SER CONFLITUOSO

Como ele pode ser de pedra
Sendo ele de carne?
É que nele se encerra
Muita insensibilidade

Dele procede a vida
Mas pode ser qual um túmulo
Uma cisterna de águas vivas
Ou qual poço poluído

Ele é enganoso
E engana a si próprio
Pode ser tenebroso
Se condenando à morte

Ele pode ser sensível
E também astuto
Pode ser medíocre
E também resoluto

Ele pulsa e pulsa
E nunca dorme
Ele fala e escuta
E só pára na morte

Não devemos ouvi-lo sempre
Sem conferir com a razão
Fazê-lo sensato e crente
Não compete a nós não

Ele é a sede do ódio
Ainda que digam que do amor
Ele pode ser mesquinho ou pródigo
Dependendo de quem ele for

Se lhe fores escravo
Fazendo a sua vontade
Estarás condenado
E terás ansiedade

Ele é fantasioso
Inventa muitas asneiras
Pra sermos venturoso
Não temos que lhe dar orelhas

Dizem que ele tem razões
Que a própria razão desconhece
Não vá nessa não
Assim ele se esmorece

Pondera sempre
As veredas dos teus pés
Sê alegre e contente
Guiando-te por fé

Ele gosta do prazer
Da folia e tudo o mais
Busca sempre se satisfazer
Com os prazeres triviais

Pra que ele não te cause dor
Desespero e aflição
Pondera, seja o que for
Que te falar o teu coração.

Oli Prestes
Missionário