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O primeiro amor
Já falamos em outro artigo codificado por nós, que na atualidade têm sido criadas organizações evangélicas com nomes os mais diversos, com a pretensão de parecer a escolhida ou eleita pelo sumo pastor das ovelhas, Jesus, o Cristo. Assim, existe a organização religiosa com uma fachada intitulada de "a igreja do Deus vivo", outra, de "igreja de Jesus Cristo dos santos dos últimos dias", e ainda outra com o nome de "igreja Universal do Reino de Deus", e por aí vai. E não são poucos os que têm se filiado a essas organizações e que acreditam estar no caminho para os céus. Qual delas seria a descrita no livro de Cantares de Salomão como a noiva, a esposa, a rainha, a eleita, a senhora? A qual igreja pertenciam os profetas, como Enoque, Noé, Abraão e os patriarcas da sua linhagem, Elias, Elizeu, Isaías, Jeremias, Jó, e os apóstolos, etc.? Qual seria a universal Igreja de Deus?
Vamos fazer algumas considerações a fim de suscitar não dúvidas, mas certezas naqueles que querem verdadeiramente seguir o caminho da vida, da justiça e dos céus.
Os evangélicos e cristãos dizem se fundamentar nas Sagradas Escrituras como cânon sagrado e regra de fé e proceder. E citam muitas porções dela em favor de si, criando argumentos em cima dos dogmas que estabelecem, nos fazendo lembrar o que disse o apóstolo Paulo, que se nomeou de apóstolo dos gentios, quando disse: "Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo". I Co. 3:10-15.

Jesus falou de dois caminhos, sendo um que leva a vida eterna e outro a perdição eterna. Assim, não pode existir coluna do meio. Ou se é de Deus e se serve a Ele, ou se jaze no maligno e, por conseguinte, se está em trevas.
Há quem julgue por vista e ache que um homem de Deus deva obrigatoriamente manifestar todo o poder para tudo e em todas as circunstâncias, a fim de ser assim considerado. Entretanto, diz o apóstolo Paulo: "Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres? têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?" I Co. 12:29-30.  E diz que o Senhor repartiu os dons a cada um para um fim, a saber: a edificação do corpo de Cristo. E que cada um seja fiel naquilo que recebeu. Pois que importa que o despenseiro seja achado fiel.
Outrossim, Elias era um homem de Deus. Apesar disso não o vemos curando ou sempre fazendo maravilhas diante do povo, a não ser quando convocou tanto o povo quanto os profetas de Baal, deus a quem Jezabel, mulher do rei Acabe, servia, o qual reinava sobre o povo de Israel, e que tinha levado o povo também a servir, devido a sua influência como mulher do rei. Elias convocou aqueles profetas, cujo número montava a quatrocentos e cinquenta, a fim de fazer prova de qual deles era o verdadeiro. Ao final, depois de oferecer o seu sacrifício e ter caído fogo do céu e queimado tanto o sacrifício como lambido até a água que ele mandou derramar sobre o altar e no rego em volta dele, mandou que pegassem todos os profetas do falso deus Baal, a quem Jesabel servia, e os matou.

Naquele tempo, e devido Jezabel ter jurado matar Elias, este, apesar de profeta e homem de Deus, fugiu por temor a Jezabel. Refugiou-se à margem do ribeiro de Beirite, onde os corvos o alimentavam com pão e carne pela manhã e à noite. Depois, quando esse ribeiro se secou, devido a escassez de água que sobreveio pela palavra dele, este saiu dali e foi se refugiar em uma caverna. Nessa ocasião Elias ouviu uma voz após alguns fenômenos sobrenaturais, que lhe perguntou: "Que fazes aqui Elias? Ele reconheceu ser o Senhor, e respondeu: Senhor, mataram os teus profetas, derrubaram os teus altares, e só eu fiquei. E lhe disse o Senhor: Eu reservei sete mil varões que não dobraram os seus joelhos a Baal'. Onde se reuniam esses varões, em que igreja?

Verificando as Sagradas Escrituras não encontramos nenhum nome dado aos locais de reunião do povo de Deus a não ser templo. E isso foi o que ele próprio determinou a Moisés. Também quando Davi teve esse desígnio em seu coração, Deus lhe disse que o seu filho que procedesse dele construiria um templo para a habitação do seu nome, nome de Deus. E assim foi até quando Jesus veio a este mundo para restaurar o tabernáculo caído de Davi. Mostrou aos doutores da lei, os sacerdotes e escribas, os seus erros doutrinários, retirou do meio dos transgressores aqueles que aceitaram a sua doutrina, os quais passaram a se reunir no cenáculo, um local escolhido por Jesus para comer a páscoa com os seus discípulos antes da sua morte. Mas, pelo que vemos, ele não colocou nenhum nome ou fachada nesse lugar. Muito menos os seus discípulos e apóstolos o fizeram.

Por conseguinte, nas igrejas que foram sendo formandas por todo lugar aonde a palavra chegava, não houve nenhum nome. Muitas reuniões foram feitas nos lares. Prova disso encontramos na epístola de Paulo a Filemom, onde ele diz: "Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador, e à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa: Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo". Fm. 1:1-3.

Entende-se pelas citações que igreja, conforme o significado da palavra, é reunião de pessoas e não uma organização religiosa ou evangélica como hoje os homens convencionaram nomear. Aliás, a palavra igreja só é usada a partir dos livros epistolares. Ou seja, a partir das cartas doutrinárias enviadas pelos apóstolos.
Como o próprio Senhor revelou a João, e registrado no livro do Apocalipse, ele deveria enviar diversas cartas, sete no total, a diversas igrejas, quais sejam: Éfeso, Esmirna, Tiatira, Pérgamo, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Algumas dessas igrejas foram advertidas apesar de também receberem louvor por alguma obra ou comportamento.
Apesar de alguma controvérsia que há entre os líderes evangélicos quanto à aplicação do conteúdo dessas cartas às igrejas hoje existentes, a maioria concorda que elas servem para todas da atualidade. Assim sendo, vamos examinar o conteúdo de cada uma e ver se as igrejas de hoje, ou melhor, quais das igrejas de hoje se enquadram nas que receberam só louvor e nenhuma repreensão, a saber, a igreja de Esmirna e a igreja de Filadélfia. Seguiremos a mesma ordem em que está relacionada às cartas no livro do Apocalipse. Assim sendo, vamos transcrever a primeira missiva.

Carta à igreja de Éfeso

"Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus." Ap. 2:1-7.

Não queremos ser prolixos quanto à explicação do conteúdo da carta. Isso muitos têm feito discorrendo sobre elas. Entretanto queremos nos deter especialmente na mensagem de reprovação que é o necessário para comparar aquela igreja com as que hoje estão na mesma condição. E a reprovação diz: Tenho, porém contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Que será esse tal primeiro amor?

Já tenho ouvido algumas proposições quanto a isso. Entretanto, não partilho do mesmo pensamento dos que se propuseram interpretar esse texto da missiva em questão. E a seguir eu passo a explicar não só as minhas razões, como dar a que me foi concedida à luz das próprias Escrituras.
Pra começar, vamos buscar o conceito das Sagradas Escrituras para aquilo que a igreja de Éfeso deixou, qual seja, o amor.
O que é o amor?
Não podemos recorrer ao dicionário de palavras na esfera humana, pois que os homens têm conceitos divergentes do das Sagradas Escrituras do que ele seja. Segundo as Escrituras, existem diversos amores, quais sejam: amor materno, amor fraterno, amor conjugal, amor ao mundo e as coisas dele, amor carnal, amor ao próximo e amor a Deus. Não vamos discorrer sobre eles todos, pois que aqui está em evidência coisas espirituais.

Assim sendo, o que deve está em primeiro lugar é o amor a Deus e em seguida o amor ao próximo. Pois estes são os exigidos por Deus para serem observados. Nesse caso, temos necessidade de saber o que eles significam. Vamos então recorrer as próprias Escrituras Sagradas, regra de fé de todo bom cristão, para conceituá-los.
Quando o Senhor deu os seus mandamentos ao seu povo, ele disse:
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que faço misericórdia até a terceira e quarta geração daqueles amam e que guardam os meus mandamentos. E que visito a iniquidade dos pais nos filhos, a milhares dos que me odeiam." Êx. 20:5 e 6.
Grosso modo, parece que Deus usa de misericórdia para com dois grupos de pessoas, quais sejam: os que lhe amam e os que guardam os seus mandamentos. Mas não é assim, veja: "Porque o amor de Deus é este: que guardemos os seus mandamentos." I Jo. 5:3. Assim, amar a Deus e guardar os seus mandamentos corresponde à mesma coisa. O nosso amor para com Deus é demonstrado desse modo. E isso está manifesto em várias passagens bíblicas. Como exemplo, temos outras passagens na qual Jesus disse: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama." Jo. 14:15. Também outra diz:
"Aquele que me amar será amado do meu Pai, e viremos a ele e faremos nele morada." Jo. 14:21 a 23.
Por conseguinte o apóstolo Paulo escreveu dizendo de como age o amor, veja:
"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." I Co. 13:4-6. E nessa mesma epístola, ao início do capítulo treze, ele diz:
"Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disse me aproveitaria." II Co. 13:1-3.
Os homens conceituam amor como sentimento vindo do coração. Entretanto, uma Escrituras diz que o coração do homem é enganoso, veja:
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" Jr. 17:9.
E Jesus disse:
"Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias." Mt. 15:19.
Diz ainda a Escritura:
"Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável." Jr. 17:5 e 6.
Conforme o que vimos na epístola paulina citada acima, de nada adianta a pessoa ser poliglota, falar as línguas dos anjos, que correspondem às línguas estranhas, ter o dom de profecia, ter dons que lhe permita conhecer mistérios e ciência, ou ter fé a ponto de transportar montes, se não tiver o amor. Mas os homens insistem em dizer que esse amor é um sentimento. Entretanto, além das Escrituras darem claramente  o conceito do amor, ainda exemplifica esse amor.
Mas vamos pormenorizar ainda um pouco mais, para chegarmos a uma conceituação bem alicerçada. Quando um certo escriba quis provar ao Senhor Jesus, lhe perguntou:
"Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." Mt. 22:35-40. Marcos também registra uma ocorrência semelhante, veja:
"Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." Mc. 12:28.
Noutra ocasião ele foi abordado por um certo mancebo que lhe perguntou: "Mestre que farei para herdar a vida eterna. E Jesus lhe disse: Se queres entrar na vida guarda os mandamentos. Então ele voltou a lhe perguntar, quais? E Jesus lhe recitou os relativos ao próximo, quais sejam: honra o teu pai e a tua mãe; não matarás; não adulterarás; não dirás falso testemunho contra o teu próximo; e não cobiçarás coisa alguma do teu próximo." A seguir, e após o mancebo declarar que esses ele observava desde a sua mocidade, Jesus lhe deu o seu mandamento, como segue: "Vai vende o que tens, dá aos pobres, e vem e segue-me e terás um tesouro no céu." O moço se retirou triste porque tinha muitas propriedades. Mt. 19:17-22.
Há quem pense que, por Jesus não ter relacionado os mandamentos relativos a ele, ou seja, os quatros primeiros da sua lei, que eles não mais tinham importância. Mas são dezenas se não centenas de porções bíblica que nos levam a concluir que os dez mandamentos estão em vigor, tal e qual fora dado por Deus. E isto não apenas desde o Sinai mais desde a fundação do universo. E isto o leitor poderá examinar no conjunto que já temos formulado com um amplo questionário sobre o tema. Continuaremos aqui a buscar tão somente esclarecer aquilo que se faz necessário quanto ao tema que estamos tratando no momento, e relativo a carta enviada pelo Senhor a igreja de Éfeso, quando ele advertiu ao anjo da igreja, ou seja, ao pastor, dizendo que este havia deixado o seu primeiro amor.
Apesar de já termos falado sobre estes temas e significados em outros trabalhos que elaboramos, para não fazermos o leitor ter que recorrê-los, voltamos a tratar sobre eles já que estão diretamente ligados na sua conceituação e propósito.
Ora, sendo a lei de Deus composta de mandamentos que dizem respeito a Deus, bem como outros que dizem respeito ao próximo, e sendo esse respeito chamado por Deus de amor, então eles se resumem naquilo que Jesus falou:
"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." Mt. 22:37-40.
Por conseguinte, após citar como amar a Deus, o mancebo completou: "e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Ao que lhe disse Jesus:
Respondeste bem; faze isso, e viverás." Lc. 10:28.
Assim, sendo a observância dos mandamentos a nossa prova de amor para com Deus bem como a prova do nosso amor para com o próximo, eles podem ser chamados de primeiro amor e segundo amor. Pois foi nessa ordem que o Senhor os estabeleceu e também os mencionou ao mancebo.

Por conseguinte, João registrou palavras de Jesus que vem consubstanciar o que expomos, veja:
"Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor." Jo. 15:9 e 10.

Mas, o que se vê hoje é que os homens têm não só invertido essa ordem, como até inserido outros amores antes daqueles estabelecidos por Deus. Pois hoje colocam segundo a ordem das suas conveniências, amor a mulheres, maridos, filhos, profissões, esportes, casas, carros, etc., apesar de Jesus ter dito:
"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim." Mt. 10:37.

Já que o amor a Deus é o primeiro exigido por Deus, logo esse é o primeiro amor, pois o amor de Deus é este: que guardemos os seus mandamentos. I Jo. 5:3.

Não é suficiente dizer que se ama, é preciso provar esse amor. E a regra estabelecida por Deus diz claramente: "se me amardes guardareis os meus mandamentos", arrematando que os seus mandamentos não são pesados, e que os homens negam, contrariam e mudam. Negam porque dizem que eram mandamentos de Moisés; contrariam porque não obedecem; e mudam porque dizem que basta amar no coração ou que eles são os citados na bem-aventurança.

Mas a missiva é explícita quando diz: "deixaste o teu primeiro amor." Ora se o amor de Deus é a observância dos seus mandamentos, qual seria então o amor da igreja de Éfeso, o qual o Senhor disse ser “o teu primeiro amor?”
Em certa parte o Senhor fala do seu povo de Israel dizendo que o seu amor para com ele é como névoa da manhã, que cedo passa. Os. 6:4.

