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OUVE-ME PAI !
Oh! Pai, inclina-te para mim
Atenta os teus ouvidos
Clamo noite e dia
Escuta os meus gemidos

Desce e te cinge como guerreiro
Lança a tua foice à terra
Recolhendo o trigo no celeiro
Faz justiça ao que em ti espera

Por que prospera o ímpio
Dá frutos e se engrandece?
É arrogante e iníquo
Está seguro e se ensoberbece

Quem deu crédito à nossa pregação?
E a quem se manifestou o braço do Senhor?
Não rejeites minha oração
Pois, sozinho e necessitado estou.

Tu tens me feito esperar
Me convenceste com duras provas
Mas estou a soçobrar
Me anima e me renova

O dia já declina
E a tarde já se ve
O terror se aproxima
E quem poderá sobreviver?

Todo homem se embruteceu
E não tem conhecimento
Quem limite ao mar estabeleceu
E ao meteoro deu entendimento?

Não és tu o único Deus?
Por que imaginam eles fantasias?
Até mesmo os judeus
Cultuam o que tu abominas

E praticam extorsão
Usura, roubo e crimes
Sujas estão as suas mãos
Nenhuma delas está limpa

Perece um justo e ninguém se importa
E o íntegro é desprezado
O que repreende na porta
Se obriga a ser rejeitado

Quanto falta, qual o tempo?
Qual o número e a medida?
De um e de outro
Quanto falta em dias?

Levanta-me para colher ainda
E completar o que falta
Para que cuide da vinha
Antes que seja ceifada
oliprest
Enviado por oliprest em 24/01/2008
Alterado em 30/11/2014


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr