O PÃO NOSSO, ONTEM E HOJE
No passado, segundo evidenciamos pelos escritos antigos, o pão era feito sem o uso de bromatos. A fermentação era obtida esperando-se a massa levedar naturalmente, por ação de bactérias naturais existentes nos amidos com os quais o pão era feito. Hoje, além de bromatos, outros ingredientes estão sendo utilizados para estabilizar, corar, etc. E assim o pão nosso de cada dia vai tornando-se mais artificial e menos natural, o que também faz-nos mais artificiais e frágeis.
Quando eu era menino e tinha que levar os bolos que vendia, nos fornos das padarias para poder assar, eu via a tarefa de preparar o pão e colocá-lo para crescer por um período considerável. Aliás, dependendo da quantidade que deveria ser feito, a tarefa começava cedo à noite, e se estendia até pela manhã. Hoje os pães são feito a qualquer hora do dia, em fornos elétricos ou à gás, e não segue mais os padrões de antigamente, afinal os tempos são outros.
Outrossim, antigamente a carne só era vendida depois de escorrer o sangue. Normalmente o gado era abatido em um dia e vendido a partir do dia seguinte. Também o gado era alimentado com pasto natural. Hoje o gado além de ser alimentado com ração na qual são incorporados nutrientes, ele também é tratado com anabolizantes, pesticidas, etc. Como se isso não fosse suficiente, os nutricionistas na área animal tem formulado composições alienígenas para alimentar o gado, que é engordado em regime de cativeiro. Uma dessas rações é o esterco do porco, chamado de “chocolate” por aqueles que militam na área pecuária de engorda de gado em confinamento. É que eles observaram que os suínos criados em cativeiro ou regime de confinamento, só aproveitam em torno de trinta por cento do que comem, defecando o restante do alimento. Então eles aproveitam-no e, após um certo tratamento para eliminar o mal cheiro próprio de fezes, administram como ração para gado. Pois o gado vacum tem uma digestão mais lenta e também remói, o que resulta em melhor aproveitamento do que fora excretado pelo suíno. Assim, o que antigamente era limpo hoje é porco. O mesmo fazem com a palhada de arroz que serve como cama para os frangos em aviários, juntamente com as fezes dos frangos. Também é dado como ração para engorda de gado em regime de confinamento.
Por outro lado, hoje também está sendo formulado rações para gado a partir de partes rejeitadas da sua própria espécie depois que são abatidos. Talvez por isso esteja havendo o problema chamado de “mal da vaca louca”, que tem ocorrido nos países da Europa, onde essa prática é utilizada. Segundo os cientistas o mal decorre da alteração de uma proteína animal utilizada na ração do gado. E que transferida para os humanos quando utilizam a carne do animal contaminado também se contaminam, chegando a provocar a morte.
As aves recebem hormônios através da ração a fim de serem induzidas a desovarem, contrariando a sua natureza.
Uma vida não tem preço. Mas parece que hoje os homens entendem que uma vida não tem valor. E assim dão preferência ao ganho e ao lucro.
Com o objetivo de aumentar a produtividade, o açúcar que hoje é fabricado recebe tratamento com substâncias químicas, se tornando não recomendável para todas as idades.
Até o mel, um produto outrora natural, já que obtido diretamente das flores e vegetais, hoje já não se pode confiar. Pois as abelhas, dos apiários que produzem mel em escala comercial, recebem tratamento com fungicidas e antibióticos, e até o seu favo já pode ser fabricado pelos homens.
Por tudo isso não é de admirar que o número de enfermidades esteja aumentando. E que algumas delas sejam causadas por esses motivos, embora não se cogite disso, ou até se negue, devido os interesses daqueles que obtêm ganhos e lucros com essas atividades.
É cada vez mais comum nos rótulos de comidas e bebidas as expressões: contêm acidulantes, antioxidantes, corante artificial, conservantes, estabilizantes, etc.
Assim, o pão nosso de cada dia, que outrora era obtido com suor e desejo, hoje tem sido obtido por meio de engenhosidade e artificialismo.
Portanto, já não podemos dizer que comemos com satisfação ainda que o sabor possa agradar o nosso paladar, nem podemos confiar de que ele nos nutrirá, mas com desconfiança se mal não nos causará. Por isso jamais devemos prescindir de agradecer àquele que é poderoso para purificá-lo, guardando-nos de sofrermos as conseqüências que podem resultar do pão nosso de cada dia. Isso é uma droga!
oliprest
Enviado por oliprest em 01/09/2007