Textos

FAZENDO DE CONTAS

Essa expressão encerra o pensamento de hipótese, possibilidade; de algo que ainda é esperado, e, que, portanto, ainda não se materializou. Também, o que é comum entre crianças, brincar de ser adulto.

Paulo, o apóstolo escolhido por Deus para o ministério apostólico dos gentios, e a quem foi dado escrever mais de duas dezenas de epístolas (cartas doutrinárias), usado pelo Espírito de Deus, disse: “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos.” I Co. 14:20.

Ainda que juízo seja capacidade de julgamento, de análise de assuntos relativos a questões causídicas, este juízo aqui mencionado por Paulo nos parece referir-se ao juízo de Deus, que corresponde a sua lei, também referida na bíblia como tal. Dizemos isso porque quando o artigo é anteposto ao adjetivo, ele o especifica. Assim, Paulo está referindo-se não a juízo como julgamento de causas forenses, mesmo que esse juízo pudesse ser no âmbito da comunidade cristã, mas ao princípio que deve reger o povo chamado para ser luz para os demais, refletindo a luz de Cristo. Sendo, desse modo, luzeiros para o mundo, o qual está em densas trevas.

Mas, aquilo no qual o povo cristão não deveria ser adulto, e, sim, criança, é no qual mais ele se mostra entendido.

Assim, como crianças, brincando de ser papai ou mamãe, vão fazendo coisas que depõem contra si, denunciando as suas condições de crianças no entendimento.

Entrando em comércio de evangélicos e pretensos cristãos, lembrei-me, ou melhor, o espírito lembrou-me desse texto produzido por Paulo na sua primeira carta aos crentes da cidade de Coríntios. Porque a música ambiente é baseada em tema religioso. Fazendo apologia a Jesus e ao seu reino. Mas nesses ambientes são disponibilizados artigos que contraria aquilo que sabemos não é aprovado por Deus para uso, como bebidas alcoólicas e fumos. Sobre isso nos manifestamos no trabalho que escrevemos e intitulamos “Os miseráveis”. Onde falamos de pessoas que vivem da miséria alheia. Esse texto está disponível em www.recantodasletras.com.br – oliprest (nickname do autor).
E essas pessoas que isso fazem estão brincando de “faz de contas”, como se fossem cristãs, e não entendendo que também terão que comparecer diante do tribunal de Deus para dar contas das suas ações.

Qual é a mensagem básica do cristianismo? Não é o amor? E como deve ser esse amor? Do mesmo modo como gostaríamos de ser tratados. Então, já que essas coisas não são aceitas nem consideradas devidas para o povo santo, como disponibiliza-las para os demais, que também se consideram religiosos e crentes na doutrina cristã?

Portanto, é brincar de ser e aparentar ser aquilo que não é, bem como promover aquilo que diz condenar, “fazendo de contas” que é.
oliprest
Enviado por oliprest em 04/03/2015
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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr