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UM HOMEM DIVIDIDO II
UM HOMEM DIVIDIDO

Por que homens que são pastores e até presidentes de organizações religiosas se tornam políticos e buscam estar de par em par com outros políticos, correndo em busca de posição? Seria possível conciliar atividade política e ministerial religiosa? Vejamos:

Quando alguém que ocupa função sacerdotal em uma organização religiosa é eleito para um mandato político, ele precisa se desvincular da função que ocupa na sua “igreja”, a fim de poder cumprir a função no posto para o qual foi eleito. Assim, se uma pessoa é um pastor, precisa deixar de sê-lo, já que são funções incompatíveis e impossíveis de serem conciliadas.

Outrossim, se alguém opta pelo novo posto, já que lutou para isso, tem que abrir mão de ser representante de Deus, o qual é tido como aquele que o escolheu para ser um líder do seu povo, para dirigi-lo para o exercício da obra que Deus tem aqui na terra e quer que o seu povo execute.

E se o mesmo abre mão de ser um líder do povo de Deus, então opta por servir o mundo, o qual tem as suas exigências e conveniências.

José e Daniel não buscaram para si posição nos reinos Egípcio e Babilônico, mas foram colocados em supremacia pelo próprio Deus, o qual tinha um propósito com isso.

O primeiro rei do povo de Deus, Saul, foi escolhido pelo próprio Deus, que o escolheu com o perfil que o povo queria: um rei como os demais povos tinham, que saísse a frente do povo à guerra. Mas isso não foi bom nem para o povo nem para o próprio rei, conforme se infere do texto que narra a ascensão e queda do rei Saul.

Moisés foi criado dentro da corte egípcia, e, como filho da filha de Faraó, seria o possível sucessor deste, mas rejeitou a isso para sofrer com o seu povo, tendo sido escolhido por Deus para liderar o povo que vivia sob o jugo de Faraó e leva-lo para a terra da promissão.

Um texto inspirado a Paulo e citado na homilia de um pastor na manhã deste dia, na rádio Boas Novas, fala sobre não cobiçar coisas altivas. E aquele que isso lembrou é par de outro que foi eleito para mandato parlamentar no congresso nacional. Isso não seria hipocrisia?

Já que o mundo jaz no maligno, sendo o político  representante e líder do povo, acaso o primeiro não estaria ligado ao segundo?

Em matéria veiculada na mídia tem sido mostrado que aqueles que se tinham como homens de Deus também participam das falcatruas que os demais políticos quando exercendo mandatos políticos. Qual a diferença então? Que buscam os tais? Posição, prestígio?

Não é possível servir a Deus e ao mundo a um só tempo. Foi o que disse Jesus quando disse que ninguém pode servir a dois senhores, e Paulo enfatizou em um texto que lhe foi inspirado.

Havendo divisão no corpo este deixa de ser uno, coeso, forte, e, consequentemente, decai da graça. Pois o episcopado é excelente coisa, o qual tem sido preterido por alguns que buscam estar na crista da onda.
oliprest
Enviado por oliprest em 27/11/2014
Alterado em 03/12/2014


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr