O INFERNO PARA ONDE VAIS!
Onde será o inferno, e o que é ele?
Devido uma parábola proferida por Jesus e que mencionaremos adiante, há quem idealize o inferno como um lugar de tormentos. Façamos uma investigação na Escritura Sagrada para que possamos fazer correto juízo sobre o tema.
A palavra inferno equivale a Sheol na língua hebraica, uma das línguas em que foi escrito o que comumente chamam de Velho Testamento. E Hades na língua grega, na qual foi escrito o que chamam de Novo Testamento.
Elas têm, portanto, o mesmo significado: Lugar para onde vão as pessoas mortas, a sepultura.
E, como podemos saber disso?
Isaías, o profeta, falando inspiradamente, disse sobre Ezequias, quando ele se lamentou e se humilhou perante Deus, devido ele ter sido avisado por Isaías de que iria morrer: "Pois não pode louvar-te o Sheol, nem a morte cantar-te louvores; os que descem para a cova não podem esperar na tua verdade." Is. 38:18.
Há quem imagine o Sheol ou Hades como lugar de onde se pode ver os que aqui na terra estão, e até interceder por eles. Que tolice! Se vivo não temos essa capacidade ou poder, quanto mais estando morto!
Bastaria um exame no cântico de Ezequias para ver que, além de tolice, é presunção, o qual é um grave pecado, conforme o livro de provérbios de Salomão, além de grande ignorância sobre as verdades eternas.
E assim era o cântico lastimoso de Ezequias:
"Eu disse: Na tranquilidade de meus dias hei de entrar nas portas do Sheol; estou privado do resto de meus anos. Eu disse: Já não verei ao Senhor na terra dos viventes; jamais verei o homem com os moradores do mundo." Is. 38:10 e 11.
Vemos, nessa citação, que o rei Ezequias, rei sobre o povo de Deus, tinha consciência de que depois de morto ele não veria o Senhor na terra dos viventes, significando a ação do Senhor no globo terrestre, bem como não veria o homem com os moradores terrenos, significando que não mais poderia ver o homem e os demais moradores, os animas.
Só essa referência já seria suficiente para derrubar qualquer sofisma sobre o tema. Recomendamos uma leitura dos versículos que se seguem ao que citamos.
Não obstante, temos ainda a afirmativa de Salomão, o grande sábio, pela luz recebida do pai das luzes: Deus.
Disse ele: "Tudo que te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Sheol, para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma." Ec. 9:10.
Como se vê, na sepultura não existe conhecimento nem sabedoria.
Disse mais: "Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol."
Donde vem a ideia de que a morte é uma passagem de uma dimensão para outra? Digo: da fantasia do homem. Devido a certos acontecimentos, como operação maligna, imaginam eles coisas que não são verdades. As narrativas bíblicas nas quais dizem se fundamentar não têm a conotação que lhes atribuem. São meras especulações presunçosas.
O caso de Saul com a pitonisa de Endor, é um. Analisemos a ocorrência.
Conforme o livro de Samuel, Saul, que havia eliminado os adivinhos e necromantes de entre o povo de Deus, do qual Saul era rei, após se ter apartado de Deus acabou recorrendo a uma necromante pretendendo saber o que lhe sucederia, pois Deus não mais lhe respondia por profetas nem por sonhos. Então disse Saul aos seus servos: "buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Fizeram-lhe saber onde havia uma, e Saul, disfarçado, foi até ela, tendo chegado à noite em sua casa. Disse-lhe Saul: Peço-te que me adivinhes por necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser. A mulher lhe respondeu: tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer? Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso. A mulher então lhe perguntou: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz, e falou a Saul, dizendo: Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul. Ao que o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher respondeu à Saul: Vejo um deus que vem subindo de dentro da terra. Perguntou-lhe ele: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e lhe fez reverência. Samuel disse a Saul: Por que me inquietastes, fazendo-me subir? Então disse Saul: Estou muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de fazer. Então disse Samuel: Por que, pois me perguntas a mim, visto que o Senhor se tem desviado de ti, e se tem feito teu inimigo? O Senhor te fez como por meu intermédio te disse; pois o Senhor rasgou o reino da tua mão, e o deu ao teu próximo, a Davi. Porquanto não deste ouvidos à voz do Senhor, e não executaste o furor da Sua ira contra Amaleque, por isso o Senhor te fez hoje isto. E o Senhor entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus. Amanhã tu e teus filhos estareis comigo, e o Senhor entregará o arraial de Israel na mão dos filisteus. Imediatamente Saul caiu estendido por terra, tomado de grande medo por causa das palavras de Samuel; e não houve força nele, porque nada havia comido todo aquele dia e toda aquela noite.
Aquilo que na leitura se diz ser Samuel, em verdade era um espírito mau que operava aquele processo de necromancia – consulta de mortos. Afirmamos isso com base nas Sagradas Escrituras, que revelam que Deus condena tal prática, que vedou isso ao seu povo. Aquele espírito não conhecia o pensamento de Saul, e a necromante soube que era Saul que ali estava depois que ela entrou em transe. O espírito fez a necromante ver a semelhança de Samuel, mas foi Saul quem presumiu ser ele, pelos traços ou dados fornecidos pela necromante. As coisas faladas a Saul pelo espírito através da necromante eram notórias a Saul e haviam sido faladas a Saul por Samuel antes da morte deste. Quanto à morte de Saul e de seus filhos no dia seguinte, já estava determinada, e os demônios, com quem Saul se encontrava, eram apenas agentes para cumprir o que estava determinado a respeito de Saul.
Além do mais, se Samuel era um deus, não deveria subir da terra onde jazia seu corpo, mas do céu, lugar dos deuses. E a expressão “por que vieste me inquietar”, mostra que os demônios sabem que na morte se jaz na quietude. Na verdade aquilo foi uma encenação. Pois diz uma Escritura que na morte não há consciência.
Disse Salomão segundo o que lhe foi revelado: "Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos: uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens vai para cima, e se o espírito dos brutos (animais) desce para a terra." Pv. 3:19-21.
Certa vez Jesus propôs uma parábola, e disse: "Ora havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. Ao seu portão fora deixado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caiam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. Veio morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. No Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua,, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar par nós. Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: tem Moisés e os profetas; ouçam-nos. Respondeu ele: Não! Pai Abraão, mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos." Lc. 16:19-31.
Essa parábola, sem sombra de dúvidas, é figurativa. Veja:
Abraão significa o pai dos crentes; o símbolo da universalidade do evangelho. Pois o Senhor lhe prometeu que nele seriam benditas todas as famílias da terra; o rico, os judeus nominais, a quem foram primeiramente anunciado as promessas, e a quem fora dado o sacerdócio, as leis, etc. Lázaro significa os gentios, com quem foi feito o “novo pacto”, e filhos da promessa e da Jerusalém celeste, mediante o lavar da regeneração e pela morte de Cristo, Gl. 4:21-31, I Co. 6:9-11 e Tt. 3:4 e 5.
O rico tinha a Abraão como pai, pois assim o chamava. Não obstante, na sua morte, não foi para o seio dele, ao passo que o mendigo foi levado pelos anjos para lá.
Se na morte não existe lembrança, mas total esquecimento, como podia eles se ver e se comunicar? Se eles podiam se ver, por que não podiam se comunicar com os vivos?
Morte é morte! Cessação da vida! Não existe nenhuma lembrança, nem possibilidade de comunicação entre vivos e mortos ou entre estes. Os órgãos são desfeitos, e somente Deus pode trazê-lo de volta à vida.
As visões que algumas pessoas dizem ter tido quando estavam em certas situações, como desmaios, paradas cardíacas, operações cirúrgicas, são operações de espíritos do erro para confundir os menos avisados ou os que não creem na palavra do Senhor.
Na parábola atrás mencionada é dito que os irmãos do rico tinham a Moisés e os profetas. Mas Moisés e os profetas já haviam morrido a muito? Então eles representam as revelações de Deus através deles. Afinal, diz uma escritura: "Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe dei em Horebe. A saber: estatutos e ordenanças." Ml. 4:4.
Uma parábola não tem força doutrinária, mas é uma exemplificação. Creio que ela fora proposta para confundir aos que se agarram na letra, que mata. Pois a instrução do Senhor é bem mais que examinar a palavra, basta ver o capítulo dois de provérbios de Salomão, do verso primeiro até o seis.
Nem todos os que morrem vão para a sepultura ou Hades ou Sheol. Há alguns que vão para o fundo dos mares, são comidos por animais, são cremados, etc. Por essa razão além do Hades (sepultura), no juízo será requerido da morte e do mar aqueles que não foram sepultados. Veja:
"E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado para eles lugar. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras. E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo." Ap. 20:11-15.
Devido as fantasias dos homens, como a obra de Dante Alighieri, “A ... comédia”, acreditam num lugar ao qual chamam de “purgatório”. Pensam que é possível reverter a situação em que morrerem, se os vivos intercederem por eles através de missas, rezas, etc. E, como os vivos pensam que os mortos podem interceder por eles?
Segundo a Bíblia, plano para salvação da humanidade, isso não é possível. Pois cada um será julgado por suas obras registradas num livro.
Portanto, antes que desças ao inferno, aceita a Jesus, único mediador dos homens, e pratica obras dignas de vida eterna, para que sejam apagados os teus pecados, e possas ter esperanças de não entrar em condenação, mas de ter a vida eterna.
Oli Prestes
Missionário
Título original: "O inferno para onde vais"
oliprest
Enviado por oliprest em 02/08/2007
Alterado em 16/04/2016