Bem, já que o amor de Deus é a guarda dos mandamentos Dele, seja os que lhe dizem respeito propriamente, e os que dizem respeito ao próximo, então a igreja de Éfeso havia deixado de observar algum mandamento do decálogo.
Na advertência ao anjo daquela igreja o Senhor diz que o ministro se lembre de onde ele caiu, e que se arrependa.

Assim sendo, ele esteve em pé e agora estava caído, e manda que ele volte à prática das primeiras obras. Quais seriam?

Quando Jesus aqui esteve, disse em determinado momento:
A obra de Deus é esta: "Que creiais naquele que ele enviou." Jo. 6:29. E João, pelo Espírito diz: "Que creiais no seu nome para que tenhais vida em vós mesmos."

Conforme já demonstramos em outra ocasião, o nome do Senhor tem dois conceitos básicos. Primeiro a sua fama, e segundo a representação da sua natureza, e, por conseguinte, do seu ser ou pessoa.

Mas, nessa carta, o Senhor diz que o anjo da igreja de Éfeso sofreu por causa do seu nome e não o negou. Nesse caso a obra não é falta de fé, mas de obediência ou de prática de princípios do cânon, pois que o Senhor não lhe manda que não se esqueça, como disseram os discípulos na recomendação feita ao apóstolo Paulo quanto aos pobres. Mas diz que ele se lembre. Portanto, ele havia negligenciado a prática de algum acontecimento. Pois diz o Senhor: "Volta à prática das primeiras obras."

É comum em movimentos evangélicos a rigidez de princípios quando uma organização é fundada ou estabelecida. Entretanto, quando esta já se considera consolidada ou estruturada e cheia de membros, vai se tornando flexível e tolerante com erros doutrinários que, a princípio, foram defendidos com rigor . Com temor de afugentar os seus membros e perder renda, se valem do que disse Jesus numa de suas parábolas, na qual disse: "não arranqueis o joio para que não abale o trigo. Deixa que cresçam juntos até a ceifa."

Mas não é só isso.
Tomei conhecimento que, em 1997 foi revelado a um líder de uma igreja tradicional, que construiu uma torre na cidade de Manaus, e através da qual pretende divulgar mensagem de salvação para o mundo todo, que a guarda do sábado deveria ser observada. Ele então disse que a igreja deveria fazê-lo. Mas ao mesmo tempo disse que não iria obrigar a sua membresia a fazê-lo, pois que ela era composta de mais de quatro mil membros e que muitos trabalhavam nesse dia, razão porque ele não podia exigir deles isso. Um dos seus liderados, quando por mim abordado sobre a veracidade da revelação, além de confirmar, me disse que era propósito daquela organização religiosa instituir a observância da guarda do sábado a partir do ano seguinte. Eu então considerei comigo mesmo: isso nunca acontecerá, pois a lei de Deus está sendo colocada em segundo plano ou lugar, enquanto que o Senhor manda que o amor a ele seja praticado em primeiro. Disse Jesus: "de que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?"

O apóstolo diz que alguns pregam o evangelho por interesse. Mas, não importa se assim é, importa que ele seja anunciado.

Isso nos faz também lembrar das palavras de Jesus, que disse: naquele dia irão dizer: "Senhor, profetizavá-nos em teu nome, etc., mas receberão a resposta: apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade."

Há quem pense que esses serão aqueles que deixaram a igreja ou as igrejas, como queiram. Mas, eu afirmo que isso se refere aos que deixaram ao Senhor. E explicitamente aos que deixaram de observar os seus mandamentos, que são como ele próprio, pois que isso dizem as Escrituras, quando o Senhor em diversas ocasiões denuncia isso pelos profetas, dizendo que o seu povo lhe deixou por Baal ou deixou a Ele transgredindo o seu sábado.

Até porque, iniquidade é pecado e pecado é transgressão, e transgressão é violação de algo que alguém recebeu como instrução para ser observada, e que, segundo o cânon sagrado, se compõe de leis, mandamentos, estatutos, preceitos, ordenanças, testemunhos e juízos, conforme o Salmo 119.

Portanto, apesar de o nome do Senhor corresponder a sua fama e senhorio, ou seja, aos seus mandamentos, também correspondem a sua pessoa. E como o anjo da igreja de Éfeso não negou o nome do Senhor, concluímos que aquela igreja, tal qual acontece hoje, anunciava a Jesus como salvador, mas negligenciou aquilo que a princípio fazia, os mandamentos, que propicia a salvação,  pois são a vida eterna, como disse Jesus.

Oli Prestes
Missionário
oliprest
Enviado por oliprest em 27/04/2024


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr