácaros e insetos que pegam carona no bico de um beija-flor, quando este suga o néctar de uma flor, e viaja até outra onde ficam até que esta não lhes seja mais satisfatória.

Andando nas florestas e em locais onde ocorreram queimadas, vemos árvores frutíferas que não são próprias dali, como goiabeiras, mamoeiros, etc. E ficamos admirados como suas sementes chegaram ali. Não é difícil. Morcegos e outros animais se encarregam de semear inconscientemente. Além de ocorrer de caçadores aliviarem os seus ventres nesses locais. Entretanto, mais grave é o fato de humanos estarem transportando, sem saber, vírus e bactérias, como a que acomete as pessoas infectadas pelo Ebola. Um mal que mata em pouco tempo a maioria das pessoas que são infectadas pela bactéria que causa esse mal.

Também graves são os casos de pessoas que são hospedeiros de espíritos maus que vivem neles. Esses espíritos vão e vem, agindo quase sempre de modo silencioso e sútil nessas pessoas. Tenho encontrado pessoas com esses espíritos, os quais falam coisas para mim, que me fazem entender que são hospedes dessas pessoas. Pois elas, apesar de não me conhecerem, falam coisas que nem sabem porque falam, embora eu saiba.

As autoridades que são vigilantes sanitários e fiscais de meio ambiente, vivem trabalhando para evitar que espécies que não sejam da flora daquele pais seja introduzidas nele de modo fortuito. Do mesmo modo devemos vigiar para não vir a ser um hospedeiro de algum passageiro mensageiro do senhor das trevas. Pois, caso isso ocorra, viremos a dar maus frutos sem saber que é uma semente do mal que está produzindo esses frutos.
oliprest
Enviado por oliprest em 24/11/2014


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr