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Louvor à sutileza
Há quem inadvertidamente louve a esperteza de alguns, embora do ponto de vista espiritual ela seja sutileza. Os seus atos vão sendo justificados até por homens tidos como de Deus. É aceitável que isso seja feito? Vejamos:

Certo pastor evangélico de uma igreja louvava e fazia notória a ação de um membro da sua congregação, pelo fato de ela dizimar tudo o que entrava no seu comércio. Mas seria isso justo? É assim que manda Deus nas sagradas escrituras?

Diz Deus por Salomão: “Serve ao Senhor com toda a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda.” Pv. 3:19.

Ora, renda não é o que entra, mas o que sai obtido com a venda. Assim, não vemos que esse comportamento possa ser tomado como exemplo para a congregação que quer ser considerada praticante da justiça de Deus. Pois, desse modo, um pescador poderia dizimar os peixes pescados calculando o valor deles antes da venda, preço de mercado, embora ele pudesse vir a obter uma renda superior por ocasião da venda.

Assim como esses houve no passado quem agisse. Ananias e Safira morreram só pelo fato de intentarem doar a renda da propriedade que possuíam mas dado apenas parte do que obtiveram com a venda.

Jesus propôs uma parábola sobre um mordomo que foi demitido da sua mordomia (administração). Diz o texto:

“Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens.. Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela. Disse o administrador consigo mesmo: Que farei, pois o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da ministração, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinquenta. Depois, perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz.” Lc. 16:1 a 8.

Esse mordomo não agiu com honestidade, mas sagacidade. Subtraiu do patrão a fim de poder ser aceito pelos credores dele. Ele foi tido como exemplo de esperteza apesar de ela ter sido usada em seu benefício próprio.

A seguir disse Jesus: “E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza? Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso? Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridicularizavam. Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.” Lc. 16:9 a 15.

Por isso seja fiel e não use de sutileza na hora de devolver o que não é seu e que vem embutido na sua renda e do que você ficou como depositário. Seja fiel depositário e devolva tudo, mesmo que seja pouco. Pois quem é fiel no pouco, no muito será colocado.
oliprest
Enviado por oliprest em 15/08/2015
Alterado em 12/09/2015


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr