Disse Jesus que a obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou. Jo. 6:29.

Obra é realização. Assim, esse crer, proposto por Jesus, não é um crer místico, mas a aceitação da pessoa jurídica de Jesus, os seus mandamentos.

Conforme as Escrituras, apesar de os judeus terem os mandamentos, o decálogo, eles não os guardavam, veja:

"Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida! eu não recebo glória da parte dos homens; mas bem vos conheço que não tendes em vós o amor de Deus." Jo. 5:39-42.

Diz o Espírito Santo por João: "Porque o amor de Deus é este: Que guardemos os seus mandamentos, e os seus mandamentos não são pesados." I Jo. 5:3.

Disse também Jesus:
"Por que não compreendeis a minha linguagem? É porque não podeis ouvir a minha palavra." Jo. 8:43.

Disse ele:
"A tua palavra é a verdade." Jo. 17:17, ú. Parte.

E na mesma ocasião:
"Mas porque eu digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence do pecado? Se digo a verdade, por que não me credes?" Jo. 8:45 e 46.

E o salmista:
"A tua lei é a verdade." Sl. 119:142, p.parte.

Disse ainda Jesus:
"Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, do qual vós dizeis que é vosso Deus; e vós não o conheceis; mas eu o conheço; e se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas eu o conheço, e guardo a sua palavra." Jo. 8:54 e 55. E 8:19.

Diz o Espírito Santo por João:
"E nisto sabemos que o conhecemos, se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade." I Jo. 2:3.

Ainda outras provas existem, mas estas bastam como provas de que os judeus contemporâneos de Jesus que não reconheceram a Jesus como o enviado do Pai, assim procederam devido não serem observadores da lei de Deus, apesar de examinarem as Escrituras, e se mostrarem rigorosos quanto à lei de Moisés. Apesar das suas pretensões de serem justos quanto aos preceitos e ordenanças de Moisés, disse Jesus que eles não criam nos escritos de Moisés. E que se eles cressem nesses escritos, também creriam nele, Jesus, porque de Cristo escreveu Moisés. Jo. 5:46 e 47.

Outrossim, por ocasião do testemunho de Estevão, disse ele:
"Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes." At. 7:53.

Assim, nem a lei de Moisés eles guardavam com integridade. Pois a lei de Moisés fora dada com a intermediação de anjos, enquanto que a de Deus fora dada pelo próprio Deus.

Voltemos ao tema principal, qual seja: a obra de Deus.

Se a obra de Deus é que creiamos naquele que Deus enviou, se faz necessário que saibamos como crer.

Há um pensamento generalizado entre os evangélicos de que a condição para salvação é aceitar a Jesus como Salvador, e confessar a ele para que se adquir direitos à vida eterna, quiçá devido a afirmação de Jesus de que “todo aquele que exercitar fé nele, ou todo aquele que crer nele, tem a vida eterna. Jo. 3:36. Ou devido o que diz outra escritura: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome”. Jo. 1:12.

Conforme já afirmamos noutra ocasião, no artigo “Um nome sobre todo nome”, o nome ao qual é necessário ter fé para ser adotado na família de Jesus, não é somente crer na palavra Jesus, mas crer nos mandamentos de Jesus, que são o seu senhorio, a sua fama, o seu domínio. E para provar o que afirmamos, faremos acurada análise sobre o tema.

Disse Jesus:
"Quem crer em mim, crer não em mim, mas naquele que me enviou." Jo. 12:44.

Afinal, Jesus não era o enviado do Pai, para que o mundo cresse por ele?

Devido Jesus fazer citações e referências à pessoa dele, isso tem levado muitos a presumirem que a aceitação deva ser feita ao varão Jesus como pessoa física, quando, em verdade, deve ser feita a sua pessoa jurídica, que corresponde aos mandamentos de Deus, que são a palavra de Deus, dos quais Jesus era porta-voz.

Uma escritura diz:
“Crede em Deus, crede também em mim”.

Ora, se quem crer nele, crer não nele mas no Pai que o enviou, então ele não estava referindo-se à sua pessoa física, que era uma manifestação física de Deus, mas à sua pessoa jurídica, que é Espírito e Vida e a vida eterna. Pois disse Jesus: “E sei que os seus mandamentos são a vida eterna”. Jo. 12:50, u.parte.

Jesus disse mais aos judeus:
"Quem é de Deus, escuta as palavras de Deus; por isso vós não a escutais, porque não sois de Deus." Jo. 8:47.

Isso quer dizer que eles não davam ouvidos aos mandamentos de Deus. Pois Isaías havia profetizado assim:

". . . Ouvis de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis." Is. 6:9.

E a razão disso repetiu Jesus:

"Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviram de malgrado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure." Is. 6:10.

Hoje o povo que se nomeia  povo de Deus, julga que a denúncia de Jesus refere-se ao Israel da Palestina, e que o que fora profetizado por Isaías foi para os contemporâneos de Jesus. Entretanto o profeta perguntou para Deus até quando. E Deus lhe disse:

"Até que se assole as cidades, e fiquem sem habitantes, e nas casas não fiquem morador, e a terra seja assolada de todo. E o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo." Vv. 11 e 12.

Na símile constante no capítulo cinco de Isaías, tem Deus um “Ai” para a sua vinha. Porque esperou que exercessem juízo, e praticaram opressão; esperou que praticassem justiça, e houve clamor, por falta desta. Is. 5:7.

Também houve bebedeira e banquetes, veja:

"Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que o vinho os esquente! E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do Senhor, nem consideram as obras das suas mãos." Is. 5:11 e 12.

E essa obra tem sido manifesta a todos. Nada obstante dizem alguns:
"Avie-se, e acabe a sua obra, para que a vejamos; e aproxime-se e venha o conselho do Santo de Israel, para que o conheçamos." Is. 5:19.

E na sentença determinada pelo Senhor, consta a razão desse ai, veja:

"Por isso, como a língua de fogo consome a palha, e o restolho se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do Senhor dos Exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel. Por isso se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e estendeu a sua mão contra ele, e o feriu, de modo que as montanhas tremeram, e os seus cadáveres se fizeram como lixo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a sua ira, mas a sua mão ainda está estendida." Is. 5:24 e 25.