Que atire a primeira pedra
Essa expressão de Jesus se tornou uma expressão popular usada por alguém que não quer ser condenado ou julgado. Mas o contexto do acontecimento que está registrado na sagrada Escritura precisa ser visto. Vamos ao texto.
João 8:1 JESUS, porém, foi para o Monte das Oliveiras. 2 E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. 3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; 4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. 5 E NA LEI NOS MANDOU MOISÉS QUE AS TAIS SEJAM APEDREJADAS. Tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. 7 E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. 8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. 9 Porém ouvindo eles isto, acusados pela consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. 10 E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.
Bem, a lei do apedrejamento da mulher apanhada em adultério era uma das leis de ordenanças dadas a Moisés com a intermediação de anjos. Entretanto, ela deveria ser exercida pelos anciãos de Israel, os quais deveriam ser justos.
O texto não quer dizer que todos os humanos, sem excessão, têm pecado. Mas que aquele que não tivesse pecado que atirasse pedras na mulher. E devido a consciência de cada um, eles caíram em si e se isentaram de fazer o que deveria ser feito caso eles fossem íntegros e justos.
Jesus, após a retirada dos acusadores da mulher, perguntou-lhe se eles não lhe tinham condenado, e à negativa dela, disse-lhe que Ele também não a condenava, mas que ela se fosse mas não mais pecasse. Donde se conclui que ele se referiu à quebra do decálogo, no qual consta "Não adulterás". Ex. 20:14 e Dt. 5:18.
Vejo que naquele momento Jesus aboliu essa lei de Moisés e transferiu esse tipo de julgamento para o grande juízo.
Portanto, hoje não é devido juízo condenatório semelhante ao que os contemporâneos de Jesus quiseram fazer, embora isso ainda ocorra, notadamente no meio fundamentalista mulçumano.
Francisco Morato-SP, 08/03/2021.
Oli Prestes
oliprest
Enviado por oliprest em 08/03/2021
Alterado em 19/08/2021