No ocidente o beijo tem um significado especial, ainda que hoje, como no passado, ele seja usado com falsidade e até como símbolo de traição. E isso se deve ao episódio da traição de Jesus, que foi traído com um beijo por Judas Iscariotes, um dos seus apóstolos. Mas, não obstante isso, o beijo não perdeu o seu significado. Ele além de mostrar intimidade entre os que se beijam, demonstra ternura, desejo, querer bem, amizade, respeito, e também amor.

Os povos aculturados o praticam com esse significado. Há porém os que o praticam por lascívia, paixão, e até modismo. Os índios não têm esse hábito ou prática.

Segundo os homens, o beijo tem vários significados nas várias formas. Assim, ele pode ser na mão, como sinal de respeito; no rosto, como símbolo de amizade ou sociabilidade; na boca, como amor, paixão, ternura, etc.

As Escrituras falam dele no sentido positivo e negativo. Manda os cristãos se saudarem com ósculos (beijos) santo, veja:

Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. Rm. 16:16, p.parte. Saudai a todos os irmãos em ósculo santo. I Ts. 5:26. Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade. I Pe. 5:14, p.parte. E parece que lá onde nasceu o cristianismo já havia a prática do beijo mesmo entre pessoas do sexo masculino. Temos como prova disso a censura de Jesus a um certo homem, na casa de quem entrou para comer, veja:

Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar á mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento. Ao ver isto, o fariseu que o convidara, disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre. Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe : Julgaste bem. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo (beijo); ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Lc. 7:36-45.

O anfitrião não usou para com Jesus nem o que se costumava usar para com os hóspedes, à época: dá-lhe água para lavar-lhe os pés. Mas aquela mulher, nada obstante ser uma pecadora, regou-lhe os pés com lágrimas e enxugou-os com seus cabelos. O anfitrião não o beijou, coisa que parecia comum ser usado para com os mestres, o qual Simão parecia reconhecer Jesus como tal. Mas a mulher beijou-lhe os pés, pois talvez não ousasse beijar-lhe o rosto. Já que não tinha intimidade com Jesus, e devesse julgar-se indigna disso. Colocou-se na condição dela: de pecadora.
Em Cantares de Salomão, um dos livros mais enigmáticos das Escrituras, o beijo é comum e requerido pelo “noivo”, Jesus, e Sua “noiva”, a Igreja. Esses beijos são positivos e significativos. Bem como positivo é o beijo mandado dar no Filho, Jesus, através da Bíblia, posto que o representa. Lá diz:

Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam. Sl. 2:12.

Como a Sua palavra o representa, já que Ele é o Verbo, a Palavra de ação, beijando-a estamos beijando a Ele..

Entretanto existe um beijo reprovável nas Escrituras. E isso foi revelado num dos livros mais antigos, o livro de Jó.

Lá diz: Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, que caminhava esplendente, e o meu coração se deixou enganar em oculto, e beijos lhes atirei com a mão, também isto seria delito à punição de juizes; pois assim negaria eu ao Deus lá de cima. Jo. 31:26-8.

Como diz as Escrituras, Jó era o único justo àquela época. Assim sendo, Deus que o assistia com o Seu Santo Espírito, lhe dava a sabedoria sobre isso.

Ao tempo de Elias Deus lhe falou que Ele havia reservado para si sete mil varões dos israelitas, que não se tinham ajoelhados a Baal (ídolo pagão), e toda boca que o não beijou.

Como vimos, o beijo em imagens é um beijo iníquo e que condena à morte.

Hoje vemos muito mais que isso. Vemos as pessoas beijarem dinheiro, bilhetes de jogos, bilhetes de votação, camisas de times esportivos, emblemas, animais, etc.

Esses que assim procedem não beijam o Filho, ou no mais das vezes praticam o beijo social e artesanal (fabricado), intencional. São beijoqueiros pretensiosos, que negam-o a quem de direito, mas esbanjam frivolidade.

Se você é povo de Deus não desperdice o seu beijo se condenando à pena dos juízes: os justos que haverão de julgar os ímpios. Beijai o Filho para que não se ire...