Textos

Laranja azeda
Laranja, quando doce, é motivo de elogio, do mesmo modo que laranja azeda é motivo de reclamação. Todo vendedor de laranja lhe gaba e diz que é “docinha”, até que o comprador descubra que foi enganado. Que doce mesmo era só a amostra. Mas falemos de laranja em outro sentido.

Já ouvi algumas histórias sobre “laranjas”, dos quais disseram que, os que deles usaram, sentiram não doçura, mas azedume.

Uma delas foi de um prefeito de uma cidade que limita com o município de onde escrevo este texto. Que ele, quando prefeito do tal município, comprou um apartamento e colocou no nome de um secretário municipal. Depois de terminado o mandato do mesmo, quando ele tentou usar o tal apartamento, recebeu a notícia de que ele não tinha parte nenhuma nele.

Do mesmo modo comenta-se que um empresário do ramo gráfico recebeu certo valor para comprar o maquinário de uma gráfica, e que deveria trabalhar com uma sociedade velada de capital e trabalho, tendo como sócio um ex-prefeito deste município o qual era prefeito na ocasião do negócio. Mas que o tal empresário, sabendo que o dinheiro era do erário municipal, se apropriou do equipamento e tocou o negócio como único dono.

Tem sido noticiado na mídia vários casos de políticos que usaram “laranjas” para ocultar bens e fortunas obtidas ilicitamente, possivelmente com propinas, alguns dos quais se valeram disso para também abocanhar parte do que pode ter sido surrupiado do propino duto.

Antigamente os homens tidos como “bem sucedidos” tinham os seus nomes publicados em jornais o que era motivo de glória para deles. Hoje, alguns querem viver na obscuridade, a fim de não se descobrir a origem do seu falso brilho. Os negócios de “cumpadres” e “cumpanheiros” vêm dando muita insônia para essa cambada de “frutas cítricas” azedas.
Oriximiná-PA, 20/02/2016
Oli Prestes
Missionário
oliprest
Enviado por oliprest em 21/02/2016
Alterado em 22/05/2017


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr