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DAI RÉDEAS NAS LÍNGUAS

Temos substancial instrução bíblica sobre o cuidado com a língua. Queremos, nesta oportunidade, traze-lo à lembrança e tecer comentários atinentes ao tema.

As Escrituras estão repletas de instruções sobre o cuidado que se deve ter com ela para não sermos condenados. Po isso diz o apóstolo Pedro: Porque quem quer a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano. I Pe. 3:10.

Nessa passagem o apóstolo manda refrear a língua. Mas alguém diria: ora quem manda refrear a língua, o apóstolo que negou a Jesus três vezes. E o fez usando aquilo que agora ele nos manda refrear: a língua.

É isso mesmo. O Senhor escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias. I Co. 1:27, p.parte.

Sobre o freio o apóstolo Tiago fala: Ora nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Tg. 3:3. O cavalo é um animal de grande força, mas que pode ser dominado até por uma criança se lhe pormos freio na boca.

O apóstolo lança mão de um outro exemplo para comparar o domínio, e diz: Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Versículo 4.

E continua: A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Tg. 3:5-9.

Alguém já disse e outros ainda repetem que as palavras o vento leva. O vento pode não levar mas a Escritura diz que as aves dos céus levariam a tua voz, e o que tem asas daria notícia da palavra que se falar amaldiçoando um rico no mais interior da recâmara. Ec. 10:20.

Mas por que as palavras têm tão grande importância?

Os homens têm usado as palavras para jogar com elas um jogo sutil. Onde falam e negam o que falaram; prometem e não cumprem; dizem e desmentem o que disseram; concordam e depois discordam com aquilo que concordaram. Enfim, a língua tem sido usada como uma arma de alta periculosidade, e que tem causado muita desgraça. A mentira, a calúnia, a maldição, etc., são produzidos pela língua. Não é sem razão que disse Jesus: Por toda palavra vã que o homem disser ele vai à julgamento.

Existe, entretanto, uma maneira eficaz de refrear a língua, a qual recorreu o salmista. Disse ele: Senhor, põe um cadeado na minha boca; guarda a porta dos meus lábios. Sl. 141:3.

O apóstolo Tiago diz que com a boca abençoamos e amaldiçoamos os nossos semelhantes, feitos a imagem de Deus, o que não convém.

Mas o prejuízo não é só de quem falarmos, nem nosso à longo prazo. Muitos planos na iminência de serem concretizados têm sido abortados ou frustrados devido a falta de rédeas nas línguas. O inimigo toma conhecimento e batalha contra ele, derrubando.

As vezes o problema está nos planos elaborados sem a permissão do Senhor, ou de forma presumida. Pois diz o apóstolo Tiago: Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal  cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Por que, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isso ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna. Tg. 4:13-16.

Quanta tristeza poderia ser evitada se soubéssemos ouvir sem contestar, ser afrontados sem revidarmos, ser perseguidos e sofrermos, ser amaldiçoados e bendizermos?

Alguns, querendo que se faça ou que se cumpra os seus desejos e as suas presunções, tomam em seus lábios o nome do Senhor, e dizem: eu vou fazer isso ou aquilo no nome de Jesus. Que tolice! Jesus não fará o que queres por essa atitude. E isso pode ser até a quebra do terceiro mandamento, que diz: Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão. Êx. 20:7.

Também em nome de Jesus muito engano têm sido ministrado e divulgado. Não é sem razão que escreveu Pedro inspiradamente: Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscência da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro; prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. II Pe. 2:18 e 19.

Quanta mentira enxertada em nome da verdade. Mas nenhuma mentira procede da verdade. I Jo. 2:21.

Um gravíssimo engano divulgado é a negação da caridade, o amor de Deus, a observância dos seus mandamentos. Por isso diz a Escritura: ó língua fraudulenta, que te será dado ou que te será acrescentado? Frechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro. Sl. 120:3.

E o próprio Senhor ensina como escapar do engano: clamar a Ele: Senhor, livra a minha alma dos lábios mentirosos e da língua enganadora. Sl. 120:2.

Estes enganadores são aqueles dos quais diz a Escritura que as suas bocas são um sepulcro aberto. E debaixo das suas línguas há veneno de áspide. Abrem as suas bocas para o mal; suas línguas tramam enganos. Dizem que conhecem a Deus, mas negam-no com as suas obras. Sendo eles mesmos servos da injustiça. Sl. 5:9, 58:4; II Pe. 2:19.; Tt. 1:16. Mas o Senhor é justo. Ele julgará a causa do pobre e do necessitado, e daquele que não tem quem o livre.

Já de muito havia sido dito que no final dos tempos haveria escarnecedores, andando segundo as suas concupiscências, dizendo coisas mui arrogantes de vaidades, com as quais prenderiam aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro. II Pe. 2. Que não obstante terem conhecido a Deus, negam-no com as suas obras. Nas suas especulações se desvanecem. Dizendo-se sábios tornaram-se loucos e mudaram a glória de Deus em mentira. Rm. 1:23.

Tudo isso são frutos dos lábios e da língua, cujos possuidores terão que receber as suas recompensas. Pois o Senhor é justo e ama a justiça, mas abomina os lábios mentirosos, e a língua fraudulenta, ou enganadora. Ap. 21:8, Sl. 119:113, 163.
oliprest
Enviado por oliprest em 09/08/2007


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr