MINHA CIDADE E SEUS HOMENS
Moro numa cidade
A margem de um grande rio
Chuva aqui não é raridade
De noite até faz frio
A água do rio é poluída
Apesar de toda a abundância
Para tê-la na torneira
Nos concede a providência
A água do rio é doce
Ou seria amarga?
A poluição nos trouxe
Uma página não virada.
Ela é tratada
Prevenindo contaminação
Pela cólera das “privadas”
De toda embarcação
E se isso não bastasse
Tem o lixo da cidade
Só recolhido aqui e ali
Nos cantos da autoridade
A cidade é mui rica
Duvidas? Preste atenção
Todo dia cerveja e pinga
Chega em balsa e caminhão
Já dizia um filósofo
O povo quer pão e circo
Estando satisfeito
Não atenta pro perigo
O pão tem com fartura
Carnaval, todo ano tem
A meio real a saúna,*
Vamos reclamar de quem?
Alguém diz: é pouco
Ainda queremos mais
É mesmo um sufoco
Mudança mister se faz
Seria a solução?
Quem é o homem perfeito?
Manifesta-se a intenção
De candidatos a prefeito
Também pra assessorá-lo
Representantes do povo
Os eleitos se venderam
E estes, vender-se-ão de novo?
É candidato como formiga
Disputando umas poucas vagas
Parece urubu na carniça
Disputando a carniçada
Até minha cara-metade
Entrou também nessa dança
Alegando necessidade
Busca votos pra vereança
Aproveitando da lei o favor
Busca, assim, se eleger
Batalha com vigor
Labutando pra vencer
O percentual delas é pequeno
Mas elas fazem força
Tamanho não é documento
Ser candidato também é bossa
As forças se contrapõem
Os ânimos se acirram
Conciliações se propõem
Busca-se primazia
Como será mesmo o final?
Os eleitos estarão no fim
Quando a eleição chegar
Cada um será por si
Bem, de sede ninguém morre
Pelo menos dessa água
Se o carro-pipa não socorre
Da chuva a gente apara
O resto é o de menos
Pelo menos por enquanto
Presto haverá lamentos
Pois cada coisa tem seu tempo
Por essa e outras razões
Já nos disse o criador
Tudo é ilusão
Corrompendo e corruptor.
*saúna ou cubiu (peixe semelhante a sardinha do mar).
Oli Prestes
(093)991906406
oliprest
Enviado por oliprest em 01/07/2007
Alterado em 09/04/2017