Através dos profetas Deus falou o que consta nas Sagradas Escrituras. E usando figuras de linguagem e de pensamentos, assim como símbolos, ele compara os filhos dos homens a animais. Ainda que ao criá-los Ele os tenha feito distintos uns dos outros, hoje estão sendo comparados a animais devido terem descido ao nível dos irracionais. E isso não está restrito aos que não receberam instrução cultural secular, ministrada em escolas e faculdades, mas aos que também têm sido nomeados como doutores, pelo grau de conhecimento adquirido nessas escolas.

Assim, pelo profeta Sofonias ele chama de “Lobos da Tarde” aos juízes que julgam fazendo violência à lei, e que são parciais no julgar e nas decisões. Lá diz: Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã. Sf. 3:3.

Quando Deus revelou a sua natureza santa através de Moisés, ele deu várias leis como instrução para o seu povo, e disse:

E no mesmo tempo mandei a vossos juízes, dizendo: Ouvi a causa entre vossos irmãos, e julgai justamente entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro que está com ele. Não discriminareis as pessoas em juízo; ouvireis assim o pequeno como o grande; não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus; porém a causa que vos for difícil fareis vir a mim, e eu a ouvirei. Dt. 1:16 e 17.

Mas o que vemos é que àqueles a quem têm sido atribuídos o dever de zelar pelo cumprimento da lei, têm colocado os seus interesses e pretensões acima do direito e da justiça, colocando-se acima da lei, como se ela não tivesse sido feita para eles também.

Nada obstante essa prática não ser nova, nem vicissitude desta geração, nestes tempos tem sido praticada de forma descarada por muitos magistrados e legisladores, mesmo por muitos tidos como ilustres e idôneos.

A mídia tem noticiado vários casos que chegam a estarrecer o público telespectador. Entre todos mencionaremos alguns, como: o caso do desvio de verba da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o escândalo da violação do painel de controle de votação do senado, e o escândalo da fraude da superintendência da SUDAM/ SUDENE, além das suspeitas que recaem sobre o atual presidente do senado, senador Jader Barbalho, que está sendo suspeito e acusado de estar por detrás do desvio de verbas da SUDAM, negociação fraudulenta de Títulos da Dívida Agrária, e apropriação indébita de rendimentos devidos aos acionistas do BANPARÁ.

E esses homens, que assim procedem, são religiosos e pertencem a uma igreja, mas não tem o temor do Senhor nem o conhecimento de Deus. Pois, se isso tivesse, jamais fariam tais coisas. Se a Deus conhecessem, saberiam da promessa inspirada através de Davi, que disse: “Fui moço e hoje sou velho, mas nunca vi um justo desamparado, nem a sua descendência mendigar o pão”. E, portanto, roubam e ajuntam o que não lhes pertencem e entesouram temendo o futuro, sem saber que já foi dito um “ai” para eles, e que diz:

Ai daquele que ajunta o que não é seu... Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra! Is. 5:8.

Ou: Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho. Que diz: Edificarei para mim uma casa espaçosa, e aposentos largos; e que lhe abre janelas, forrando-a de cedro, e pintando-a de vermelhão. Jr. 22:13 e 14.

Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder dum mal! Hc. 2:9.

Porque o tesouro não dura para sempre; e durará a coroa de geração em geração? Pv. 27:24.

Porventura não vem do Senhor dos Exércitos que os povos trabalhem para o fogo e os homens se cansem em vão? Hc. 2:13.

Também não vem de Deus a sabedoria para ajuntar riquezas? Mas os procedimentos anteriormente descritos não procedem da sabedoria. Isso é considerado esperteza, mas não é um procedimento sábio e justo.

Conheci uma pessoa, que por algum tempo considerei como amigo, e que foi executivo numa pequena cidade do interior do Estado do Pará. Era considerado inteligente devido ter sido capaz de ajuntar bens e fortuna. E depois perdeu tudo o que havia amealhado.

Ainda que eu não tenha sido constituído como juiz, devo dizer que nada acontece por acaso. Apesar de as Sagradas Escrituras dizerem que a riqueza pode se perder por má ventura, a desventura do executivo aqui tomado como exemplo não deve ser tomada por má gestão, mas ao “ai” proferido por Deus àqueles que procedem de forma fraudulenta na condução dos negócios a si confiados. Basta para isso examinar a maldição do ladrão nas Escrituras, registrada no livro do profeta Zacarias, veja:

Então disse-me: Esta é a maldição que sairá pela face de toda a terra; porque qualquer que furtar, será desarraigado, conforme está estabelecido de um lado do rolo; como também qualquer que jurar falsamente, será desarraigado, conforme está estabelecido do outro lado do rolo. Eu a farei sair, disse o Senhor dos Exércitos, e ela entrará na casa do ladrão, e na casa do que jurar falsamente pelo meu nome; e permanecerá no meio da sua casa, e a consumirá juntamente com a sua madeira e com as suas pedras.  Zc. 5:4.

À época em que era o responsável pela contabilidade municipal, o próprio contabilista municipal falou a seguinte expressão:

Ele esvaziou o cofre da prefeitura na campanha do irmão dele. E, entre outras práticas, ele mandava aos beneficiários que prestavam serviços ao município que assinassem em branco os recibos relativos as importâncias recebidas. E depois os preenchia com valores superfaturados nos recibos, lesando o erário público. Isso não é sabedoria, é estultice. Pois o sábio não precisa roubar para comer e vestir. E essa violência atingirá severamente a sua descendência, já que Deus visita a maldade dos pais nos filhos. Ex. 20:5.

Esses homens se consideram também filhos de Deus, mas não atentam para o que Ele disse: O sábio aceita os mandamentos. Pv. 10:8. E: Sê sábio, filho meu, e alegrar-se-á o meu coração. Pv. 27:11.

Por isso o sábio que isso escreveu, pediu:

Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão. Pv. 30:8 e 9.

Por isso diz ainda mais a Sagrada Escritura:

E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Hb. 12:16.

Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. Ap. 22:15.