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OS TRABALHADORES DA ARCA

A arca que Noé construiu por ordem do Senhor tinha dimensões consideráveis para a época. Trezentos côvados era o seu comprimento. E certamente que somente Noé e sua família não poderiam construí-la sem a concorrência de muitos homens hábeis, mesmo que o tempo tenha sido relativamente longo entre a ordem do Senhor e a sua conclusão. Assim, é certo que Noé teve que contar com a mão-de-obra de homens que, além de cortarem a madeira, faziam o seu aparelhamento e montagem. Trezentos côvados correspondem a cento e sessenta e cinco metros. Medida considerável, mesmo para os dias atuais, em que os homens que constróem barcos podem dispor de ferramentas e máquinas bem mais versáteis do que as que se dispunha à época. O arqueamento estrutural de uma embarcação de tal porte, requer peças dimensionadas de tal maneira que suportem o todo, sem risco de se desfazer ou romper, principalmente diante de cataclismos como o que houve naquela época,  e denominado dilúvio.

Assim, fazendo um retrospecto, podemos analisar, mesmo sem grande conhecimento de construção naval, as dificuldades inerentes a uma obra de tal envergadura. Ainda assim, pelo que depreendemos da narrativa, tudo saiu a contento.

Mas, uma obra de tal envergadura, devia ter um grande objetivo e teve. A finalidade da arca era salvar do dilúvio os homens havidos dignos disso: Noé e sua família, e também os animais que deveriam servir para a formação da fauna.

Mas os trabalhadores que construíram a arca não entraram nela juntamente com Noé para serem salvos. Por que? Acaso Noé não lhes deu ciência do que estava para acontecer? Certamente! Qual a razão de eles não ter sido havidos dignos de serem salvos? Porque não creram na pregação de Noé.

Diz-nos as Sagradas Escrituras, que Noé era um homem justo no meio de uma geração corrompida. Dizem também que Noé era pregoeiro da justiça. Pode-se pensar que a justiça era a humana, mas já falamos em outra obra que Noé pregava a justiça de Deus, os seus mandamentos, o decálogo divino, transmitido por Deus aos seus profetas, como Noé.

Mesmo os seus parentes não foram salvos. Isso porque a admissão na arca dependia não apenas de querer ser salvo, mas também de crer que ela era o único meio de salvação da catástrofe que fora prenunciada por Deus a Noé, e crer também na mensagem de Noé, que era o homem chamado por Deus para avisar que os homens já não mais estavam praticando a justiça de Deus.

Um projeto de tal magnitude para salvar uns poucos homens e mulheres, oito no total, além de animais.

O evangelho de hoje é semelhante ao projeto de Deus para àquela época. Apenas com a diferença de que a arca não mais é de madeira. Mesmo assim há muitos trabalhadores que pensam que serão salvos porque estão concorrendo para a sua divulgação. Mas o fazem fraudulosamente. Não serão salvos porque, nada obstante o trabalho que realizam, já recebem os seus salários, recompensas, como recebiam os trabalhadores que cooperaram na construção da arca de Noé.

Alguns há que reivindicam direitos tomando como base as palavras das Sagradas Escrituras, e do próprio Deus, achando que deva ser do modo como pensam. E lisonjeiam a Deus com seus lábios, mas rejeitam a Deus com as suas obras. Querem ser justos alegando que Cristo morreu para lhes justificar, mas O rejeitam quando não aceitam os seus mandamentos, que é a lei do espírito de vida, que nos pode libertar da lei do pecado e da morte.

Sobre esses escreveu Judas em sua epístola, bem como Pedro e também Paulo.

Acaso os trabalhadores da arca de Noé não reivindicaram direitos por ocasião do rompimento das fontes das águas? O Senhor já previu que naquele dia dirão: Senhor! Senhor! Nós profetizamos em teu nome. Tu ensinavas em nossas ruas, comíamos e bebíamos na tua presença. Mas ele lhes dirá: Não vos conheço. Apartai-vos malditos para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos.

E quando as Escrituras dizem: porque tive fome e não me deste de comer, tive sede e não me deste de beber, está ela falando do pão que desceu dos céus, e que dá vida a todos os homens que dele comerem: Jesus. Que é o caminho, a verdade e a vida, e que correspondem aos mandamentos de Deus.

Essa é a arca que abriga aquele que crê. Mas se não crêem, como podem obedecer?
oliprest
Enviado por oliprest em 27/08/2007


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