No cotidiano entramos em contato com muitas pessoas. Falamos com elas, saudamo-las, prestamos-lhes favores e serviços, ou delas recebemos, e ainda assim não as conhecemos ou não somos delas conhecidos. É possível até que conheçamos muito da vida de uma pessoa, sem que sejamos conhecidos dela. Podemos lhe prestar um grande favor, e ela nunca ter ouvido falar de nós.
Digamos que somos divulgadores de uma obra literária. Falamos do seu autor, propalando suas qualidades e virtudes, mas o objetivo disso está centrado em nós, ou no nosso interesse financeiro. Se porventura algum dia viéssemos a encontrá-lo, e por necessidade nossa pretendêssemos nos hospedar em sua casa, o fato de termos trabalhado na divulgação do seu nome ou obra não nos daria esse direito. Nosso trabalho, já remunerado, não nos daria esse privilégio. Aumentamos a notoriedade do autor, e até o seu ganho e ainda assim continuamos sendo desconhecidos dele.

Acreditamos que todo aquele que trabalha na divulgação do reino de Cristo, da sua obra, e do seu nome, pretenda morar juntamente com Ele um dia. Entretanto é preciso que saiba que para isso é necessário bem mais que ter anunciado a Ele como salvador do mundo, ou usado seu nome para praticar curas, milagres, etc., se o fez sem cumprir as condições exigidas pelo próprio Cristo.
Quando Jesus esteve neste mundo, ele narrou uma parábola sobre umas virgens, veja:

Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.

Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Mt. 25:1-12.

Observe que umas delas, apesar de terem adormecido como as outras, o fizeram preparadas, e, ao aviso de que o noivo estava chegando, se levantaram prontas para encontrá-lo, tendo ele as recebido e cerrado a porta. Mas tarde chegaram as virgens chamadas de néscias, e encontrando a porta fechada, clamaram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço.

Sabemos que Jesus propôs essa parábola referindo-se a Ele como noivo. Entendemos também que as virgens representam as igrejas que O esperam para participar das bodas como noiva.

Nada obstante a parábola ter vários símbolos vamos nos ater apenas aos que dizem respeito ao tema proposto. Assim sendo, pedimos ao leitor que acompanhe, atentamente, nossa exposição com base nas Escrituras, regra básica de fé do autentico cristão.

Parece até esquisito que alguém seja desconhecido de Deus, já que Ele é onisciente. Mas as coisas espirituais se discernem espiritualmente. Assim sendo, não devemos tomar a expressão ao pé da letra, mas confrontá-la com outras escrituras.

Disse João: E nisto sabemos que O conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Jo. 2:3. Mas como não se trata de conhecer a Deus, mas de ser dEle conhecidos, leiamos então o seguinte: Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidos de Deus... Gal. 4:9. Disse Paulo: Mas se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele. I Co. 8:3. E Jesus: Se me amardes guardareis os meus mandamentos. Jo. 14:15, p.parte. Por essas citações concluímos que conhecemos a Deus e somos dEle conhecidos quando guardamos os seus mandamentos.

Aceitando as virgens como igrejas, fica claro que as que ficarão privadas de participar das bodas são as que não amam a Deus observando os seus mandamentos. Afinal disse Jesus: Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama. Jo. 14:21,p.parte.

Prove o seu amor a Deus guardando os seus mandamentos, pois eles não são pesados. Participe das bodas, não fique de fora!